31 de julho de 2011

MPM QUER NOVAS DILIGÊNCIAS EM INQUÉRITO DE SOLDADO QUE FOI ABUSADO NO RS. CELULAR PODE TER IMAGENS DA VIOLÊNCIA.

Telefone celular pode trazer imagens de violência contra soldado em Santa Maria


Igor Natusch
O Ministério Público Militar devolveu à Justiça Militar o inquérito sobre o estupro de um soldado dentro de um quartel em Santa Maria (RS), ocorrido em maio. O pedido do MPM é para que novas diligências e perícias sejam realizadas – entre elas, em um celular apreendido, que supostamente traria imagens em vídeo da violação.
O pedido de mais averiguações foi feito nesta quinta-feira (28) pelo promotor Soel Arpini, da Procuradoria da Justiça Militar de Santa Maria. Segundo o MPM, alguns resultados do inquérito militar, concluído no dia 19 de julho, são inconclusivos. O major Roberto Brancaleone, do Setor de Comunicação da 3ª Divisão de Exército, disse ainda não ter recebido um comunicado oficial sobre a devolução, mas garante que o retorno do inquérito para mais diligências é algo corriqueiro em situações do tipo. Até o momento, não há informações sobre o novo prazo para conclusão das perícias.
Leia também:
O soldado de 19 anos teria sido estuprado por outros quatro colegas enquanto cumpria pena administrativa no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria. Após a violência, o jovem ficou oito dias internado no hospital militar, metade deles sem contato com familiares. A mãe da vítima alega ter sofrido ameaças veladas quando finalmente pôde visitar o filho – segundo ela, foram feitas insinuações de que o sexo teria sido consentido e que o jovem violentado era homossexual.

JOBIM SUBIU NO TELHADO. DE NOVO.

Presidente constrange Jobim e cogita substituição
Natuza Nery, Fernando Rodrigues e Márcio Falcão
A presidente Dilma Rousseff constrangeu ontem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao tratá-lo de forma protocolar durante evento oficial no Palácio do Planalto. Ela avalia a possibilidade de demiti-lo da pasta após Jobim declarar publicamente à Folha e ao UOL ter votado no tucano José Serra na eleição presidencial de 2010. Dilma ficou irritada com a declaração. Cogitou demitir Jobim, mas preferiu não fazer isso já. No governo avalia-se que, se o ministro tivesse pedido demissão, ela teria aceito na hora. Ontem, em um evento no Planalto, Dilma tratou o auxiliar com frieza ostensiva. Não o citou no discurso, como é praxe. O cumprimento entre ambos foi protocolar.
Dilma já sabia da opção eleitoral do ministro por Serra desde o ano passado. Ainda assim, decidiu reconduzi-lo ao cargo por influência de Lula. Pesou a favor de Jobim seu reconhecimento no meio militar e seu trabalho para institucionalizar o Ministério da Defesa, criado há 12 anos. Ministro de Lula e Fernando Henrique, Jobim perdeu espaço sob Dilma. Deixou de ser mediador em negociações com o mundo jurídico e não conseguiu concluir a compra dos caças Rafale. O próprio Jobim confidenciou a amigos que não ficará por muito tempo no posto. A recente polêmica, porém, pode precipitar sua saída. Além de revelar o voto em Serra, o ministro afirmou que o tucano teria tomado as mesmas atitudes de Dilma se tivesse vencido a eleição. Aqui
FOLHA.COM

COMANDANTE DO EXÉRCITO E MAIS SETE GENERAIS SÃO INVESTIGADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

Comandante do Exército vira alvo de investigação
Leonardo Carvalho - 18.jan.2010/Folhapress
O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri
O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e mais sete generais viraram alvo de investigação da Procuradoria-Geral de Justiça Militar sob suspeita de participação em fraudes em obras executadas pelo Exército
Os oficiais comandaram o DEC (Departamento de Engenharia e Construção) e o IME (Instituto Militar de Engenharia) entre 2004 e 2009, período em que o Exército firmou vários convênios com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para realizar obras em rodovias.
Um grupo de engenheiros e contadores chefiados pela promotora Ione de Souza Cruz, do Ministério Público Militar, apontou indícios de fraude em 88 licitações feitas pelo Exército para executar obras do Ministério dos Transportes e apontou desvios de recursos públicos no valor de R$ 11 milhões.
Em nota, o Centro de Comunicação do Exército afirmou que não tem conhecimento da investigação e que "não cabe à Força e nem aos militares citados emitir qualquer tipo de posicionamento sobre o assunto".

CAMALEÃO: NA ESG, LULA AFAGA MILITARES COM ELOGIOS À GEISEL

Lula reencontra militares e defende Jobim

Maurício Thuswohl
Diante de um auditório lotado por autoridades civis e militares, além de oficiais das três forças armadas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva travou na sexta-feira (29) seu primeiro contato oficial com as lideranças militares do país desde que deixou o posto máximo da República, há sete meses. Acompanhado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pelos três ministros militares - general Enzo Peri (Exército), almirante Júlio de Moura Neto (Marinha) e brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) -, Lula foi recebido na Escola Superior de Guerra (ESG) em ambiente amistoso, fez diversas menções elogiosas às Forças Armadas e teve sua palestra, sobre “o Brasil do futuro”, diversas vezes interrompida por aplausos.
“E quem disse que a gente tem que governar só com quem vota na gente?”.
Alvo de todas as atenções por conta da polêmica amplificada nos últimos dias pela grande imprensa após ter declarado voto no tucano José Serra nas últimas eleições presidenciais, o ministro Jobim não tocou no assunto, mas teve em Lula um defensor. Na saída da palestra, quando indagado se o episódio causaria mal-estar entre o ministro e a presidente Dilma Rousseff, Lula retrucou: “E quem disse que a gente tem que governar só com quem vota na gente? Um presidente tem que governar com os melhores. A gente não pode fazer política achando que quem não votou na gente é pior do que quem votou”.
Provocado por jornalistas que perguntaram se o apoio a Jobim poderia contrariar a presidenta Dilma, que estaria incomodada com o ministro da Defesa, Lula respondeu com uma crítica à oposição: “Antes das eleições, diziam que a Dilma era um poste, não tinha experiência, não fazia política, etc. Depois que ela ganhou, eles se autodeterminaram amigos dela. E eu, inimigo. É claro que eu e Dilma somos diferentes, mas vocês sabem onde nós somos iguais? Somos iguais na afinidade ideológica e no compromisso programático com o desenvolvimento do nosso país. Não adianta tentarem criar intriga entre nós, porque no dia em que eu tiver uma divergência com a Dilma, ela estará certa”.
Lula so bre Geisel:“ousadia ao investir em infraestrutura durante os anos setenta”
Minutos antes, durante a palestra, Lula já havia elogiado Jobim, a quem se referiu como companheiro pela condução do processo de elaboração da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada durante seu governo. O clima entre os interlocutores era ameno, e o primeiro afago de Lula na platéia majoritariamente militar veio com um elogio ao ex-presidente Ernesto Geisel, penúltimo presidente-general durante a ditadura, “por sua ousadia ao investir em infraestrutura durante os anos setenta”. Lula, entretanto, observou que foi exatamente nesta época que a dívida externa brasileira em dólar cresceu consideravelmente.
Dirigindo-se ao comandante da Marinha, Lula lembrou que a indústria naval brasileira chegou a ser a segunda maior do mundo, mas foi sucateada no período neoliberal: “Em 2002, quando fui eleito, a indústria naval brasileira, que chegou a ter 50 mil trabalhadores nos anos setenta, tinha somente 1,9 mil trabalhadores. Travamos uma luta política para provar que era possível recuperar a indústria naval e, oito anos depois, voltamos a ter mais de 50 mil trabalhadores atuando em estaleiros espalhados por diversos estados do Brasil”, disse.
O ex-presidente reafirmou que o fortalecimento das Forças Armadas é um aspecto fundamental dentro do projeto político trilhado pelo Brasil nesses últimos oito anos e meio: “Quando eu cheguei no governo, o Batalhão de Engenharia do nosso Exército não tinha sequer uma betoneira. Hoje, está tão preparado que algumas empreiteiras já estão com medo. Os submarinos da Marinha e os helicópteros da Aeronáutica também estão perto de virar realidade. A gente não quer as Forças Armadas fazendo política, mas também não as quer subalternas e desacreditadas. Queremos Forças Armadas bem treinadas, preparadas, equipadas e respeitadas”.
Lula citou os desafios que, segundo ele, as Forças Armadas brasileiras têm pela frente. “O Brasil quer construir a paz na América do Sul, onde temos 16 mil quilômetros de fronteiras. Somos um país que hoje tem preocupação com a Amazônia, com seus oito mil quilômetros de costa marítima, que acaba de descobrir o pré-sal e quer defender a biodiversidade existente em nosso território. Por isso, a Estratégia Nacional de Defesa é extremamente importante para o Brasil que queremos criar para amanhã e depois de amanhã. É um modelo que queremos deixar para os nossos filhos”, disse.

