Santos pede ajuda federal contra incêndio e faz plano para desocupar casas
Prefeito acionou Exército, Marinha e Aeronáutica e solicitou reforço da Petrobras no envio de equipamentos contra fogo que atinge tanques de combustível desde quinta
Incêndio atinge tanque de combustível da empresa Ultracargo, no bairro Alemoa, litoral de São Paulo (Foto: Flavio Hopp / Folhapress) |
A prefeitura de Santos (SP) solicitou neste sábado auxílio do governo federal e um reforço da Petrobras no combate às chamas do incêndio que voltou a se alastrar em tanques de combustível da empresa Ultracargo, no Porto de Santos. Em paralelo, a prefeitura já traça um plano de evacuação de bairros próximos ao local para o caso de o incêndio se agravar. O fogo, iniciado na quinta-feira, já dura três dias e não tem previsão de ser controlado.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse em entrevista à TV Tribuna: "Tive contato com o vice-presidente da República, Michel Temer, solicitando as forças do governo federal, do Ministério da Defesa, e a ampliação da participação da Petrobras no combate ao incêndio", disse o prefeito. "Acionamos o Exército, a Marinha, através da Capitania dos Portos, e a Aeronáutica."
O combate ao incêndio no pátio da Ultracargo/Tequimar em Santos, litoral sul de São Paulo, entrou no seu quarto dia neste domingo (5).
Após mais de 70 horas de trabalho ininterrupto do Corpo de Bombeiros, três tanques ainda estavam em chamas. Na madrugada, as equipes conseguiram extinguir o fogo em um dos tonéis, situados na área industrial da Alemoa. Os bombeiros mantêm a estratégia de resfriamento constante da zona, jogando água - retirada do mar pela embarcação Governador Fleury e transferida aos caminhões tanques -, em conjunto com uma espuma especial que tenta abafar o fogo.
Para acompanhar o incidente e integrar os trabalhos, o governo de São Paulo montou em Santos um gabinete de crise, com participação do vice-governador,Márcio França; dos secretários Saulo de Castro (Governo), José Roberto Rodrigues de Oliveira (Casa Militar), Alexandre de Moraes (Segurança Pública) e Patrícia Iglecias (Meio Ambiente); do comandante do Corpo de Bombeiros Marco Aurélio Alves Pinto; do subsecretário de Comunicação Marcio Aith; do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, além das Secretarias Municipais de Segurança, Defesa Civil, Meio Ambiente e Saúde. Exército, Marinha e Aeronáutica apoiam a ação.
"Não há necessidade de remoção dos moradores da área, a população pode ficar tranquila porque a evolução está sendo positiva com todas essas medidas preventivas. Se houver necessidade, estamos preparados com a união de todas as forças para qualquer situação de emergência.", disse o prefeito de Santos, que também falou sobre os efeitos da fumaça produzida pela queima dos combustíveis, situação monitorada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). "Não há registro de prejuízos à saúde da população", garantiu.
Moradores de bairros próximos, principalmente Piratininga e São Manoel, receberam avisos oficiais por telefone e visitas às casas sobre uma possível evacuação. A Prefeitura afirma que está preparada para a situação, com base na legislação que obriga o Poder Público a contar com um plano de emergência, que pode ser acionado quando necessário.
O pátio tem 58 tanques, que armazenam etanol, gasolina, óleo diesel, óleos vegetais, fertilizantes líquidos e outros produtos químicos, inclusive solventes. Além do combate ao fogo, as equipes estão fazendo a inertização do conteúdo de alguns tonéis e transferindo o que está armazenado na área para outros locais.
No total, a Ultragargo é dona de 175 tanques espalhados pela região. (ANSA)
ANSA, com Estadão Conteúdo/Veja/montedo.com