9 de setembro de 2014

Austrália: Escândalo de pornografia infantil envolve militares das Forças Armadas.

JOÃO MIGUEL RIBEIRO

Um relatório encomendado em 2012 analisou as denúncias sobre militares das Forças Armadas e concluiu que houve 104 casos de ataque sexual agravado sobre menores. Cerca de 200 militares foram demitidos por “conduta inaceitável” ou pela prática de “delitos civis”.
A Austrália acordou hoje chocada com a divulgação de dados de um relatório confidencial sobre o escândalo da pornografia infantil no interior de um dos garantes da segurança: as Forças Armadas (FA).
O documento, encomendado em 2012, abordou as acusações que pendiam sobre 847 militares por alegados abusos sexuais, assédios e outros tipos de agressões, num caso que levou o Governo a pedir desculpas públicas pelo comportamento das FA.
Mas só hoje é que foram revelados alguns dados do relatório, apesar da confidencialidade do mesmo.
Os dados mais graves referem a existência de 104 casos de agressão sexual agravada, incluindo violações.
De entre a grande maioria dos casos, relacionados com a posse e transmissão de pornografia com menores, 102 relatam a existência de “ofensas que não incluem ataques contra menores”.
Ao jornal The Australian, fontes militares (não identificadas) garantiram que as FA têm promovido medidas drásticas para punir os culpados.
Como exemplo, recordaram a expulsão de dez soldados desde que, no ano passado, foi conhecido o “Conselho Jedi”, um grupo que partilhava imagens explícitas de mulheres sem o conhecimento nem consentimento das mesmas.
Só desde julho de 2012 foram afastados cerca de 200 militares, ou por “conduta inaceitável”, ou pela prática de “delitos civis”.
O relatório trouxe ainda à tona os escândalos de abusos físicos e sexuais cometidos sobre adolescentes na base naval de Leeuwin, situação que terá ocorrido durante mais de três décadas (entre 1960 e 1984).
O relatório foi entregue em maio a David Hurley, que à época era o chefe da Polícia Militar.
ptjornal/montedo.com