Nova ordem, novos parceiros
“As forças não são mais como eram em 1945, existem outros atores que querem jogar, querem participar, e não estão mais dispostos a serem apenas meros espectadores”
As mudanças na política externa brasileira foram também abordadas por Lula na conversa com os militares: “Este país conquistou auto-estima e respeitabilidade, e não quer mais ser inferior a ninguém”. Lula citou um momento marcante de seu início de governo, quando foi ao Fórum Social Mundial em Porto Alegre e de lá saiu diretamente para o Fórum de Davos, como definidor de uma mudança de postura do Brasil. “Pude fazer o mesmo discurso nos dois lugares. Pude falar da fome com a mesma clareza que falei em Porto Alegre, mesmo sabendo que Davos não é lugar para falar de fome, pois todo mundo está de barriga cheia”.
“Naquele momento, vi que tínhamos que mudar a geografia política, econômica e comercial do mundo. Não é possível que os mesmos países que já detinham o poder e a hegemonia das decisões no pós-guerra continuem a ter a mesma atitude até hoje sem levar em conta que, do ponto de vista econômico e do ponto de vista político, o mundo mudou”, continuou o ex-presidente, antes de defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU. “As forças não são mais como eram em 1945, existem outros atores que querem jogar, querem participar, e não estão mais dispostos a serem apenas meros espectadores”, disse.
O novo período que o Brasil quer ver iniciado nas relações multilaterais, segundo Lula, passa necessariamente por uma nova ordem nas relações comerciais do país. “Quando chegamos ao governo, as exportações e importações do Brasil com a África eram de apenas US$ 5 bilhões, e em 2011 chegaremos aos US$ 20 bilhões em comércio com os países africanos. Com a América do Sul, tínhamos um comércio de apenas US$ 15 bilhões, e hoje chegamos a US$ 83 bilhões. Com a Ásia, tínhamos um comércio de US$ 16 bilhões e hoje temos um comércio de USS 112 bilhões”.
O ex-presidente falou especificamente da relação com os países ricos: “Qual a explicação para um país do tamanho do Brasil ficar tão dependente em suas relações econômicas dos Estados Unidos e da Europa? Por quê não procurar estabelecer novas parcerias? Fui muito criticado ao comprar uma briga para acabar com a Alca. Nós não queríamos a Alca porque não era um modelo de integração latino-americano. Era, na verdade, a tentativa de fazer um grande acordo entre os EUA e o Brasil, as duas maiores economias do continente. Não estava prevista na Alca nenhuma benevolência para ajudar os países mais pobres como aconteceu na União Européia. Apanhamos muito, mas vencemos e fortalecemos o Mercosul”.

GOVERNADOR DEIXA MILICOS PLANTADOS E NÃO VAI RECEBER ORDEM DO MÉRITO MILITAR.

O governador Cid Gomes  'deu bolo' nas autoridades militares do Ceará, ao faltar à solenidade que tinha como pauta única a entrega da Ordem do Mérito Militar (mais alta condecoração do Exército Brasileiro) ao irmão do inefável Ciro Gomes.
O fato [não?] ocorreu no último dia 21 quando, quarenta minutos após a hora marcada para a cerimônia, um assessor de Cid ligou para o Quartel General da 10ª Região Militar, informando que o governador não poderia comparecer, por ter "amanhecido com uma indisposição".
Resultado: como era o único evento programado, generais, secretários de estado, oficiais da reserva e demais convidados tiveram que sair 'de fininho' do palanque.
Colaborou: Lourinaldo Telles

EXÉRCITO CEDE ÁREA PARA CENTRO DE TREINAMENTO DO BOTAFOGO

RODRIGO VIGA
O Botafogo enfim terá seu centro de treinamento. Segundo o presidente Maurício Assumpção, o clube fechou um acordo com o Exército que prevê a cessão um terreno ao lado a sede alvinegra, em Marechal Hermes, zona norte do Rio de Janeiro. O dirigente diz que o documento será assinado na semana que vem.
O CT será usado pelas categorias de base do clube e, eventualmente, pelo time profissional. O local terá três campos, uma arquibancada para 3 mil pessoas, um prédio administrativo e instalações para os jovens atletas. "Esperamos no ano que vem já estar inaugurando as instalações. É trabalho para no máximo 13, 14 meses", declarou Assumpção ao Terra.
O acordo com o Exército prevê que as instalações sejam usadas também como Centro de Treinamento por militares que participam de competições esportivas nacionais e internacionais. "Estamos contando com apoio de empresários para nos ajudar na obra. Há pelo menos cinco grupos juntos conosco", disse ele.

QUARENTA ALUNOS DE CURSO DE SARGENTOS ESTÃO COM SUSPEITA DE LEPTOSPIROSE NO CEARÁ

40 militares estão com suspeita de leptospirose


IVNA GIRÃO E JOÃO MOURA
Os alunos do Curso de Formação de Sargentos estavam em Maranguape e possivelmente foram contaminados pela água
Soldados doentes realizaram exames no Hospital Militar e retornaram ao 23 BC. 
Há desencontro sobre internados. Sesa diz que são 4; unidade de saúde afirma serem 10
NATINHO RODRIGUES
Cerca de 40 militares, alunos do Curso de Formação de Sargentos do 23º Batalhão de Caçadores (BC), em treinamento em Maranguape, sofreram contaminações. Há duas semanas apresentam sintomas de vômito e dores de cabeça. Há suspeita de contágio por leptospirose - doença infecciosa transmitida pela urina do rato - ou Hepatite A. Uma equipe de gestores da saúde esteve ontem à tarde no Hospital Militar de Fortaleza para visitar os pacientes que ainda estão em observação médica.
Conforme as informações do coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Manuel Fonseca, quatro soldados ainda permanecem internados, outros estão em análise clínica aguardando resultado dos exames. "O fato de apresentarem icterícia na pele pode indicar suspeita de leptospirose ou de hepatite A. Umas das causas pode ter sido a água infectada, transportada pelo carro pipa ou qualquer outro alimento ruim. Estamos aguardando os laudos e atentos para que isto não se repita novamente", informa.
Uma reunião entre a Sesa, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) está marcada para próxima segunda-feira com o intuito de analisar os resultados e abrir sindicância com provas colhidas no local.

Movimentação
No Hospital Militar, o clima ontem era de temor. O entra e sai de adoentados, vindo do 23 BC, era intenso. Um dos alunos do Curso de Formação, na companhia de outros seis, confirmou a contaminação, disse estar bastante ansioso para receber logo o resultado dos exames. Orava para não ter sido contaminado mesmo por leptospirose. "Mas as chances são bem grandes de ser algo mais grave", diz.
Com o sobrinho internado na instituição militar com suspeita de leptospirose, uma senhora, que pediu para não se identificar, procurou o Diário do Nordeste reclamando da falta de informações e temendo a instalação de uma epidemia entre os soldados do 23 BC. "Foi tudo muito estranho. Há uma semana dois passaram muito mal. De repente todos estavam bem doentes e a gente sem saber nada direito. O superiores querem esconder os fatos e os perigos", narra. Ela comenta ainda a falta de higiene e a constante presença de ratos no interior do quartel.
Entretanto, ela não foi a única a procurar a redação para relatar o acontecido. Uma outra denuncia chegou por telefone no começo da tarde de ontem. Um soldado, que estava presente no Curso de Formação em Maranguape, relatou a gravidade dos sintomas sentidos por ele e pelos companheiros: bastante vômitos, dores estomacais fortes e até risco de desidratação.

Acompanhamento
O médico responsável pela vigilância epidemiológica na Secretaria Municipal de Saúde, Ronaldo Pinheiro, afirma que os casos, apesar de não serem graves, merecem atenção e serão acompanhados pela gestão. "Estamos dando todo apoio necessário. Sei que esses militares acabam se arriscando por estarem expostos em área com mato, por exemplo. Entretanto, temos que ser cautelosos, não podemos confirmar ainda qual a doença que eles têm", alerta.

Blindagem
Sobre o ocorrido, a direção do Hospital Militar não quis se pronunciar. Na entrada da unidade de saúde a equipe foi proibida de realizar entrevistas tanto com os internos como com os acompanhantes. Uma das superiores ainda ameaçou de punição os cinco soldados que quiseram nos dar entrevistas.
Com esta blindagem, até o número de doentes internados ficou desencontrado. Um soldado, responsável pela recepção da instituição, informou que cerca de dez alunos estavam no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) enquanto a Sesa contabilizou apenas quatro.
Tentamos contatos também com a direção do 23º Batalhão de Caçadores, mas fomos informados que nenhum dos dirigentes iria se pronunciar.

30 de julho de 2011

5º BEC E RONDÔNIA: A HISTÓRIA DE UMA RELAÇÃO LENDÁRIA


"Ah! Meu amigo, se me visses, qual Ulisses moderno, abrindo dois mil quilômetros de estrada, de Cuiabá a Rio Branco, numa Odisséia real, para que descobrisses um novo Brasil,
 certamente não falarias assim."
Trecho de meu artigo, SOLDADO!, publicado neste blog.

