2 de dezembro de 2017

Maia defende renovação de decreto que garante Forças Armadas no Rio

Presidente da Câmara diz que pedido de saída de Sá foi frase solta: 'Talvez tenha me precipitado'
Maia afirmou ser indispensável uma reforma do
Estado brasileiro para o financiamento de áreas
importantes, como a saúde, educação e a segurança
(Foto: Lula Marques/AGPT)
Agência O Globo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), defendeu a renovação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), cujo término ocorre no fim de dezembro, embora não tenha tratado do tema com o presidente Michel Temer. O decreto garante as ações das Forças Armadas no Rio. As tropas federais ficam no Rio até o fim de 2018. Maia participou do seminário "Diálogos sobre Segurança Pública no Rio de Janeiro", organizado pela Câmara de Comércio Americana.
Segundo o secretário de Segurança, Roberto Sá, também presente ao evento, caso seja necessário, a Secretaria de Segurança fará um novo pedido para a renovação da GLO:
- A promessa do presidente é de que as tropas fiquem até o fim de 2018. Tem uma questão legal de exercício financeiro. Chega no fim de 2017 algumas questões burocráticas terão que ser revalidadas, mas se algo mudar nós vamos refazer o pedido porque é o que nos interessa: recursos financeiros e humanos para o enfrentamento.
O presidente da Câmara foi indagado sobre a declaração feita por ele, em setembro, pedindo a saída do atual secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá. Maia afirmou que foi uma "frase solta" e que talvez tenha se "precipitado":
- Eu falei uma frase solta, acho que nem deveria ter falado. É responsabilidade do governador. Ele tem trabalhado de forma incansável com poucas recursos. Não é que mudei de opinião, não cabe a mim discutir exoneração. Talvez tenha sido um erro meu por ser morador do Rio de Janeiro, de São Conrado. Talvez tenha me precipitado naquela frase.

'ESTOU NUMA MISSÃO'
Já o secretário Roberto Sá afirmou que permanecerá no governo enquanto Luiz Fernando Pezão entender que ele possa contribuir:
- Eu estou numa missão. Eu me sinto um missionário numa missão. Enquanto ele entender que posso contribuir, fico para o meu Rio de Janeiro.
O secretário estadual de Segurança Pública fez um discurso em defesa das ações das ações da área durante sua gestão. Em tom de desabafo, Sá afirmou que a média de apreensão de arma de fogo cresceu considerando que a Polícia Militar perdeu, segundo ele, 58% da frota da corporação e cerca de dois mil PMs desde 2016, além de 500 policiais civis.
- Comentar jogo de futebol é muito fácil, mas trabalhar nesse cenário (da segurança pública), com decreto de calamidade, não foi fácil. Eu poderia ter dito não, mas me sentiria covarde. Administrar com dinheiro é fácil - desabafou o secretário, reforçando ter 35 anos de serviço e ter assumido a pasta com redução orçamentária de 40%.

EMPRÉSTIMO PARA O RIO
O presidente da Câmara dos Deputados afirmou ainda que cobrou, na manhã desta sexta-feira, o andamento do empréstimo federal para o Rio. Segundo ele, "deve sair nos próximos dias":
- Tenho certeza que dentro dos R$ 3 bilhões do empréstimo, que se Deus quiser deve sair nos próximos dias, vamos ter condição de colocar em dia o 13° dos policiais.

ATUALIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
Maia afirmou que pretende apresentar uma atualização na legislação de combate ao tráfico de drogas e armas em fevereiro do próximo ano. O presidente da Câmara criticou a ausência de ações da União na segurança ao longo dos últimos anos.
- Criamos uma comissão de juristas coordenada pelo ministro Alexandre de Moraes para que a gente possa atualizar a legislação ao combate do tráfico de drogas e de armas, para que a gente possa em fevereiro ter um texto para focar exclusivamente nesse tema.

FONTE DE FINANCIAMENTO
Maia afirmou ser indispensável uma reforma do Estado brasileiro para o financiamento de áreas importantes, como a saúde, educação e a segurança. Ele defendeu a legalização de cassinos atrelada ao turismo, ponto também defendido por Roberto Sá.
fatoonline/montedo.com