2 de março de 2014

Crimeia: Rússia pode perder lugar no G-8. Comandante da Marinha ucraniana adere às tropas pró-russas.

Mais tensão
EUA: Rússia pode perder lugar no G8 se continuar com 'invasão da Crimeia'
John Kerry sobre Putin: "poderá não ter seu lugar na reunião de cúpula do G8, em Sochi. Poderá, inclusive, não continuar no G8 se esta situação prosseguir"
EUA: Rússia pode perder lugar no G8 se continuar com 'invasão da Crimeia' Genya Savilov/AFP
Homens armados e fardados bloqueiam o acesso à fronteira perto de SimferopolFoto: Genya Savilov / AFP
A Rússia poderá perder seu lugar na mesa das grandes potências, o G8, se continuar com sua "invasão da Crimeia", península do sul da Ucrânia, alertou com firmeza neste domingo o secretário de Estado americano, John Kerry.
O secretário fez a advertência nos programas matinais das grandes redes de TV americanas, e afirmou que Moscou corre o risco de "isolamento econômico" e de sofrer "sanções internacionais" se não retirar suas tropas da Crimeia.
O presidente russo, Vladimir Putin, "poderá não ter seu lugar na reunião de cúpula do G8, em Sochi. Poderá, inclusive, não continuar no G8 se esta situação prosseguir", ameaçou o responsável pela diplomacia americana, em entrevista à rede NBC.
"Há um preço alto a pagar. Os Estados Unidos estão unidos, a Rússia está isolada. Esta não é uma posição de força", advertiu Kerry no programa Meet the Press, da rede NBC.
França e Grã-Bretanha anunciaram hoje a suspensão de sua participação nas reuniões preparatórias da cúpula de Sochi, prevista para junho. A Casa Branca indicou ontem que os Estados Unidos contemplam fazer o mesmo.
"Se a Rússia quer ser um membro do G8, precisa comportar-se como tal, disse Kerry ao canal CBS.
"A Rússia escolheu agir de forma agressiva, o que gera um questionamento sobre seu papel no mundo e sua vontade de ser uma nação moderna e membro do G8", insistiu, na rede ABC.
Ontem à noite, Kerry fez uma advertência séria a Moscou, em um comunicado em que criticava "a invasão e ocupação" da Ucrânia pela Rússia, que colocam em risco "a paz e segurança" na região.
– No século XXI, não se pode ter um comportamento do século XIX e invadir outro país – queixou-se o secretário de Estado.
Apesar de costumar buscar compromissos com Moscou, Kerry mostrou-se hoje particularmente duro:
– O G8 e alguns outros estão dispostos a ir até o fim para isolar a Rússia por causa desta invasão. Estão dispostos a aprovar sanções, a isolar economicamente a Rússia.
A Ucrânia convocou neste domingo seus reservistas, após a ameaça da Rússia de intervir militarmente em seu território, enquanto os países ocidentais estudavam alternativas para conseguir a retirada das tropas russas da Crimeia.
"Pagará um preço enorme", afirmou Kerry à NBC. "A Rússia está isolada. Não está em uma posição de força."
– A última coisa que queremos é a opção militar neste tipo de situação. Queremos uma solução pacífica. Os Estados Unidos e seu presidente contemplam todas as opções, estão todas sobre a mesa – disse Kerry à rede ABC.
O secretário de Estado viajará na noite de terça-feira a Paris para assistir a uma reunião sobre o Líbano no dia seguinte. Em seguida, viajará a Roma para discutir a situação na Líbia. Na capital italiana, está previsto um encontro com o chanceler russo, Serguei Lavrov.

Comandante da Marinha ucraniana adere às tropas pró-Rússia da Crimeia
O comandante-em-chefe da Marinha da Ucrânia, almirante Denis Berezovski, anunciou neste domingo sua adesão às autoridades pró-Rússia da Crimeia, durante uma entrevista coletiva em Sebastopol, onde está ancorada a fronta russa no Mar Negro.
– Juro cumprir as ordens do comandante-em-chefe da República Autônoma da Crimeia – declarou Berezovski, a quem o presidente interino da Ucrânia, Olexandre Turchinov, havia designado na sexta-feira o comando da Marinha ucraniana.
Na mesma coletiva, o premier pró-Rússia da Crimeia, Sergui¯ Axionov, saudou o que chamou de "acontecimento histórico", e assinalou que o almirante Berezovski aceita se colocar "sob o comando das autoridades legítimas da península".
Kiev está perdendo o controle da Crimeia, uma república autônoma ucraniana de 27 mil quilômetros quadrados e 2 milhões de habitantes, a maioria de língua russa, e onde milhares de soldados não identificados bloqueavam hoje militares ucranianos em suas casernas.
A tensão nesta região, situada em uma península que separa o Mar Negro do Mar de Azov, aumentou desde a destituição, há 10 dias, do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, um aliado de Moscou.
A Rússia transferiu a península da Crimeia para a Ucrânia em 1954, quando as duas repúblicas faziam parte da União Soviética.
AFP/montedo.com

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