5º BEC: 46 anos de progresso de história em Rondônia
Anisio Gorayeb
Comboio do 5º Batalhão de Engenharia e Construção durante sua última parada na BR 029, a 8 km de Porto Velho. (Fonte: 5o BEC)
Criado através do Decreto No. 56.629 de 30 de julho de 1965, assinado pelo Presidente da republica Humberto de Alencar Castelo Branco, o 5º BEC - Batalhão de Engenharia e Construção está completando 46 anos de desenvolvimento para a região e em especial para Rondônia.
Após alguns meses de preparação e uma minuciosa programação e aquisição de maquinas e equipamentos, recrutamento de militares para integrarem a missão de desbravamento na Amazônia, o comboio com a primeira unidade do 5º BEC partiu do Estado da Guanabara dia 16 de janeiro de 1966.
A primeira etapa da viagem até Cuiabá foi tranqüila. Já a segunda etapa que compreende o trecho de Cuiabá a Porto Velho pela antiga BR 029, hoje BR 364, foi muito difícil, a rodovia estava em péssimas condições, em estado de abandono. Uma viagem nestas condições era uma verdadeira aventura.
Após 32 dias de viagem, mais precisamente no dia 17 de fevereiro de 1966, o comboio do 5º BEC adentrava a cidade de Porto Velho em desfile pelas suas principais ruas. Na Rua Pinheiro Machado foi montado um palanque para as autoridades, onde estava presente o governador do Território Federal de Rondônia, o Coronel Manoel Luiz Lutz da Cunha Meneses.
A princípio o pelotão acomodou-se nas dependências da Guarda Territorial, na Rua Major Amarantes. Após alguns dias aquartelaram-se no antigo prédio do DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, na Rua Rui Barbosa, hoje Hospital de Guarnição. O comando do batalhão utilizou o prédio da administração da EFMM na Avenida Sete de Setembro esquina com Avenida Farquar.
Em seguida iniciaram as obras do quartel juntamente com as residências dos militares. Ao lado esquerdo do quartel foram construídas as residências dos sargentos e subtenentes, e ao lado direito as residências dos oficiais, por isso foi denominada de REO – Residência Especial dos Oficias. O comandante e os oficiais mais graduados sempre residiram no centro, no Bairro Caiarí.
Foram construídos dois clubes sociais, que por sinal, eram os melhores da cidade. Onde eram realizadas as melhores festas da cidade: bailes de carnaval, “reveillon”, baile municipal e bailes de debutantes. Um destes clubes foi demolido há pouco tempo. Por decisão do Ministério da Defesa, em seu lugar será construído um novo quartel. Lamentamos muito a demolição do “Cassino dos Oficiais” (este era o nome do clube), pois durante nossa juventude freqüentamos aquele local, que alem dos bailes tinha também uma boa piscina.
Seu primeiro comandante foi o Coronel Carlos Aloysio Weber que foi homenageado pelo Ministério do Exército, através da Portaria No. 363, de 14 de julho de 1999. O 5º BEC recebeu a denominação histórica de “Batalhão Cel. Carlos Aloysio Weber”. Uma justa homenagem a este pioneiro que comandou inúmeros heróis nesta longínqua região.
Nestes 46 anos de trabalho em prol do desenvolvimento da região o 5º BEC realizou e continua realizando trabalhos em diversas áreas. Milhares de quilômetros de rodovias federais, estaduais e municipais. Pavimentação de vias urbanas, construção de aeroportos e pistas de aviação, centenas de pontes e muitas de obras de construção civil.
O batalhão implantou o “Projeto Rondon” no final dos anos 60. Este projeto tinha o objetivo de requisitar estagiários de medicina e outras áreas de saúde para darem assistência aos moradores da região. Estes universitários vinham sempre do sul do país.
Imagem atual do quartel do 5º Batalhão de Engenharia e Construção, que desde 1999 recebeu a denominação de Batalhão Cel. Carlos Aloysio Weber. (Fonte: 5º BEC)
Muitos pioneiros constituíram família e residem na cidade de Porto Velho. Eles falam com orgulho do Batalhão, como por exemplo, o Sargento Áureo Soares que trabalhou diretamente com o Cel. Weber, e atualmente trabalha no Hospital de Guarnição. Segundo ele, não consegue se afastar da “farda”.
Há alguns meses ocorreu um fato curioso que comprova a paixão dos pioneiros pelo Batalhão. O subtenente Ranílio Zampiron, pioneiro do 5º BEC, que estava doente há bastante tempo, fez um pedido a família, e exigiu que atendessem seu último pedido.
Zampiron pediu que fosse sepultado no cemitério Jardim da Saudade, que foi construído pelo Batalhão em 1967 e onde está sepultado o Rogério Weber, filho do primeiro comandante que faleceu num acidente de motocicleta na rua que hoje tem seu nome. O subtenente que já estava residindo no sul do país há mais de 20 anos teve seu pedido atendido pela família. Em maio deste ano foi sepultado no cemitério do 5º BEC.
Parabéns ao Tenente Coronel Moacir Rangel Junior por comandar este Batalhão que há 46 anos realiza um grande trabalho em prol do progresso do povo de Rondônia.
Muito obrigado 5º BEC.
Leia também:

5º BEC: HÁ 44 ANOS, A CHEGADA EM PORTO VELHO



ALEMÃO: MP QUER EXÉRCITO LONGE DOS DESVIOS DE CONDUTA DE MORADORES

Promotor sugere triagem da atuação da força militar no Complexo do Alemão
Exército ficaria responsável pelos casos complexos, e os desvios de conduta, inerentes ao cotidiano de uma comunidade, ficariam com as polícias Civil e Militar

Mario Hugo Monken
Para promotores e procuradores da Procuradoria da Justiça Militar no Rio, a presença permanente de militares, as abordagens e as revistas geram, muitas vezes, o descontentamento de parte dos moradores dos complexos do Alemão e da Penha, que consideram as ações da Força de Pacificação uma restrição à liberdade. Para eles, o resultado dessa insatisfação foram os enfrentamentos, que resultaram em denúncias.
O promotor Luciano Gorrilhas sugeriu que fosse feita a triagem da atuação da Força de Pacificação. Para ele, o Exército deveria ficar responsável pelos casos mais complexos, e os desvios de conduta, inerentes ao cotidiano de uma comunidade, ficariam a cargo da Polícia Militar e da Polícia Civil. Assim, na sua opinião, seriam evitados possíveis abusos de autoridade por parte dos militares das Forças Armadas, treinados para situações de confronto e não para o trato cotidiano com comunidades.
O Comando Militar do Leste (CML), representação do Exército no Estado do Rio, informou que não recebeu qualquer notificação da Justiça a respeito de ações ou conduta irregulares dos militares durante abordagens de moradores dos complexos do Alemão e da Penha.
Segundo o órgão, as ações realizadas pela Força de Pacificação estão ocorrendo no estrito cumprimento da missão de manutenção da ordem pública e de pacificação da região, conforme determinado na Diretriz Ministerial 15/2010, de 4 de dezembro. Por esta diretriz, a Força desenvolve ações de patrulhamento ostensivo, revistas e eventuais prisões em flagrante.
O efetivo da tropa é de 1.700 homens. Segundo declarações do ministro da Justiça, Nelson Jobim, em maio, o Exército começará a deixar as comunidades ainda este ano quando se iniciará a implantação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) nas comunidades.

EXÉRCITO NÃO DÁ CARONA PARA ONÇA FUJONA NO MS

Exército nega transporte de helicóptero a onça fujona
Onça aguarda resolução do impasse para retornar a natureza
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
CAMPO GRANDE - O Exército Brasileiro negou transporte à onça que ficou conhecida após fugir duas vezes do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras). O Exército alega que as aeronaves existentes estão em operação e a única que está no pátio só sai do local para atender a emergências.
Após negativa, o coordenador do Cras se reunirá com a secretaria de Meio Ambiente para decidir se o animal será transferido por meio de outro transporte ou por via terrestre. O local onde a onça será solta não será divulgado para evitar problemas com proprietários rurais que não querem o animal no local. A onça ficou isolada após ser capturada pela segunda vez e não recebeu visita, para evitar o contato com o homem. A “onça fujona” recebeu um rádio-colar e será monitorada pelo Cras, por meio do Centro Nacional de Pesquisa em Grandes Predadores.
A onça fugiu pela primeira vez no dia 29 de outubro de 2010, sendo recapturada dois meses depois por meio de armadilhas colocadas dentro do Parque Estadual do Prosa. Entretanto, após dois dias na jaula, a onça conseguiu fugir novamente, sendo recapturada somente no dia 14 de fevereiro deste ano.
CAPITAL NEWS

ALEMÃO: MILITARES ENFRENTAM "POUCAS & BOAS" (II)


"Vocês só fazem essa p... porque estão fardados. Tira essa p... daí, quero ver tirar essa p... e vem pra cá. Você só se acha homem com essa farda, vem na mão. Quem é você para me dar ordem?".
Procuradoria da Justiça Militar já denunciou ao menos 49 pessoas por desacato ou ameaça às tropas militares que ocupam os complexos do Alemão e da Penha


