A polícia cumpriu ordens de prisão em três estados e no Distrito Federal
Veículos roubados circulavam livremente pelas rodovias do país, após serem registrados com chassis clonados
Um suspeito segue foragido
Júlia Campos - Especial para o Correio
A operação Alto Luxo, desarticulada nesta quinta-feira (14/12), apontou um esquema bem planejado da quadrilha, segundo a Polícia Civil. Há indícios até mesmo do uso de chassis clonados de caminhões do Exército Brasileiro para que os criminosos pudessem circular livremente com veículos roubados pelas rodovias do país. Além do crime cometido com as cargas e caminhões, os envolvidos também faziam a venda e frete dos produtos roubados.
Doze dos 13 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão foi cumpridos em São Sebastião, Sobradinho, no Distrito Federal; em Planaltina, Formosa, Novo Gama, Alvorada do Norte, em Goiás; além de ordens em Ibotirama (BA) e Indaiatuba (SP). A polícia também apreendeu 4 armas de fogo, além de recuperar seis caminhões e um automóvel roubados. Um suspeito está foragido.
A investigação da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) durou aproximadamente seis meses. Segundo o delegado-adjunto Rafael Seixas, em uma das ações os criminosos roubaram um motorista que fazia parte da própria quadrilha “A movimentação de dinheiro exata, não temos. Mas, era coisa milionária”, afirmou. O investigador garante que a busca sobre caso não chegou ao fim.
De acordo com a Polícia Civil, Francisco Silva Germano, 35 anos, é apontado como o líder do grupo. Ele planejava as ações e realizava os contatos com os executores dos roubos, compradores dos produtos e fraudadores. O homem possui antecedentes criminais pelo uso de documentos falsos.
Morenita de Souza Nunes, conhecida como Mara, 45 anos, é esposa de Francisco. Ela o auxiliava nas ações, como no recebimento do dinheiro decorrente dos acertos das vendas dos bens roubados. Além de obter bloqueadores de sinais/rastreadores. Também realizava contatos com os demais comparsas para ajustar a prática dos crimes. Mara possui também possui antecedentes pela participação em estelionato.
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Fraudes com caminhões do Exército
Uma parte do grupo, chefiada por um homem identificado como Sandro Elias Ferreira, o Tatu, era responsável por clonar placas de caminhões do Exército Brasileiro, veículos que não têm placas e que são registrados apenas pelos números dos chassis, o Número de Identificação do Veículo (NIV). Ele providenciava o cadastrado falso dos caminhões roubados na base local e nacional, além de transferir os veículos para os integrantes do grupo e pessoas ligadas a eles.
A regravação da identificação de um veículo do Exército em um caminhão particular, do mesmo modelo e ano do original só que descaracterizado, permitia aos criminosos a circulação livre pelas rodovias, já que com os dados clonados, os criminosos conseguiam transferir a documentação para os Detrans de diferentes estados.
A Polícia Civil segue investigando de que forma os criminosos conseguiam o registro das placas clonadas e afirma que irá notificar alguns órgãos responsáveis por este processo de regularização, como o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o próprio Exército, para analisar possíveis fraudes.
CORREIO BRAZILIENSE/montedo.com