17 de outubro de 2010

GOLPISTA PASSA POR TENENTE-CORONEL DO EXÉRCITO E ENGANA CÚPULA DA SEGURANÇA CARIOCA

Um falso tenente-coronel do Exército que conseguiu enganar a cúpula da Secretaria estadual de Segurança Pública por três meses acabou preso quinta-feira. Dizendo-se militar, Carlos da Cruz Sampaio Júnior trabalhava na coordenação da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional, auxiliando na distribuição dos policiais e no planejamento integrado das polícias Civil e Militar. O golpe, no entanto, só durou o tempo da investigação pelo departamento de Recursos Humanos.
Após levantar a ficha de Carlos, a Secretaria de Segurança descobriu que ele não era das Forças Armadas, usava documentos falsos e possuía um revólver sem ter porte de arma. De acordo com as investigações, ele teria conseguido inclusive obter uma carteira de motorista com a documentação falsa de militar.
Quinta-feira, enquanto trabalhava, portando um revólver calibre 38, Sampaio foi preso por agentes da Secretaria de Segurança, no prédio da pasta, na Central do Brasil.
Encaminhado para a 4ª DP (Praça da República), ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma e indiciado por falsidade ideológica e falsificação de documento público.
- Ele está preso por porte ilegal de arma, mas vai responder também por falsidade ideológica e falsificação de documento público. Foram instaurados dois inquéritos, um para apurar o porte ilegal de arma e outro para analisar os demais casos - afirmou o delegado titular da 4ª DP, Ricardo Dominguez.
Golpista já havia trabalhado antes na secretaria
Filho de um oficial militar reformado, Sampaio chegou a fazer prova para entrar no Exército, mas foi reprovado. Porém, conhecia todos procedimentos do Exército e se portava como se fosse militar. Ele já havia trabalhado na pasta entre 2003 e 2006, durante o governo Rosinha Garotinho.
Atualmente, Carlos era coordenador da 1ª Região Integrada de Segurança Pública, que abrange as regiões Sul, Centro e Norte da capital. Ele chegou ao cargo após ser apresentado aos responsáveis pela Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional, que o contratou por já ter trabalhado na pasta.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Carlos já foi exonerado. Ele está preso na Polinter do Grajaú.