Mario Hugo Monken
"Vocês só fazem essa p... porque estão fardados. Tira essa p... daí, quero ver tirar essa p... e vem pra cá. Você só se acha homem com essa farda, vem na mão. Quem é você para me dar ordem?".
As frases acima são de um morador do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, ao ser revistado por integrantes da Força de Pacificação do Exército no dia 6 de junho. Desde dezembro, os militares ocupam o conjunto de comunidades do Alemão e da Penha.
Conforme o iG revelou no último dia 11, a Procuradoria da Justiça Militar vem recebendo informações de que moradores do Alemão têm reagido com violência às abordagens dos militares e supostamente fariam ameaças a eles. Há relatos de agressões e xingamentos. E para conter a população, as tropas reagem com tiros de munições não-letais e o uso de spray de pimenta.
Essas reações às abordagens já fizeram com que a Procuradoria denunciasse ao menos 49 pessoas por delitos como desacato, resistência, ameaça ou desobediência aos militares, segundo um levantamento feito pelo iG no site do Superior Tribunal Militar (STM). Esses crimes constam no Código de Processo Penal Militar (CPPM).
Apenas um dos 49 denunciados permaneceu na cadeia. Os demais receberam o benefício de liberdade provisória.
Somando os denunciados e os que ainda não foram denunciados, ao menos 80 pessoas foram presas pela Força de Pacificação suspeitas de cometerem crimes previstos pelo CPPM. Há inquéritos em andamento.
O iG teve acesso, junto ao Ministério Público Militar, a trechos de algumas denúncias que mostram a reação dos moradores quando são abordados e as supostas ameaças aos militares. A Procuradoria não forneceu os nomes dos acusados.
No domingo (24), durante uma revista no Complexo do Alemão, houve uma discussão entre moradores e integrantes da tropa. Durante o bate-boca, garrafas, pedras e pedaços de pau foram arremessadas em direção do militar, que revidou com tiros de munição não-letal.
O disparo acabou atingindo o olho de um morador que estava na confusão. Ele foi identificado como Wanderlan dos Santos Silva. Ele está internado e corre o risco de perder a visão, segundo informações da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O Exército abriu inquérito para apurar o caso e afastou do patrulhamento os oito militares envolvidos no episódio.

Morador tentou tomar fuzil de militar, relata denúncia
“Seus periquitos. Vocês não têm p... nenhuma para fazer aqui”.
“Seus filhos da p..., quem manda aqui é o trem bala, essa p... é pública, a gente vai usar o banheiro de qualquer jeito”.
 “Larga e vem na mão, o bonde do trem bala vai voltar. Quem manda aqui é o Comando Vermelho. A gente vai pegar vocês fora daqui, abre o olho”.

Uma denúncia descreve um fato ocorrido no dia 17 de abril. Nesta data, integrantes da Força de Pacificação estavam parados na Praça São Lucas, na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Segundo a Procuradoria Militar, um grupo de 17 pessoas apareceu e começou a provocar os militares.
“Seus periquitos. Vocês não têm p... nenhuma para fazer aqui”.
Na ocasião, um morador tentou usar um banheiro de uso exclusivo dos militares. No entanto, foi proibido pela tropa, que alegou que havia outros destinados à comunidade. O morador, então, se revoltou. Chutou o banheiro e, na companhia de mais sete, gritou: “Seus filhos da p..., quem manda aqui é o trem bala, essa p... é pública, a gente vai usar o banheiro de qualquer jeito”.
Durante a confusão, uma das pessoas tentou pegar o fuzil de um dos militares e disse: “Larga e vem na mão, o bonde do trem bala vai voltar. Quem manda aqui é o Comando Vermelho. A gente vai pegar vocês fora daqui, abre o olho”.
Na mesma situação, uma moradora teria incitado a população a agredir os militares: “Taca pau, pedra nestes periquitos do governo”. Os militares, então, pediram reforço. Eles reconheceram algumas pessoas que participaram da confusão e deram voz de prisão. O caso resultou em denúncia por desacato contra quatro moradores.

“Me leva preso que eu quero ver”
Autos obtidos no Ministério Público Militar indicam que, no dia 25 de junho, os militares pararam um homem que dirigia sem habilitação e documentação do carro. Assim que foi abordado, o morador disparou contra os integrantes do Exército.
"Não estou nem aí porque vocês não podem me prender mesmo, seus filhos da p... Então me prende, me leva preso que eu quero ver", disse o morador, que foi denunciado por desacato.
“Taca pau, pedra nestes periquitos do governo”."Não estou nem aí porque vocês não podem me prender mesmo, seus filhos da p...”

Outra denúncia informa que, no dia 27 de junho, os militares revistaram pessoas que jogavam cartas na região das Casinhas. Um morador não quis ser vistoriado e não aceitou botar as mãos na parede. Ele chegou a colocar a mão debaixo da cintura. Pensando que o morador estivesse armado em razão do gesto, o militar acionou o spray de pimenta.
Segundo a denúncia, o militar foi empurrado e insultado pelo morador. "Eu não vou não. Você vai tomar no c... Vai se f... Você não tem autoridade para isso. Sou trabalhador, não preciso disso".


“Vou pegar um a um na porrada”
"Isso não é para sempre não, na rua você (militar) anda à paisana".
O iG também teve acesso à denúncia sobre um fato que ocorreu em 7 de maio. Na ocasião, após ser abordado no largo do Terço, na comunidade Nova Brasília, um morador negou-se a ser revistado e ameaçou os militares:“Vou pegar um a um de porrada”.
A Procuradoria também denunciou dois moradores por outro caso que aconteceu no mesmo dia. Na ocasião, eles estavam na rua 12, na Vila Cruzeiro. Um deles estava com drogas e se negou a ser revistado. Além de xingar os militares e tentar agredi-los, o suspeito ainda fez ameaças. "Isso não é para sempre não, na rua você (militar) anda à paisana".

ALMIRANTE AMERICANO DIZ QUE BRASIL É CONSELHEIRO DOS EUA PARA AMÉRICA LATINA

EUA buscam conselho do Brasil sobre América Latina, diz militar americano
Os militares dos EUA buscam o aconselhamento e o ponto de vista do Brasil em sua relação com a América Latina, afirma o vice-chefe do Comando Sul das Forças Armadas americanas, Joseph Kernan.
Baseado na Flórida, o SouthCom é responsável pelas atividades militares dos EUA na América Central e do Sul. Vice-almirante, Kernan, 56, fez carreira nos SEAL, as equipes de operações especiais da Marinha, e foi o primeiro comandante da Quarta Frota após sua recriação, em 2008, que provocou reações negativas na região.
Ele assumiu o posto atual em maio, depois de trabalhar em Washington como assessor do ex-secretário da Defesa Robert Gates. Kernan esteve no Brasil com a equipe que participou dos Jogos Mundiais Militares. Durante a viagem, reuniu-se com oficiais no Rio e em Brasília.
Na entrevista à Folha, destacou a "importância crescente" do Brasil e a importância que os EUA dão à relação bilateral. Abaixo, os principais trechos.

RELAÇÃO BILATERAL
"Nos anos recentes, tudo está em ritmo ascendente com o Brasil. O presidente Obama visitou [o país], o comandante do SouthCom está vindo no próximo mês. Tudo isso é baseado na forte relação histórica entre nossos países, na importância do Brasil para a região e na importância crescente do Brasil no ambiente global."

ACONSELHAMENTO
"Respeitamos o fato de que o Brasil deve buscar e promover relações com todos os países na região. Reconhecemos que isso é importante. Na verdade, é benéfico para nós. Procuramos aconselhamento e o ponto de vista do Brasil. Entendemos o quão importante é a relação estratégica, de longo prazo e duradoura, e esse entendimento deve transcender os altos e baixos."

MILITARES NO HAITI
"No Haiti, quando estive lá para ajudar nos esforços de socorro depois dos múltiplos furacões de 2008, nós nos subordinamos em termos de segurança à Minustah [força de paz da ONU, comandada pelo Brasil].
Eles entendiam claramente as necessidades de segurança dada a sua presença contínua. Pedimos que cuidassem de nossa segurança, enquanto nossa missão providenciava a entrega de ajuda humanitária com nossas capacidades logística, médica e de engenharia.
Tínhamos helicópteros pesados e embarcações anfíbias para desembarcar suprimentos e pessoas, enquanto a Minustah fornecia a segurança. Tratou-se de reconhecer que outros tinham mais conhecimento do que nós, e não de se preocupar com quem estava liderando ou no comando de esforços que precisavam ser complementares."

QUARTA FROTA
"Quando no comando da 4ª Frota, eu tinha um oficial naval brasileiro que participava de muitas das atividades unilaterais e multilaterais em que estávamos envolvidos. Ele era um consultor valoroso em relação a todos os nossos exercícios militares e atividades na região.
Eu lhe delegava responsabilidades que iam além da definição convencional de "oficial de ligação". Ele era essencialmente um participante vital e competente de minha equipe."

