General Fernando Azevedo não descarta uso de dinheiro público (Foto: Leonardo Filipo) |
Leonardo Filipo
Rio de Janeiro
Na semana passada, quando anunciou o orçamento de R$ 7 bilhões na organização das Olimpíadas, o Comitê Rio 2016 ressaltou o fato de a entidade privada não contar com recursos públicos, como estava previsto no dossiê de candidatura da cidade. Patrocinadores locais, internacionais, a contribuição do Comitê Olímpico Internacional, licenciamentos com produtos e a venda de ingressos seriam suficientes para bancar gastos como a realização das cerimônias de abertura e encerramento, transporte, pagamento de 7 mil funcionários, treinamento de 70 mil voluntários e a realização de 800 competições, entre outros.
Porém, nesta terça-feira, no lançamento da Matriz de Responsabilidades, documento que determina quanto o poder público vai gastar nas obras das instalações olímpicas, a possibilidade da ajuda do governo ao Comitê ficou em aberta, como deixou claro o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), general Fernando Azevedo e Silva.
- A diretriz é não passar recurso, apesar de estar previsto no dossiê de candidatura. Nossa missão é assumir projetos e serviços. Não ia citar exemplo, pois o martelo não está batido. Mas é um exemplo fictício. A arena de Copacabana é exclusiva para os jogos. Algum ente pode assumir a construção dela, como na organização das cerimônias de abertura e encerramento no Maracanã. Há um teto previsto para esse uso.
Esse teto foi estipulado em R$ 1,8 bilhão, mas não será repassado em forma de dinheiro, e sim de serviço. De acordo com o Comitê ainda falta arrecadar 30% dos R$ 7 bilhões, através de patrocinadores brasileiros. A parceira mais recente foi feita com os Correios.
Na semana passada, o presidente Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, disse que evitar o uso de dinheiro público na entidade não quer dizer que "não vai ter". Já o diretor geral, Sidney Levy, afirmou que a decisão de evitar a ajuda do governo foi tomada para "não preocupar a sociedade".
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