Matheus Gonçalves
Calma, não é bem por aí. Estamos falando de uma nova arma de espionagem! Depois que a CIA tentou criar adoráveis espiões felinos em um projeto que custou US$ 20 milhões, culminando na conclusão de que gatos tem outros interesses que não este tipo de emprego, os militares americanos agora buscam um meio mais controlável e confiável. Sim, uma pedra.
Assim, pensando de forma imediata, uma pedra não parece ser lá o melhor dos espiões do mundo. Além de ser imóvel (a não ser que alguém resolva arremessá-la), existe ainda o termo do próprio inglês que diz: “Burro feito uma pedra” (Dumb as a rock). Por outro lado, uma rocha é onipresente, imperceptível, e não larga o posto pra correr atrás de um rato.
A Lockheed Martin, uma empresa de tecnologia avançada com estudos de defesa e segurança aeroespacial, desenvolveu uma rede de vigilância chamada Self-Powered Ad-hoc Network (SPAN. Não confundir com SPAM). Trata-se de uma rede sem fio, com auto-alimentação de energia, que conta com dispositivos pequenos o suficiente para caber em uma pequena pedra falsa. Com cor, textura, padrão de formato e tudo mais.
Em filmes americanos a gente costuma ver os personagens escondendo uma chave reserva de casa embaixo de uma pedra no quintal, certo? Então, é mais ou menos isso que o Exército está fazendo, em uma escala muito maior.
Os sensores se organizam, conversam automaticamente entre si e podem realizar uma série de tarefas quando ativados, como ligar uma câmera ou, veja só, acionar um drone que esteja nas proximidades. Eles possuem um custo de produção bem baixo, o que significa que os militares poderiam espalhá-los aos montes. E até esquecê-los lá, vai saber. Ao menos até que um deles seja ativado pelos sensores.
Acredito que o pensamento predominante na criação de sistemas de coleta invisível de informações ainda seja o desenvolvimento de veículos aéreos não tripulados. Mas o que pode ser mais discreto que uma pedra? Talvez, nenhuma pedra? Ok, nenhuma pedra. Mas não é nada complicado fazer uma pedra se tornar “invisível“, convenhamos.
Ainda não está claro quando nem onde esta rede será colocada em atividade. Afinal, estamos falando de um serviço de espionagem e não faria sentido publicar tais localizações. Eu aposto em uma competição entre crianças, de arremessos de pedras pra ver quem atira mais longe. Ou empresas de construção civil com carregamentos de pedras sendo espalhados sem que ninguém perceba que uma delas é na verdade um aparato de espionagem. Nunca se sabe.
A pergunta que eu faço é: O que impediria os EUA de usar pedras no seu jardim para espionagem do seu bairro. De sua cidade? De seu país? Ahhh… os EUA não fariam uma coisa dessa, certo? ;)
Fonte: Wired.