DIFERENÇAS
Uma das razões pelas quais acredito que fui escolhido para comandar a frota foi o entendimento de que as pessoas de Operações Especiais acreditam na importância de construir relações com pessoas e militares de outros países.
Durante nossas carreiras, passamos uma enorme parte do tempo trabalhando em colaboração com contrapartes. Aprendemos a entender e valorizar a diversidade cultural e étnica. A compreensão de que nem todo mundo pensa como nós, e tem uma perspectiva diferente mas importante, com a qual podemos aprender, é vital."
FOLHA.COM

ALEMÃO: MILITARES ENFRENTAM "POUCAS & BOAS" (I)

Morador do Alemão deu um chute no peito de militar, diz denúncia
Suspeitos usaram enxada, tijolo e até blocos de cimento para atacar tropas do Exército

Mario Hugo Monken
As denúncias feitas pelo Ministério Público Militar contra moradores dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, revelam que eles também chegaram a agredir fisicamente as tropas da Força de Pacificação e usaram objetos como enxada, tijolo e até blocos de cimento para atacar as tropas do Exército.
Segundo um levantamento feito pelo iG no site do Superior Tribunal Militar (STM), ao menos 49 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria Militar pelos crimes de desacato, desobediência, resistência ou ameaça aos integrantes da Força de Pacificação do Exército, crimes previstos no Código de Processo Penal Militar (CPPM).
No dia 8 de junho, uma patrulha do 37º Batalhão de Infantaria Leve abordou quatro suspeitos de tráfico de drogas em um bar. Um dos revistados se negou a colocar as mãos na parede, puxou do bolso o telefone celular e a carteira de identidade. Disse que era trabalhador e que iria chamar o seu advogado. Os militares pediram para que ele desligasse o aparelho.
O morador chamou outras pessoas para ajudá-lo. Segundo a denúncia, quando era levado para dentro da viatura, o suspeito deu um chute no peito de um dos militares e subiu no teto do carro do Exército. A tropa, então, teve que intervir. Um spray de pimenta foi usado e um tiro de bala de borracha foi disparado e atingiu o homem na perna. Ele acabou recebendo voz de prisão.
No dia 18 de maio, um morador desacatou militares na Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro. Consta na denúncia que a tropa ordenou que ele parasse. No entanto, o mesmo reagiu e pegou uma enxada para agredir os integrantes do Exército.
Um dos militares, então, acionou sua arma com munição não letal. De acordo com a denúncia, o morador largou a enxada, pegou dois blocos de cimento e atirou um deles na direção da tropa, atingindo um militar. Foi dada voz de prisão ao suspeito que, mesmo assim, teria dado chutes nos integrantes do Exército e ainda tentou tomar um fuzil.

Tentativa de atropelamento
No dia 15 de janeiro, militares patrulhavam a Estrada Vicente de Carvalho, perto da casa de shows Olimpo, quando foram desacatados por transeuntes que, segundo consta em denúncia da Procuradoria da Justiça Militar, estavam obstruindo a passagem da viatura.
A tropa insistiu para que eles deixassem o local, mas os suspeitos se recusaram. Além de terem xingado os militares, um deles ameaçou arremessar um tijolo nos integrantes do Exército. Um militar, então, reagiu e atirou spray de pimenta para contê-lo.
Em outro caso ocorrido no dia 22 de abril e que resultou em denúncia, os militares faziam patrulhamento na esquina das ruas Joaquim de Queirós com Bulhufa, no Alemão, e pediram para que um motociclista parasse. Ele estava com duas pessoas na garupa. Consta nos autos que ele furou o bloqueio e jogou a motocicleta na direção de um militar na tentativa de atropelá-lo.
O suspeito foi perseguido e acabou derrapando com a moto. Foi detido e autuado por constrangimento ilegal e desafio para duelo.

Militar foi agarrado e jogado no chão
No dia 19 de junho, na Rua Aristóteles Ferreira, na comunidade Nova Brasília, no Alemão, militares pediram para que um morador parasse para ser revistado. Consta na denúncia que ele se negou e gritou: "Vocês não têm direito, vocês não mandam em mim".
A tropa tentou imobilizá-lo, mas o morador reagiu. Os autos revelam que, ao receber voz de prisão, ele empurrou um militar. Quando era colocado dentro da viatura, o suspeito agarrou um integrante do Exército, o derrubou no chão e tentou fugir. Os militares tiveram que usar spray de pimenta e munições não-letais para contê-lo.
iG

ALEMÃO: À DISTÂNCIA, TRAFICANTES CONTINUAM DANDO AS ORDENS

General da Força de Pacificação diz que traficantes de fora transmitem ordens
Oficial diz que bandidos possuem uma rede de comunicação via rádio no Alemão e na Penha

Mario Hugo Monken
Além da suposta pressão feita nos moradores para atacar as tropas da Força de Pacificação, os traficantes tentam manter seus negócios nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. O comandante do órgão, general Carlos Sarmento, afirmou ao iG que os bandidos mantêm uma rede de comunicação via rádio no interior das comunidades.
Ele revelou que, nesta semana, prendeu um suspeito de tráfico que admitiu receber R$ 550 por semana para atuar como olheiro do tráfico. "Temos informações de que, via rádio, os traficantes dão ordem aqui para dentro", disse.
O oficial disse já ter recebido denúncias de que alguns antigos chefes do tráfico no Alemão e na Penha como Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, e Luiz Cláudio Machado, o Marreta, já estiveram nas comunidades, mas essas informações não foram comprovadas. Fontes da Polícia Civil disseram que eles costumam frequentar a área à noite armados com fuzis.
"Que esses chefes circulem armados de fuzis não sabemos, mas temos informes do Disque-Denúncia falando da presença de alguns por aqui, como é o caso do Mica, que já teria sido visto na região do Caracol. Acho que a presença dos criminosos aqui, caso ocorra, possa ser porque eles possuem familiares e relações nas comunidades", afirmou.
Sarmento disse que as bocas de fumo existentes no Alemão e na Penha são itinerantes, não se fixam num ponto só. Segundo ele, os traficantes que ainda permanecem normalmente não possuem passagem pela polícia, o que dificulta a identificação. "Hoje, as drogas são escondidas em mochilas ou até dentro dos bancos das motocicletas", disse o oficial.
Dados da Força de Pacificação indicam que, entre os dias 15 de maio e 17 de julho, foram apreendidos mais de 3 mil papelotes de cocaína, quase 500 trouxinhas de maconha, 455 pedras de crack e 65 trouxinhas de haxixe.
"As drogas apreendidas aqui são para consumo interno. E vem de fora para dentro. Não existem grandes estoques. As apreensões não são grandes. Às vezes, podemos prender alguém com 400 ou 500 papelotes de cocaína, por exemplo", explicou.

Disparo para o alto
Sobre armas, o general afirmou não ter notícias da existência de armamento pesado. Segundo ele, há apenas revólveres e pistolas. Ele disse que, há poucos dias, suspeitos avistaram uma patrulha da Força na favela da Chatuba, na Penha, e fugiram, mas efetuaram um disparo para o alto. Nos últimos dois meses, 15 armas foram recolhidas nos dois complexos. Para o oficial, a presença de armas na área de pacificação estaria acontecendo para resolver disputas internas entre os traficantes remanescentes.

Assaltos e homicídios
Além do tráfico de drogas, o Exército confirma que, durante o período de pacificação, já houve homicídios e assaltos no interior das comunidades. Segundo a Força de Pacificação, foram dois assassinatos. Um deles, de acordo com a corporação, por motivo passional.
No outro assassinato, a do eletricista Wallace Moreira Amorim, que foi morto a tiros, a polícia tem informações de que o crime foi cometido por traficantes. Segundo denúncias, o rapaz foi morto porque fez uma festa em sua casa que contou com a presença de policiais.
Remanescentes do tráfico não gostaram e mataram o morador. Um suspeito do crime já foi preso. A família do eletricista, não se sentindo segura de permanecer no local decidiu se mudar.
Sobre este crime, o comandante da Força de Pacificação, general Carlos Sarmento, disse ter recebido denúncias de que o rapaz teria ligação com milícias, foi expulso pelo tráfico, mas retornou ao local com a ocupação do Exército.
Sobre assaltos, a Força confirma três ocorrências entre maio e julho na área de pacificação. E uma delas, um caminhão de gás foi roubado na Rua do Cajá, na Penha, no dia 28 de junho. Um estabelecimento comercial localizado na mesma rua foi assaltado no último dia 10.

HAITI: CAPITÃO FALA SOBRE LIVRO "COMBATE DA PAZ"

Ralph Peter apresenta o programa "Livros em Revista" e recebe Luciano Moreira,capitão do Exército Brasileiro - Comandante do Pelotão Chacal da Força de Paz da ONU no Haiti e autor do livro "Combate da Paz" .



