RODRIGO MAIA FOI QUEM MAIS USOU A MORDOMIA: VIAJOU 210 VEZES
Imagem: Cavok |
As horas de voos da força Aérea Brasileira (FAB), usadas ano passado para transportar autoridades no Brasil seriam suficientes para dar cem voltas ao Mundo. Um levantamento da Rádio CBN, divulgado nesta segunda-feira, 26, revela que foram usadas 4.400 horas para deslocamento de ministros e chefe de Poderes, o que daria 182 dias ininterruptos de voo.
Foram 2.330 voos em 2017, sem contar as viagens presidenciais, que não são divulgadas no relatório da FAB. Uma média de seis viagens por dia para transportar ministros e os chefes do Legislativo e do Judiciário. Mas, em alguns dias do ano, foram quase 20 decolagens.
O campeão pelo uso dos aviões da FAB é o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que viajou 210 vezes pelos aviões da Força Aérea em 2017. O parlamentar, que sempre pede avião para nove pessoas, chegou a viajar até oito vezes em apenas uma semana.
Os gastos pelo transporte são mantidos em sigilo, mas com base no preço médio de combustível, os gastos com transporte de Maia podem chegar a mais de R$ 1,5 milhão.
Por meio de nota, a assessoria de Rodrigo Maia informou que o presidente respeita as regras estabelecidas para solicitação de voos oficiais. Sobre a comitiva, a presidência da Câmara diz que Maia sempre é acompanhado pela a equipe de segurança, mas não passa a lista de passageiros. A reportagem CBN apurou que alguns ministros e deputados costumam pegar carona com o presidente da Câmara.
Segundo o levantamento, entre os chefes do primeiro escalão, o que mais viajou foi o ministro de Desenvolvimento Social, Osmar Terra (MDB): 154 voos pelo país, inclusive entre Brasília e Goiânia.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), aparece em segundo lugar no ranking – foram 152 voos em 2017. Trinta e três para fora do país.
Tem ministro que pede o maior avião e viaja com ele lotado. O campeão em comitivas no ano passado foi Blairo Maggi, da Agricultura. Em março de 2017, o ministro fez duas viagens para o Sul cheio de acompanhantes. Na primeira, levou 50 passageiros. A assessoria do político diz que ele levou 38 embaixadores para uma exposição agropecuária.
Sem limites para o número de voos nem de solicitações e com os gastos mantidos em sigilo, é difícil fiscalizar o uso da FAB.
Somente no ano passado, o Comando da Aeronáutica gastou cerca de R$ 180 milhões apenas em combustíveis e lubrificantes de aviação. No orçamento deste ano, a previsão de gastos subiu mais de 30% – 237 milhões.
DIÁRIO do PODER/montedo.com