22 de fevereiro de 2015

Ministro da Defesa nega recebimento de doações clandestinas de empreiteira.

Jaques Wagner disse que todas as doações para suas campanhas foram aprovadas pela Justiça
Jaques Wagner (centro) disse que não tem nada a temer | Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP
Jaques Wagner (centro) disse que não tem nada a temer | Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, chamou de "ilação" a notícia de que recebeu doações "clandestinas" da empreiteira UTC nas campanhas de 2006 e 2010 ao governo da Bahia e disse não ter "nada a temer". "Lamento a ilação dando conta de que eu teria recebido doação da empresa UTC, do senhor Ricardo Pessoa, de forma clandestina", afirmou Wagner, por meio de sua assessoria.
A informação sobre supostas manobras feitas pelo governo Dilma Rousseff para evitar a delação premiada do engenheiro baiano Ricardo Pessoa foi publicada em reportagem deste fim de semana da revista Veja. Segundo a publicação, Pessoa – dono da UTC e preso há três meses na Polícia Federal em Curitiba, na sétima fase da Operação Lava Jato – quer fazer um acordo de delação premiada que pode atingir o governo e o PT.
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Wagner disse que todas as doações para suas campanhas "foram declaradas e as prestações de contas, aprovadas pela Justiça Eleitoral". O ministro negou que tenha recebido contribuição da UTC na disputa de 2006, quando concorreu pela primeira vez o governo da Bahia, mas confirmou a doação da construtora na campanha pela reeleição, em 2010. "Os recursos declarados encontram-se à disposição de qualquer cidadão para consulta no Tribunal Superior Eleitoral", afirmou Wagner.
De acordo com Veja, um auxiliar de Pessoa disse à revista, sob condição de anonimato, que "Ricardo pode destruir Wagner" se revelar tudo o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal. "É uma frase inócua. Minha vida política está consolidada em três eleições para deputado federal e duas vitórias em primeiro turno para governador da Bahia", argumentou o ministro, ao lamentar que as informações tenham sido publicadas "com base em uma delação premiada que ainda não existiu".
CORREIO DO POVO/montedo.com