Estados Unidos
Proposta apresentada pelo secretário de defesa Chuck Hagel prevê o fechamento de bases e a extinção de cultuados aviões de guerra
O secretário de defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel (Mike Theiler/Reuters) |
Um plano de economia e reformulação poderá tornar o contingente do do Exército americano o menor desde antes da entrada do país na II Guerra Mundial. A proposta, apresentada nesta segunda-feira pelo secretário de Defesa Chuck Hagel, reduziria o número atual de 522.000 soldados para algo entre 440.000 e 450.000 em 2015. O secretário também prevê o fechamento de bases militares e outros cortes de gastos, como a diminuição do tamanho da Guarda do Exército Nacional e a eliminação de aviões cultuados desde a Guerra Fria, como o caça A-10 e o espião U-2, informou o jornal The Washington Post.
O chefe do Pentágono fez o anúncio uma semana antes de o presidente Barack Obama enviar a proposta orçamentária para o Congresso. Para o secretário de defesa, as forças americanas precisam se adaptar a uma realidade com menos gastos financeiros. “Nós estamos reposicionando o nosso foco nos desafios estratégicos e oportunidades que definirão nosso futuro: novas tecnologias, novos centros de força e um mundo que está se tornando mais volátil, mais imprevisível e, em alguns momentos, mais ameaçador para os Estados Unidos”, afirmou.
A proposta de Hagel, no entanto, pode provocar uma forte rejeição dentro do Congresso. O secretário de defesa sugeriu, por exemplo, o fechamento de algumas bases localizadas dentro dos Estados Unidos até 2017, mas planos como esse já foram rejeitados anteriormente pelos congressistas. A oposição dos chefes do Exército também pode ser um entrave. Em 1940, o Exército tinha apenas 267.000 membros, número que pulou para 1,46 milhão no ano seguinte, quando o país se preparava para a guerra. A última vez em que o contingente militar americano esteve abaixo de 500.000 soldados foi em 2005, quando computava 492.000 alistados. Com as forças americanas perto de deixar o Afeganistão, os militares esperam que o governo possa destinar mais gastos para a modernização das tropas.
“As pessoas costumam a achar que o fato de o Exército deixar o Iraque e o Afeganistão significa que não há nada acontecendo. O Exército não está paralisado. Estamos fazendo muitas coisas para prevenir que outros conflitos aconteçam no mundo”, disse o general Ray Odierno, chefe de pessoal do Exército, em um fórum organizado em 23 de janeiro, segundo o Washington Post. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, no entanto, afirmou que o plano de Hagel atende as novas demandas do Exército americano. “Ele nos disse que temos de conviver com as realidades do nosso tempo. Precisamos ser pragmáticos. Não podemos fugir de decisões difíceis”.
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