12 de outubro de 2011

HISTÓRIA: A DEMISSÃO DO GENERAL SYLVIO FROTA

A demissão de Frota

Orlando Brito
Hoje, 12 de outubro, Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, é também aniversário da queda do ministro Sylvio Frota, do Exército, que na foto aparece ao lado do presidente Ernesto Geisel, do almirante Geraldo Hening e do brigadeiro Araripe Macedo em uma cerimônia militar. Frota era contrário à escolha do general João Figueiredo para suceder a Geisel, que punha em curso seu processo de abertura política, cujo objetivo era devolver o poder aos civis.

Como foi
Feriado, eu estava indo para um jogo de futebol com os amigos no Clube da Imprensa e, ao passar pelo Planalto pela pista de trás, reparei numa movimentação diferente. Soldados com fardamento de campanha e armas pesadas, carros de patrulha, seguranças espalhados pelos jardins do palácio e, enfim, um clima bem diferente do que eu via na cobertura para o jornal nos dias da semana. Naquela época não havia telefone celular. Cancelei meu lazer e voltei para casa. De lá liguei para meu chefe no Globo. Em poucos minutos estávamos em busca do que acontecia. O presidente havia montado uma operação para demitir o ministro Frota. Segundo consta, Geisel convocou todos os generais de quatro estrelas para uma reunião em Brasília. Acho que eram treze, comandantes espalhados por vários estados no país. Como não sabia ao certo quantos estavam contra ou a seu favor, o presidente mandou cumprir aestratégia de manter a todos em lugares diferentes, de maneira que não se comunicassem, evitando qualquer articulação. Quando teve certeza de que não haveria ação conjugada, anunciou a demissão de Sylvio Frota. Não houve reação, nenhum deles foi contra. O carioca Fernando Belfort Bethlem assumiu e garantiu a unidade da tropa em torno da indidação de Geisel, João Figueiredo.