Cristina García Casado.
Washington (EFE).- Se você odiava fazer flexões no colégio e agora revive esse pesadelo na vida adulta nas academias, fique tranquila, você não é a única: as mulheres marines (Fuzileiras Navais) dos Estados Unidos também têm dificuldades para fazer mais de três seguidas, o mínimo estabelecido nas novas provas físicas para poder entrar em combate pela primeira vez.
Completar três flexões consecutivas em barra fixa, levantando a mandíbula acima e sem apoiá-la, é um dos requisitos mínimos do novo exame físico dos marines dos EUA, cuja entrada em vigor foi postergada até nova ordem após ser comprovado que mais da metade das oficiais não conseguem fazê-lo.
Este adiamento reabriu o debate nas Forças Armadas sobre se a mulher tem a força física necessária para ocupar determinados postos, especialmente quando está previsto que milhares de mulheres marines vão combater pela primeira vez em 2016.
Assim, as flexões, que nunca caíram bem para as mulheres, aparecem também como um obstáculo no caminho de muitas oficiais que nos próximos anos estão convocadas para subir de posto de trabalho, situação que até agora negaram, como as unidades de infantaria e artilharia.
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Por enquanto, as marines, que não conseguem fazer três flexões seguidas, podem provar sua força na parte superior do corpo com uma versão mais leve: aguentar um mínimo de 15 segundos penduradas na barra com os braços flexionados, a mandíbula acima e sem apoiá-la.
Os marines insistem, no entanto, em que só as flexões completas na barra preparam de maneira suficiente um oficial para as tarefas que terá que desenvolver no campo de combate, como carregar artilharia pesada.
O mínimo de flexões completas é igual para homens e para mulheres, já que a razão de ser do novo exame físico dos marines é exatamente igualar os critérios entre os dois sexos para integrar as oficiais nos postos de combate.
A razão pela qual as mulheres têm mais dificuldades que os homens para fazer flexões com os braços não é só que eles têm mais força na parte superior do corpo, mas também que tradicionalmente este duro exercício não se convencionou como um treinamento típico de mulheres.
As mulheres, que desde o colégio estão acostumadas a evitar as temidas flexões, preferem treinar as extremidades inferiores do corpo quando, já adultas, podem escolher suas rotinas nas academias de ginástica.
Isto se deve, primeiro, porque é nas pernas e nos quadris onde a mulher tende a acumular mais gordura. Segundo, porque braços excessivamente musculosos não cabem nos paradigmas atuais de beleza feminina.
Esta tendência de comportamento afastou durante anos as mulheres das flexões, tanto em barra como no solo, transformando-se em um autêntico pesadelo.
A isto se soma que os homens têm uma vantagem em sua própria natureza para fazer flexões com mais facilidade: a testosterona os dota de mais massa muscular, enquanto as mulheres costumam ter mais gordura.
Diante destas evidências, os marines deverão decidir nos próximos meses se mantêm as três flexões completas como requisito definitivo no novo teste físico, correndo o risco de perder pelo caminho mulheres oficiais que desejam servir pela primeira vez em combate.
EFE/montedo.com