ALEMÃO: TRAFICANTES INCITAM POPULAÇÃO CONTRA OS MILITARES

"Tráfico incita população contra o Exército", diz comandante
General que comanda tropas nos complexos do Alemão e da Penha diz que traficantes remanescentes querem desmoralizar a tropa

Mario Hugo Monken
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Comandante da Força de Pacificação, 
general Carlos Sarmento e chefe da 
Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha
Em entrevista ao iG, o comandante da Força de Pacificação do Exército, general Carlos Sarmento, afirmou que as reações violentas dos moradores dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, durante as abordagens dos militares são, em grande parte, orquestradas por traficantes que permaneceram no local após a ocupação.
Segundo ele, os criminosos querem retomar a situação anterior à pacificação quando o tráfico tinha amplo domínio e ditava as regras. "Vemos estas reações como uma coisa orquestrada e incentivada por traficantes para desmoralizar a tropa e criar fatos que deixem transparecer que a nossa missão aqui não está tendo sucesso. Eles fazem pressão nos moradores", disse o general.
Segundo Sarmento, há ofensas gratuitas aos militares que partem do "nada". Ele disse que os locais mais preocupantes são a Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, e a região próxima à quadra esportiva da comunidade da Chatuba, na Penha.
"O tráfico faz pressão para que volte o que era antes, que o Exército saia daqui e que não há necessidade de as tropas ficarem por aqui. Há palavrões e ofensas. A patrulha está ali para cumprir o seu dever. As pessoas são abordadas, revistadas e pode haver a prisão por desacato. De repente, se forma uma grande aglomeração ao redor, mulheres e crianças são colocadas em volta para impedir a ação da tropa. Às vezes, latas e garrafas são jogadas", afirmou o oficial.
Sarmento afirmou, no entanto, que os casos de reação à tropa são isolados e que a população apoia a pacificação. "O Complexo do Alemão é um paraíso e a Penha está muito perto disso", elogiou.

Outros motivos
O general afirmou ainda que, em menor quantidade, há casos em que a população se insurge contra a tropa em razão da imposição de horários para términos de festas nas comunidades. "Nós estabelecemos horários para término de festas nas ruas, normalmente às 2h, mas tudo é combinado previamente. Mas aí, chega 2h, a festa tem que acabar, mas o pessoal quer que continue. E aí, partem para a baderna e agressões à tropa", explicou.

Foto: Agência OGlobo
Militares do Exército no Complexo do Alemão
As reações às abordagens já fizeram com que a Procuradoria da Justiça Militar denunciasse ao menos 49 pessoas por delitos como desacato, resistência, ameaça ou desobediência aos militares, segundo um levantamento feito pelo iG no site do Superior Tribunal Militar (STM). Esses crimes constam no Código de Processo Penal Militar (CPPM).
Sarmento revelou ao iG que todas as pessoas detidas pela tropa de pacificação são levadas para a sede do órgão e, lá, recebem a oportunidade de se retratarem com os militares. Se o detido aceitar e o militar ofendido concordar com as desculpas, o auto de prisão em flagrante, que resulta em abertura de inquérito e denúncia, nem é lavrado. "Os autos de prisão são lavrados nos casos mais graves ou quando há reincidência", explicou.
O general afirmou que, em caso de reações às abordagens, os militares estão orientados inicialmente a usar spray de pimenta e, em seguida, bombas de gás lacrimogêneo. Segundo ele, somente em uma situação mais grave, a tropa poderá usar munições não-letais sendo que os disparos têm que ser feitos sempre em direção aos membros inferiores (pernas).

SARGENTO QUE ATIROU EM GAY TEM HABEAS CORPUS NEGADO NO RJ

Sargento tem habeas corpus negado no RJ
O sargento do Exército Ivanildo Ulisses Gervasio, preso na noite desta quinta-feira acusado de ter atirado em um jovem homossexual em novembro do ano passado, teve o pedido de habeas corpus negado.
O crime aconteceu no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, após uma parada gay. Três sargentos participaram da agressão, no entanto, somente Ivanildo foi punido. O sargento foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e sem chance de defesa a vítima.
O jovem Douglas Igor Marques, agora com 20 anos, continua com as marcas da violência espalhadas pelo corpo.
BAND

SARGENTO DO EXÉRCITO QUE ATIROU EM GAY NO RJ É PRESO POR CONSTRANGER TESTEMUNHAS

29 de julho de 2011

MÉDICO DA MARINHA É PRESO POR DESACATO NO RJ

Um médico foi preso na noite desta quarta-feira (27) no Hospital Paulino Werneck, na Ilha do Governador(RJ), acusado de desacato à autoridade por policiais do Batalhão da Ilha do Governador (17º BPM).
Os PMs foram chamados ao local por pacientes que disseram que o médico estava se recusando a prestar atendimento à população.
Segundo a polícia, em determinado momento, o médico, que também é capitão-tenente da Marinha, teria desacatado os agentes.
O clínico-geral foi encaminhado à delegacia da Ilha do Governador (37ª DP), onde foi autuado pelo crime de desacato à autoridade. Ele prestou depoimento e foi liberado em seguida.
R7

SARGENTO MAX WOLFF FILHO: O CENTENÁRIO DE UM HERÓI DE VERDADE

Nascido em Rio Negro - PR, em 29 de julho de 1911, era filho de Max Wolff, descendente de alemães e de D. Etelvina, natural de Lapa-PR. Até os 4 (quatro) anos viveu as tensões da Guerra do Contestado. Aos 5 (cinco) anos, durante a Primeira Guerra Mundial, freqüentou a escola em Rio Negro (PR). Aos 11 (onze) anos já era o principal auxiliar de seu pai na torrefação e moagem de café. Aos 16 (dezesseis) anos passou a trabalhar como escriturário de uma companhia que explorava a navegação no Rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate, carregar e descarregar vapores.
Serviu ao Exército pela primeira vez, se alistando no então 15ºBC, em Curitiba, hoje 20ºBIB, onde participou da Revolução de 1930. Transferido para o Rio de Janeiro, combateu a Revolução de 1932 no Vale do Paraíba. Foi professor de Educação Física e Defesa Pessoal. Ingressou na Polícia Militar do Rio, então Distrito Federal, sendo Cmt da Polícia de Vigilância.
Na época da 2ª Grande Guerra Mundial, apresentou-se voluntariamente, tendo sido designado para a 1ª Cia, do 1°Btl do já tradicional 11°Regimento de Infantaria, em São João Del Rei. Contava ele com 33 (trinta e três) anos de idade.
Ingressou na FEB como 3° Sargento, desde cedo tornou- se muito popular e querido, dada as suas atitudes desassombradas e a maneira carinhosa e paternalista com que tratava seus subordinados (apelidado de carinhoso) com o passar do tempo, passou a ser admirado não só pelos seus camaradas, mas pelos superiores tanto da FEB como do V Exército de Campanha americano, pelas suas inegáveis qualidades.
Todas as vezes que se apresentava para missões dificeis a serem cumpridas, lá estava o Sgt Wolff se declarando voluntário, principalmente participando de patrulhas. Fazia parte da Companhia de Comando e, portanto, sem estar ligado diretamente às atividades de combate, participou de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro a Monte Castelo, levando, de forma incessante, munição para a frente de batalha e retornando com feridos e, na falta deste, com mortos. Indicado por sua coragem invulgar e pelo excepcional senso de responsabilidade, passou a ser presença obrigatória de todas as ações de patrulha de todas as companhias, como condição indispensável ao êxito das incursões. Um desses exemplos está contido no episódio em que o General Zenóbio da Costa, ao saber do desaparecimento do seu Ajudante-de-Ordens, Cap João Tarciso Bueno, que fora colocado à disposição do escalão de ataque, pelo General, por absoluta falta de recompletamento de oficiais, ordenara ao Cmt do Btl que formasse uma patrulha para resgatar o corpo do seu auxiliar. O Cmt adiantou ao emissário que a missão seria muito difícil, mas que tentaria. Para tanto, sabedor que só um Wolff poderia cumpri-la, o chamou, deu a ordem e ouviu do Sgt Wolff, com a serenidade, a firmeza e a lealdade que só os homens excepcionalmente dotados podem ter: ''Coronel, por favor, diga ao General que, desde o escurecer, este padioleiro e eu estamos indo e voltando às posições inimigas para trazer os nossos companheiros feridos. Faremos isto até que a luz do dia nos impeça de fazer. Se, numa dessas viagens, encontrarmos o corpo do Capitão Bueno, nós o traremos também". Não logrou o Sgt Wolff trazer o corpo do Cap Bueno que, apenas ferido, havia sido resgatado por um soldado, mas ainda lhe foi possível, naquela madrugada, salvar muitas outras vidas.
Tais qualidades o elevaram ao comando de um pelotão de choque, integrado por homens de elevados atributos de combatente, especializado para as missões de patrulha, que marcharia sobre o acidente capital "Ponto cotado 747", ação fundamental nos planos concebidos para a conquista de Montese. Foi-lhe lembrado sobre a poupança da munição para usá-la no momento devido, pois, certamente, os nazistas iriam se opor à nossa vontade. Foi-lhe aconselhado que se precavesse, pois a missão seria à luz do dia. Partiu às 12 h de Monteporte, passou pelo ponto cotado 732 e foi a Maiorani, de onde saiu às 13:10h para abordar o ponto cotado 747. Tomou, o Sgt Wolff, todas as precauções, conseguindo aproximar-se muito do casario, tentando envolvê-lo pelo Norte. Estavam a 20 metros e o Sgt Wolff, provavelmente, tendo se convencido de que o inimigo recuava, estando longe, abandonou o caminho previsto para, desassombradamente, à frente de seus homens, com duas fitas de munição trançadas sobre seus ombros, alcançar o terço superior da elevação. O inimigo deixou que chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13:15 h do dia 12 abril de 1945. O inimigo abriu uma rajada, atingindo e ferindo o comandante no peito que, ao cair, recebeu nova rajada de arma automática, tendo caído mortalmente também soldado que estava ao seu lado. Após esta cena, sucedeu-se a ação quase suicida de seus liderados para resgatar o corpo do comandante. A rajada da metralha inimiga rasgava um alarido de sangue. A patrulha procurava neutralizar a arma que calara o herói. Dois homens puxaram o corpo pelas penas. Um deles ficou abatido nessa tentativa. O outro, esquálido e ousado, trouxe Wolff à primeira cratera que se lhe ofereceu. Ali, mortos e vivos se confundiam. A patrulha, exausta, iniciava o penoso regresso às nossas linhas, pedindo que a artilharia cegasse o inimigo com os fogos fumígenos e de neutralização. Os soldados do Onze queriam, a qualquer custo, buscar o companheiro na cratera para onde tinha sido trazido, lembrando a ação que ele mesmo praticara tantas vezes. Queriam trazer o paciente artesão das tramas e armadilhas da vida e da morte das patrulhas. Foi impossível resgatá-lo no mesmo dia face a eficácia dos fogos inimigos, inclusive de Artilharia. O dia seguinte era a largada da grande ofensiva da primavera. O Sgt Wolff lá ficara para que estivéssemos presentes na hora da decisão.
Montese foi conquistada. Seu nome será sempre presente porque as grandes ações resistem ao tempo e são eternas. Foi promovido "post-mortem" ao posto de 2º Tenente (Decreto Presidencial, de 28 Jun 45). Deixou na orfandade sua filha Hilda, seu elevo e maior afeição de sua vida de soldado. Da Itália, escreveu a sua irmã Isabel, relatando seu orgulho em pertencer ao Exército Brasileiro e que, se a morte o visitasse, morreria com satisfação. Foi homenageado com a distinção de ser agraciado com quatro medalhas: de Campanha; sangue do Brasil; Bronze Star (americana) e Cruz de Combate de 1ª Classe.Eis a síntese do heroísmo de um homem simples e valoroso. Seus restos mortais encontram-se no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no jazido 32, quadra G.
- Veja a carta recebida pela Mãe do Sgt Max Wolf, comunicando-a de seu falecimento em combate.

