Phil Stewart
WASHINGTON, 27 Dez (Reuters) - O número de ataques sexuais informados no meio militar dos Estados Unidos cresceu cerca de 50 por cento no ano fiscal de 2013 em comparação com 2012, disse o Pentágono nesta sexta-feira.
O Pentágono informou que uma revisão de dados preliminares do ano fiscal do governo em 2013, iniciado em outubro de 2012, mostraram que houve um pouco mais de 5.000 agressões sexuais registradas.
Os dados são maiores do que uma estimativa liberada previamente, de aumento de 46% nos ataques sexuais no meio militar nos primeiros nove meses deste ano.
Os números mais recentes relacionados a esse tipo de agressão nas Forças Armadas estão sendo divulgados uma semana depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter ordenado uma nova análise do problema.
Cerca de 10 por cento dos relatos registrados no ano fiscal estão relacionados com incidentes ocorridos antes de a vítima ter entrado no serviço militar - nos quais se enquadravam 4 por cento dos 3.374 registros no ano fiscal de 2012, disse a porta-voz do Pentágono, tenente coronel Catherine Wilkinson.
O fato de as vítimas estarem dispostas a fazer a denúncia, incluindo um número crescente de casos ocorridos antes de entrarem na ativa, indica que há cada vez mais confiança no sistema militar dos EUA para responder a essas situações, segundo Catherine.
De acordo com Catherine, ainda é muito cedo para saber quantos dos ataques sexuais informados por integrantes das Forças Armadas são atribuídos a militares, já que muitas das investigações estão em andamento.
Obama também sancionou esta semana uma lei do setor de defesa que tem por objetivo encerrar a crise de ataques sexuais no meio militar, onde esse tipo de agressão é geralmente sub-relatado.
Um estudo do Pentágono em maio constatou que os casos estimados de contato sexual não desejado - uma categoria mais ampla - subiram de 19.000 em 2011 para 26.000 em 2012, o que levou ao aumento de pressão no Congresso por reformas.
As reformas sancionadas por Obama na quinta-feira retiram de comandantes o poder de anular sentenças resultantes de cortes marciais. Elas eliminam um estatuto que limitava os registros de casos de estupro e agressão sexual e estabelecem orientações de sentenças mínimas para militares considerados culpados de crimes sexuais.
Reuters/montedo.com