Marco Antonio Felício da Silva*
O afastamento dos chefes militares das decisões advindas da cúpula do poder e a consequente perda de influência política, originaram-se da imposição “goela abaixo” do MD, moeda de troca política e entregue a incapacidade de civis, contrariando todo um contexto, histórico, social, político, econômico e militar, próprio de nosso País.
Há anos que os comandantes das Forças Armadas (FFAA) convivem, em nome de uma reconciliação unilateral, diante de retaliações e afrontas, amistosamente e em silêncio, com diferentes chefes e autoridades de governo, independentemente de ideologias esdrúxulas que tentam impor à Nação, da corrupção e do nefasto aparelhamento que permeiam os poderes, jamais opinando quanto aos graves problemas de toda ordem que envolvem o País, incluso sobre aqueles que colocam a Segurança da Nação em risco e/ou atingem diretamente a existência de um Estado Democrático de Direito.
Em verdade, durante todos esses anos, oriundos de diferentes governos e autoridades, traduzindo tratamento vil e irresponsável por atingir a soberania e a segurança nacionais, revanchismos inconsequentes geraram retaliações e afrontas com o intuito de desmoralizar e enfraquecer as FFAA. Entre outros, baixos vencimentos ao lado de orçamentos diminutos, que jamais passaram de simples migalhas diante das necessidades básicas de sobrevivência das Forças, e promessas enganadoras e permanentemente adiadas, embora demonstrações de conciliação unilateral como a distribuição de medalhas imerecidas, ofendendo a quem as recebeu por merecimento ao longo de toda uma carreira plena de sacrifícios.
A visita da malsinada Comissão da Verdade ao Quartel onde funcionou o DOI/RJ, no dia 23 setembro, seguida da proibição da palestra sobre 31 de Março de 1964, programada pelo Comandante da 11 RM, Brasília, as mais recentes das afrontas e retaliações, certamente não as últimas, comprovaram, mais uma vez, que a busca da conciliação unilateral é apenas uma balela que se prolonga e que incita a novas retaliações e afrontas, pois, não há um basta firme ao revanchismo predador e aos revanchistas que prosseguem dividindo para melhor conquistar. Vêem, eles, o País por retrovisores, vivendo odiosamente o presente e sem qualquer projeto de Nação, sem visão de futuro; políticos ideologicamente na contramão da História, demagogos que buscam notoriedade, incendiários, irresponsáveis, adeptos do atraso. Com ideias importadas, como a do fim da Anistia, fraturam a sociedade nacional em nome da pseudo defesa das minorias, dos direitos humanos, do ambientalismo e de políticas indigenistas.
Será que, ainda, os militares, responsáveis pela segurança da Nação, não os conhecem, que ideologia professam, como procedem, quais objetivos desejam atingir ou como o atual governo os apoia e incentiva? Se o sabem, qual a razão do silêncio, pois, quem cala consente.
Ressaltando que a segurança da Nação repousa em suas Forças Armadas, não será hora de um basta a retaliações e afrontas e aos descalabros que se sucedem, inesgotáveis, e que colocam em risco o destino da Nação?
Alerta à Nação: Eles que venham. Por aqui não passarão!
* General da reserva