EsSA



EU VI MORRER O SARGENTO WOLFF
O relato de Joel Silveira sobre a morte de um dos maiores heróis
da FEB, o Sargento Max Wolff Filho, em missão de patrulha na Itália.

Vi perfeitamente quando a rajada de metralhadora rasgou o peito do Sargento Max Wolff Filho. Instintivamente ele juntou as mãos sobre o ventre e caiu de bruços. Não se mexeu mais. O Tenente Otávio Costa, que estava ao meu lado no Posto de Observação, apertou os dentes com força, mas não disse uma palavra. Quando lhe perguntei se o homem que havia tombado era o Sargento Wolff, ele balançou afirmativamente com a cabeça.
Menos de uma hora antes eu estivera conversando com o sargento. Creio que foi a mim que ele fez suas últimas confidências. Falou-me de sua filha, uma menina de dez anos de idade, que ficou no Brasil. Disse-me que era viúvo e deu-me notícias de que sua promoção a segundo-tenente, por ato de bravura, não tardaria a chegar. E como eu estava recolhendo mensagens entre os homens de seu Pelotão de Choque, já formados para a patrulha de minutos depois, o Sargento Max Wolff pediu-me que também enviasse uma sua. Estão comigo as poucas linhas que sua letra delicada e certa escreveu no meu caderno de notas: “Aos parentes e amigos: Estou bem. À minha querida filhinha: Papai vai bem e voltará breve”.
Tenho ainda nos ouvidos, muito vivas, as últimas palavras que escutei do sargento. Um dos soldados lhe pedira uma faca, e ele respondeu, sorrindo:
- Voi non bisogna faca. Tedesco não é frango.
O sargento saiu com seus homens pelas sebes e ravinas da direita, e nós seguimos para as montanhas do norte, defronte ao ponto que a patrulha deveria atingir. Vimos quando os homens apontaram na terra de ninguém e seguiram cautelosos pela estrada deserta. O sargento havia transformado seus pentes de munição num colar que o sol incendiava. Levava o capacete de aço debaixo do braço e a pequena Thompson apontada para a frente. Nossa artilharia, à esquerda, cessara de atirar, e agora era um silêncio total. O Tenente Otávio Costa me disse:
- Não é possível que os alemães estejam ali.
O primeiro objetivo da patrulha eram as três casas, a menos de um quilômetro de nós e que os homens do Sargento Wolff atingiram às duas horas da tarde. O grupo cercou os três edifícios arruinados, e o sargento empurrou com o pé a porta de uma delas. Vimos quando ele entrou e fez um sinal para seus homens: novamente as duas fileiras espaçadas voltaram a caminhar pelos campos proibidos. Fazia um sol muito claro e alguma coisa – uma vidraça partida ou um esqueleto de munição – cintilava forte nas ruínas de Montese.
As duas e meia da tarde, a patrulha estava a menos de 100 metros do último objetivo a ser atingido: um novo grupo de casas sobre uma lombada macia. O Sargento Wolff deu seus últimos passos à frente. Então uma gargalhada curta e nervosa encheu o silêncio do vale e o Sargento Wolff caiu de bruços sobre a grama. Os outros homens se agacharam, rápidos, e os alemães começaram a atirar, bloqueando nossos homens com uma chuva de granadas de mão e rajadas de metralhadoras. Sacudiram depois para o ar foguetes iluminativos, pedindo fogo de suas baterias, e minutos depois os projéteis da artilharia nazista assobiavam sobre nós e iam explodir no caminho percorrido pela patrulha.
O Tenente Otávio Costa indicou posições aos nossos morteiros, e durante mais de uma hora o duelo continuou, um diálogo de fogo. Nossos morteiros rebentavam dois quilômetros além, onde possivelmente estariam localizadas as baterias nazistas, e os obuses alemães rebentavam perto, no chão onde nossos homens continuavam agachados ou nas fraldas do morro onde estávamos com o Posto de Observação. De vez em quando uma rajada de metralhadora cortava o ar, como um vento mau, e ia inquietar os galhos das árvores próximas. Foi um desses leques que raspou nossas cabeças e nos jogou para dentro de um buraco, onde ficamos perto de uma hora. Levantávamos de vez em quando até o parapeito da trincheira, mas os morteiros só davam folga de segundos: escutávamos seu assovio na distância, e voltávamos a nos espremer nos foxholes antes que a exclusão tremesse a terra.
Quando a noite caiu, conseguimos, rastejando, deixar as posições batidas e alcançar as trincheiras da retaguarda. Chegamos ao P.C. do Batalhão perto das dezenove horas. Minutos depois voltavam também os homens da patrulha do Sargento Max Wolff Filho. Mas ele ficara lá. Quando nossos padioleiros foram até a terra de ninguém, recolher os corpos e os feridos, os nazistas os receberam com rajadas impiedosas.
Muitos dos homens que voltaram tinham os olhos rasos d’água. Um deles era o Segundo-Sargento Nilton José Facion, de São João del-Rei, em Minas Gerais, que me contou essa história:
- Eu estava a uns trinta metros de Wolff quando ele foi atingido. O soldado Alfredo Estevão da Silva, que ia na frente, virou-se para mim e disse: “Parece que Wolff está morto. Vou puxar o corpo para cá” .Respondi que ia atrás dele. Mas uma rajada matou também o pracinha Estevão antes que ele pudesse fazer qualquer coisa. Chegou a minha vez e consegui arrastar o corpo do sargento até uns trinta metros. Depois veio a chuva de morteiros, e não pude fazer mais nada.O Sargento Alfeu de Paula Oliveira (ele também enxugava os olhos úmidos com a manga da blusa) me levou depois ao estreito compartimento onde Wolff tinha suas coisas: ali estava a condecoração que o General Truscott colocara no seu peito, poucos dias antes, a citação elogiosa do General Mascarenhas; o retrato da filhinha, de olhos vivos e brilhantes como os do seu pai. Tudo agora muito desgarrado. “Este foi um dia triste para nosso Batalhão”, me disse o Major Manuel Rodrigues Carvalho Lisboa. “Nós perdemos um bravo”.
FONTE:O Brasil na 2ª Guerra Mundial - Edições de Ouro
Correspondente de Guerra - Joel Silveira.

FX-2: SAAB QUESTIONA: "O BRASIL VAI CONTINUAR DEPENDENDO DE TECNOLOGIA ESTRANGEIRA?"

