11 de março de 2014

Brasil reitera que tropas estrangeiras no Haiti "não devem eternizar-se"

Imagem: Wikipédia
A chefe da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), Sandra Honoré, se reuniu nesta segunda-feira com autoridades do governo brasileiro, que reiteraram sua convicção que a presença de tropas estrangeiras nessa nação "não pode eternizar-se".
Honoré assumiu o cargo de representante especial da Secretaria-Geral da ONU para o Haiti e chefe da Minustah em meados de ano passado e em sua primeira visita ao Brasil se reuniu hoje, separadamente, com os ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e da Defesa, Celso Amorim.
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Fontes oficiais disseram à Agência Efe que em ambas reuniões se analisou a possibilidade que neste mesmo ano sejam realizadas no Haiti as eleições que estão pendentes desde 2012 e deverão definir dez cadeiras no Senado e os titulares de 140 prefeituras.
Os pleitos deveriam ter sido realizados há quase dois anos, mas desde então foram suspensos em várias oportunidades devido a recorrentes desacordos políticos entre o governo e a oposição.
"Essas eleições são importantes, pois ajudarão a reforçar o processo democrático haitiano", explicou um porta-voz do governo brasileiro.
Sobre a composição das tropas da Minustah, formada por soldados e policiais de 20 países, tanto Figueiredo como Amorim reiteraram a Honoré a convicção do governo brasileiro que seu número deve ser reduzido.
"Transferimos a mensagem que as tropas não podem eternizar-se, mas também se esclareceu que nem o Brasil nem nenhum outro país da América Latina pretende abandonar o Haiti", disse a fonte consultada pela Efe.
O Brasil está no comando do contingente militar da Minustah desde 2004 e também mantém diversos projetos de cooperação econômica, técnica e humanitária com o Haiti.
É ainda o país com o maior número de soldados nessa nação antilhana, que chegou a 2.300 nos primeiros meses do 2010, após o terremoto que deixou 220.000 mortos e cerca de 1,5 milhão de afetados.
No entanto, em abril do ano passado, o Brasil reduziu suas tropas nessa nação para cerca de 1.200 militares, um número similar ao que mantinha até o terremoto de janeiro do 2010. EFE
TERRA/montedo.com