14 de dezembro de 2017

RJ: cinco pessoas são presas em operação do Exército no Complexo da Maré

Rio de Janeiro - Exército faz operação no Complexo da Maré, na zona norte do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Cinco pessoas foram presas na operação de cerco e estabilização realizada hoje (13) na comunidade Nova Holanda, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, com a participação de 800 militares do Exército. Os suspeitos doram levados para o 21ª Distrito Policial. Eles são acusados dos crimes de roubo, furto, tráfico e de associação ao tráfico. Os cinco detidos tinham mandados de prisão expedidos pela Justiça comum que estavam em aberto.
Além das prisões, foram apreendidos 33 motocicletas e 12 carros roubados/clonados, sendo alguns de luxo. Houve, ainda, a apreensão de drogas, como maconha, crack e cocaína, 24 munições, 20 estojos, uma bomba de fabricação caseira, uma pistola Glock 9 mm com carregador, um rádio transmisso e uma granada de mão artesanal. Os militares recolheram também um aparelho de DVD, uma TV e um condicionador de ar, além de aproximadamente R$ 800 em espécie.
A ação foi desencadeada para cumprir mandado judicial como diligência de um Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado no âmbito da Justiça Militar.
Diferente de outras operações que já ocorreram no Rio com emprego das Forças Armadas, a ação desta quarta-feira teve a participação apenas de equipes da Polícia do Exército, com a presença de alguns militares da Marinha e Aeronáutica, em funções de comando e Estado-Maior e também na parte de controle de espaço aéreo.
“Em procedimentos anteriores, as Forças Armadas faziam o cerco e os órgãos de Segurança Pública, as polícias Militar e Civil entravam na comunidade para cumprir os mandados. No caso de hoje, o cumprimento do mandado de Justiça era encargo das Forças Armadas, da Polícia do Exército, então houve necessidade de entrar e buscar o cumprimento desses mandados e, foi nessa situação, que foram encontradas todas as ocorrências levadas à Justiça comum”, informou o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Roberto Itamar, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o coronel Roberto Itamar, o motivo da diligência está sob segredo de Justiça.
“A natureza e objeto desta diligência está protegida por segredo de justiça, mas o mandado foi cumprido hoje ainda pela manhã e ela foi cumprida. O objetivo previsto para esta missão foi plenamente cumprido. Paralelamente a esse mandado, que permitiu que a operação fosse realizada, foi instalado um cerco como sempre feito nas operações realizadas anteriormente", disse à Agência Brasil.
O coronel informou ainda por ser um IPM não significa que há envolvimento de um militar. “Todo crime militar pode ser praticado por militar ou civil, em função da característica especial desse crime. É tipificado como crime militar é aberto um Inquérito Policial Militar e são instauradas sindicâncias, oitivas e vários procedimentos como cumprimentos de mandados. É justamente este processo que está sendo levado pela Justiça militar e para que não prejudique essas investigações, as diligências são feitas sob sigilo de Justiça. Estamos impedidos, pela Justiça militar de prestar maiores informações”, completou.
A operação começou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira e terminou às 18h. Nesse período, foram abordadas mais de 3 mil pessoas e cerca de 1500 veículos nas vias da comunidade. De acordo com o porta-voz do CML, não está descartada a possibilidade de uma outra operação semelhante no local.
O coronel informou também que após a descoberta do depósito de carros roubados e a oficina clonagem de veículos, agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis da Polícia Civil entraram na comunidade para fazer os registros.

Escolas
Por causa da operação, as escolas da região - dez escolas, três creches e seis Espaços de Desenvolvimento Infantil - ficaram fechados. A Secretaria Municipal de Educação do Rio informou que, no momento, as unidades, exceto as creches e os Espaços de Desenvolvimento Infantil recebem apenas os estudantes em recuperação, por isso foi menor o total de alunos que ficaram sem aulas. “Trata-se de contingente bem menor do que o diário e de contagem variável de escola para escola. Por essa razão, até o início do recesso só divulgaremos apenas o número de unidades fechadas por conta da violência”, avisou, acrescentando que as escolas encerrarão as atividades no próximo dia 20.
Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil/montedo.com