15 de fevereiro de 2011

À BEIRA DE UM SURTO DE DENGUE. BH RECORRE AOS MILICOS.

Infantaria em ação contra dengue em BH
Militares do Exército e da Aeronáutica iniciaram visita às áreas mais críticas da capital, que está à beira de surto MAURÍCIO DE SOUZA
infantaria no combate a dengue
Militares visitam imóvel na Região da Pampulha, uma das regiões com maior número de focos da doença
O combate à dengue em Belo Horizonte ganhou, literalmente, ares de guerra. Desde a manhã desta segunda-feira (14), 142 militares do Exército e da Aeronáutica reforçam as ações de prevenção, em uma força-tarefa com agentes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Até a última semana, o órgão havia contabilizado 947 casos suspeitos e 71 confirmações da doença na capital.
Os militares foram treinados pela Secretaria Estadual de Saúde e remanejados em equipes que percorrerão as regiões mais críticas: Norte, Venda Nova, Noroeste, Nordeste e Pampulha. O objetivo é que cada grupo vistorie aproximadamente 1.200 imóveis.
O secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira, acompanhou o início dos trabalhos de 21 militares da Aeronáutica no Bairro Santa Terezinha, na Pampulha. No local foram confirmados dois casos da dengue e há outros nove suspeitos. Vários imóveis foram vistoriados à procura de focos das larvas do Aedes aegypti.
“A força-tarefa é um reforço para a equipe de BH. Estamos em situação de alerta”, afirmou Teixeira. Na capital, são 800 mil imóveis e, segundo ele, as vistorias são mantidas ao longo do ano. Em 2011, informa, alguns imóveis fechados foram notificados, mas ainda não houve multas.
Na casa da aposentada Margarida Maria dos Santos, 73 anos, foram encontrados possíveis criadouros do mosquito, como vasos de plantas com água. Ela foi orientada sobre os riscos da doença. “Eu tomo conta sempre para não deixar água. Já tive dengue e acho muito importante as vistorias”, disse Margarida dos Santos.
A dona de casa Maria de Fátima Cardoso, 57 anos, também teve sua residência vistoriada, onde foi encontrado um pneu exposto no quintal. “Todos meus filhos já tiveram a doença. Busco sempre limpar, mas sempre fica alguma coisinha fora do lugar. Até converso com os vizinhos para ajudar, mas cada pessoa é responsável por sua casa”, lembrou Maria de Fátima.
O Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) em Belo Horizonte, no mês de janeiro, foi de 3,8%. Pouco abaixo dos 4,2% do mesmo período de 2010.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, uma taxa igual ou superior a 4% indica alto risco de surto. Na capital, os bairros que apresentam maior risco são Céu Azul e Minaslândia (Região Norte), Coqueiros (Noroeste) e Venda Nova, na região de mesmo nome.
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