Saab: 'O Brasil vai continuar a depender de tecnologia estrangeira?'
Suecos insistem em projeto mais barato para o Brasil e afirmam que optar por desenvolver tecnologia própria é decisão política

Flávia Salme
"Estamos quebrando um paradigma", afirma Bengt
 Javer, representante da sueca Saab no Brasil

Único monomotor na disputa pelo reaparelhamento da frota de caças brasileiros da FAB, o Gripen tenta convencer o governo brasileiro de que pode ser tão capaz e eficiente quanto os caças Rafale (francês) e F-18 Super Hornet (americano). “Nós não somos nem melhores nem piores”, diz o representante da fabricante sueca Saab no Brasil, Bengt Janér. “Mas estamos quebrando um paradigma”, afirma o executivo.
Os suecos contam com a simpatia de militares de Aeronáutica e prometem não só o menor preço – estima-se que o caça Gripen custe US$ 4 bilhões –, mas também a melhor condição de pagamento. “Preço fixo, nenhum desembolso nos primeiros 8 anos, parcelamento em 15 anos e utilização da moeda de preferência (euro ou dólar)”, anuncia a proposta de divulgação.
Os suecos também afirmam que 30% dos investimentos resultantes dessa parceria permanecerão no Brasil. E para entender o que isso significa, eles vão além: garantem que a indústria nacional desenvolverá até 40% de todo o programa Gripen no mundo.
O argumento final tenta convencer o governo brasileiro a favor monomotor: transferência total de tecnologia para o País, o que inclui códigos-fonte e propriedade intelectual. “A tecnologia desenvolvida aqui não será produzida em nenhum outro país, incluindo a Suécia. O Brasil será exportador”, prometem.

A seguir, saiba mais o que diz Janér sobre a proposta do Gripen NG.
iG: Os concorrentes acusam o Gripen NG de nem existir. Afirmam que a opção pelo caça significa realizar uma compra “no escuro”. Em que consiste a proposta de criar um caça em parceria com o Brasil?
Bengt Janér: Hoje existem 232 caças Gripen voando em cinco forças aéreas: Suécia, Hungria, República Tcheca, África do Sul e Tailândia. Estamos propondo, a partir desses caças, uma parceria com o Brasil para desenvolver a nova geração. Continua monomotor, o que faz dele extremamente econômico, só que com aumento de tração. Estamos aumentando o alcance em mais de 40%; trocando o trem de pouso da fuselagem para as asas; instalando novo radar e integrando novos armamentos, sensores, computadores e softwares. O Brasil vai continuar a depender de tecnologia estrangeira ou vai ter a sua própria? O significado maior da parceria é esse.

iG: O ex-presidente Lula declarou a preferência pelo francês Rafale, mas há informações que no relatório da FAB os militares teriam declarado apoio ao Gripen. Como o senhor define a vantagem do caça sueco?
Janér: Pelas nossas estimativas, o Gripen custa hoje aproximadamente US$ 5 mil a hora de voo (incluindo o combustível sobressalente, a manutenção e o óleo lubrificante), enquanto que um Rafale custa US$ 20 mil e o da Boeing US$, 10 mil. Quando você tem dois motores, você carrega um peso muito maior, o que faz dos outros caças mais caros. E eles não carregam mais armamentos ou carga que os monomotores. Têm uma tração boa, mas são mais caros. Nós não somos nem melhores nem piores.

iG: O senhor afirma que não risco em apostar em um projeto que ainda vai ser desenvolvido?
Janér: Temos uma janela de oportunidade que estamos dispostos a compartilhar. Insisto, o problema dos outros é que já estão prontos e, portanto, não tem como fazer isso, até porque o projeto deles foi congelado vários anos atrás. Por exemplo, a Boeing teve a configuração do F-18 Super Hornet congelada na década de 1980, o Rafale, em 90. Vejo uma bifurcação: uma coisa é você viver num mundo onde você faz trocas comerciais para aumentar a margem de algumas empresas, a outra é desenvolver sua própria tecnologia.

iG: Os concorrentes afirmam que a configuração de seus caças é uma arquitetura aberta, que pode ser modernizada por mais 30 anos, que é o tempo de vida dos caças...
Janér: Estamos quebrando um paradigma. Você congela a configuração de uma aeronave muito antes de ela entrar em operação. E não se muda computadores e sensores a toda hora. Uma aeronave dura aproximadamente 30 anos e nesse período é feita uma atualização de meia vida, em que se troca computadores e etc. Criar uma nova geração de Gripens ficará muito mais barato no que diz respeito a integrar armamentos e outras peças. Colocar novos armamentos nos outros é possível, mas muito mais caro.

iG: A principal defesa do projeto Gripen se baseia no apelo de o caça ser mais barato. O senhor considera esse motivo suficiente para justificar uma opção de compra que também é política?
Janér: A questão da tecnologia é uma decisão política. As empresas brasileiras que participarem do processo poderão utilizar tecnologias em outras áreas, por que a gente prometeu compartilhar a propriedade intelectual de tudo que for desenvolvido em conjunto. Mas o orçamento é importante. O gasto com manutenção sai do orçamento da Aeronáutica. Geralmente são 75% com pessoal, 25% custeio e 5% investimentos. Quando há um corte de orçamento, como houve esse ano, todo mundo sente. O comandante terá que decidir que aeronave deixar no chão.

iG: Assim como os franceses, os suecos também investem em parcerias com empresas brasileiras. É um jeito de conquistar adeptos ao projeto?
Janér: Estamos investindo no Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), em São Bernardo do Campo (SP). Temos interesse em profissionais qualificados e acreditamos que haverá demanda de mão de obra. Nossos planos incluem investir na fabricação de aeroestruturas em parceria com indústrias nacionais. Por exemplo, a produção da fuselagem central, traseira e das asas do Gripen NG, independentemente do resultado disputa, será feito por uma empresa brasileira.

JOBIM, O POLÊMICO...

Ministro fardado e eleitor de Serra em 2010, Jobim acumula histórico de atritos
Defesa aberta de setores conservadores das Forças Armadas em episódios da ditadura colocaram o ministro da Defesa em linha de tiro com colegas e a OEA

João Peres
Na entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, concedida na terça-feira (26), Jobim disse que avalia que, se o tucano tivesse vendido Dilma Rousseff, o governo seria "a mesma coisa" (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - arquivo)
São Paulo – O ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou ter votado em José Serra (PSDB), adversário de Dilma Rousseff na eleição de 2010 na disputa pela Presidência da República. Ele era ministro de Luiz Inácio Lula da Silva e foi mantido no cargo no atual governo. Desde julho de 2007, quando assumiu, ele acumula um histórico de polêmicas.
Na entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, concedida na terça-feira (26), Jobim disse que avalia que, se o tucano tivesse vencido Dilma Rousseff, o governo seria "a mesma coisa", inclusive na ação para tirar suspeitos de envolvimento em corrupção no Ministério dos Transportes.
Filiado ao PMDB, Jobim foi escolhido por Dilma na "cota pessoal" da presidenta. Apesar de ser membro do partido que detém nove ministérios, a figura do ministro da Defesa chegava a ser tratada fora das contas de divisões entre as legendas que formam a base de sustentação do governo no Congresso Nacional.
Sentindo-se confortável como chefe imediato das três Forças Armadas, Jobim passou a utilizar farda com frequência e a comprar as brigas dos militares. Foi assim em episódios envolvendo as pressões da sociedade para que o Brasil alcance Argentina, Chile e Uruguai, julgando os crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-85) e passando a limpo os fatos ocorridos no período.
O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi e até mesmo a Organização dos Estados Americanos (OEA) foram colocadas na linha de tiro de Jobim ao defenderem a criação da Comissão da Verdade e a invalidade da Lei de Anistia no perdão a torturadores.
Nomeado no momento em que a situação nos saguões dos aeroportos enfrentava seus piores dias, o peemedebista chegou ao cargo credenciado por um vasto currículo, que inclui os cargos de deputado constituinte, deputado federal, ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – indicado pelo ex-presidente tucano.
Jobim mantém-se há quatro anos no cargo bem avaliado pela caserna, mas sem emplacar um de seus principais projetos à frente da Defesa. Ele nunca conseguiu levar adiante sua intenção de compra de caças franceses, manifestada publicamente pela primeira vez em 2009. Com o corte orçamentário anunciado pelo governo federal em fevereiro, a aquisição ficou adiada por pelo menos mais um ano. Em 2011, sua pasta perdeu atribuições com a criação da Secretaria de Aviação Civil, vinculada à Presidência da República e com estatuto de ministério.
No começo do governo Dilma, o ministro voltou a expor divergências publicamente, novamente atacando Paulo Vannuchi por conta da criação da Comissão da Verdade. Enquadrado pela presidenta, unificou o discurso com a atual titular da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e passou a defender o tema sem manifestar abertamente. Dilma determinou também que o ministro desautorizasse qualquer afirmação de militares em defesa da ditadura, ponto de tensão durante o 31 de março, quando se relembra o dia do golpe de Estado.
Confira abaixo episódios que compõem o "currículo" de Jobim no cargo de ministro da Defesa:
REDE BRASIL ATUAL