Segurança é reforçada em unidade do Exército após guerra do tráfico no Caju
Confronto entre facções deixa 2 suspeitos mortos e 2 moradores feridos na comunidade
Prevenção. Militares da Polícia do Exército fazem uma blitz em frente ao Arsenal de Guerra, no Caju Marcio Alves / Agência O Globo |
CAROLINA HERINGER
RIO - A disputa entre facções rivais pelo controle do tráfico no Complexo do Caju, na Zona Portuária, levou o Comando Militar do Leste (CML) a reforçar a segurança nesta quinta-feira no entorno do Arsenal de Guerra do Rio, que fica no bairro. O apoio é dado por cem militares da Polícia do Exército. A unidade fabrica equipamentos e armas, como morteiros, e também faz a manutenção deles. Na noite de quarta-feira, um confronto entre quadrilhas deixou dois mortos e dois feridos na região.
Sobre o reforço nas imediações da unidade no Caju, o CML informou que a inteligência militar vem monitorando o aumento dos confrontos entre facções que disputam territórios no Rio e "as ações desses grupos para a obtenção de armas para o enfrentamento". O cerco faz parte da operação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), sancionada pelo presidente Michel Temer em julho, que dá aos militares o poder de polícia.
Nesta quinta-feira, militares fizeram blitzes em frente ao Arsenal de Guerra. Ainda segundo o CML, o reforço garante a segurança da unidade e "contribui para os esforços realizados pelas Forças de Segurança no combate ao crime organizado" no Rio.
A Polícia Militar também reforçou o patrulhamento no Complexo do Caju com homens do 22º BPM (Penha) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local. Não foram registrados tiroteios na região nesta quinta-feira. Segundo informações da Polícia Civil, no início da noite de quarta-feira, traficantes do Comando Vermelho tentaram tomar o Caju, dominado por criminosos de outra facção.
Os confrontos deixaram dois suspeitos mortos - um de cada quadrilha - e dois moradores feridos sem gravidade. Segundo a polícia, eles já receberam alta do hospital. A tentativa de invasão está sendo investigada pela 17ª DP (São Cristóvão), responsável pela área.
Os criminosos da facção invasora não conseguiram tomar o complexo. A polícia suspeita que o ataque tenha sido orientado por bandidos oriundos do Caju, mas que mudaram de facção. Informações iniciais apontam que os invasores se concentraram primeiro no Morro da Mangueira e, de lá, partiram para a Barreira do Vasco, que fica próximo ao Caju.
A suspeita é de que os bandidos que tentaram a invasão sejam de diferentes comunidades, como Complexo do Alemão, Nova Holanda e Parque União, ambas na Maré.
No fim de setembro, policiais da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) prenderam Luiz Alberto Santos de Moura, um dos chefes do tráfico na comunidade. Ele teria participado da invasão à Rocinha, dias antes de sua captura, em apoio a Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. Com ele, foram apreendidos dez fuzis que seriam mandados para a favela de São Conrado.
O Globo/montedo.com