1 de novembro de 2011

DURANTE SEPULTAMENTO, FAMILIARES COBRAM EXPLICAÇÕES SOBRE MORTE DE SOLDADO NO PARÁ

Emoção e protestos marcam enterro de soldado

Entre lágrimas e gritos de desabafos, os familiares e amigos muito abalados pediam explicações para os representantes do Exército quanto à morte do soldado Fábio Clayton Coelho, de 21 anos, no último sábado. Durante o momento do adeus no velório e enterro do rapaz, os familiares se mostraram bastante indignados com os acontecimentos e com as breves explicações que a Força Armada havia passado.
“Falaram apenas que o tiro foi acidental e mais nada foi explicado”, argumentou, desconfiada, uma prima do soldado, que preferiu não ser identificada. Outra reclamação dos familiares era a da falta de apoio por parte do Exército. “Não estão dando apoio necessário para os pais dele. A notícia foi dada para eles e nem sequer um psicólogo foi encaminhado. Afinal de contas, ele perdeu a vida no trabalho e agora os pais precisam dessa ajuda”, comentou a tia de Fábio, Doralice Coelho.
Durante toda a manhã os pais de Fábio se mantiveram próximos ao caixão do filho e não quiseram conversar com a imprensa. A imensa dor, que era perceptível em ambos na chegada a um cemitério particular no bairro do Tapanã, foi amenizada pelo amparo dado pelo comandante da 8ª Região Militar em Belém, o general Carlos Roberto Peixoto. Dezenas de soldados do Exército e companheiros de Fábio também participaram das últimas homenagens prestadas ao amigo.
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MEDIDAS
“Estamos aqui para prestar todo apoio aos familiares, incluindo o respaldo financeiro”, comentou o general Peixoto. Ele aproveitou o momento para explicar que medidas estavam sendo tomadas pelo Exército. “Estamos com um Inquérito Policial Militar aberto e a Justiça Militar também está envolvida no caso”. O prazo para o resultado do inquérito é de 30 dias prorrogáveis.
Embora o resultado do laudo ainda não esteja pronto, o próprio general Peixoto informou que o tiro foi acidental e que o soldado acusado de ter atirado, que permanece detido, não estava limpando a arma como foi especulado inicialmente. “Estamos esperando mais detalhes de como tudo ocorreu, mas posso afirmar que Fábio estava descansando e que o outro soldado, que estava no seu horário de serviço, não estava limpando a arma”.

CASO
O soldado Fábio estava há dois anos no Exército e tirava plantão no sábado passado no stand de tiro “General Dutra”, no bairro do Marco. Fábio levou um tiro na mão e no abdômen, por volta das 17h. Foi encaminhado para o Hospital da Aeronáutica, mas faleceu às 19h. A família espera pelo laudo e pelo Inquérito Policial Militar que apura o caso. 
Diário do Pará