Concepção artística da nova base brasileira na Antártida |
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
A reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, destruída em um incêndio em fevereiro de 2012, vai atrasar. A inauguração do novo complexo, que estava prevista para 2015, foi adiada para março de 2016.
A principal razão do atraso é a suspensão da licitação das obras. A concorrência deveria ter acontecido no início de dezembro, mas o processo foi interrompido um dia antes da abertura dos envelopes com as propostas.
O adiamento foi motivado por uma série de questões logísticas e técnicas levantadas pelas empresas interessadas em participar do processo.
"Esses questionamentos foram considerados relevantes, pois se basearam em experiências anteriores de construção na Antártida e levaram em conta a complexidade logística e a pequena janela temporal para trabalhos naquela região", informou a Marinha, em nota.
Havia, segundo alguns militares, o temor de que a concorrência pudesse ser contestada e, posteriormente, anulada. Optou-se, assim, pelo adiamento.
A nova base, por enquanto, custará quase o dobro previsto inicialmente. O valor saltou de R$ 72 milhões, no início das negociações, para R$ 137 milhões. As mudanças foram atribuídas sobretudo a variações cambiais.
Segundo a Marinha, o processo será retomado em janeiro de 2014.
Mas, devido às condições climáticas extremas da Antártida, o tempo útil para fazer as obras é limitado quase que somente ao período entre novembro e março, quando é verão no continente. Ou seja: um pequeno atraso pode empurrar todo o cronograma para a frente.
Apesar de a estação não ser o único recurso científico do Brasil na Antártida, o atraso nas obras fará com quem os pesquisadores levem mais tempo até começar a usar seus novos e modernos laboratórios.
Escolhido em um concurso de design, o projeto prevê que prédio principal tenha cerca de 4,5 mil m², com capacidade para receber 64 pessoas. Serão 14 laboratórios na sede e mais quatro isolados, atendendo pedidos da comunidade científica.
Enquanto eles não entram em funcionamento, há atualmente uma estação científica provisória, composta por contêineres pré-fabricados, com alguns laboratórios, embora não tão sofisticados.
O Brasil tem também dois navios com instalações para pesquisa. Além disso, são comuns acampamentos em parceria com outras nações com bases na região.
Folha de São Paulo/montedo.com (R. A.)