Jaques Wagner disse que todas as doações para suas campanhas foram aprovadas pela Justiça
Jaques Wagner (centro) disse que não tem nada a temer | Foto: José Cruz / Agência Brasil / CP |
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, chamou de "ilação" a notícia de que recebeu doações "clandestinas" da empreiteira UTC nas campanhas de 2006 e 2010 ao governo da Bahia e disse não ter "nada a temer". "Lamento a ilação dando conta de que eu teria recebido doação da empresa UTC, do senhor Ricardo Pessoa, de forma clandestina", afirmou Wagner, por meio de sua assessoria.
A informação sobre supostas manobras feitas pelo governo Dilma Rousseff para evitar a delação premiada do engenheiro baiano Ricardo Pessoa foi publicada em reportagem deste fim de semana da revista Veja. Segundo a publicação, Pessoa – dono da UTC e preso há três meses na Polícia Federal em Curitiba, na sétima fase da Operação Lava Jato – quer fazer um acordo de delação premiada que pode atingir o governo e o PT.
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Wagner disse que todas as doações para suas campanhas "foram declaradas e as prestações de contas, aprovadas pela Justiça Eleitoral". O ministro negou que tenha recebido contribuição da UTC na disputa de 2006, quando concorreu pela primeira vez o governo da Bahia, mas confirmou a doação da construtora na campanha pela reeleição, em 2010. "Os recursos declarados encontram-se à disposição de qualquer cidadão para consulta no Tribunal Superior Eleitoral", afirmou Wagner.
De acordo com Veja, um auxiliar de Pessoa disse à revista, sob condição de anonimato, que "Ricardo pode destruir Wagner" se revelar tudo o que sabe ao Ministério Público e à Polícia Federal. "É uma frase inócua. Minha vida política está consolidada em três eleições para deputado federal e duas vitórias em primeiro turno para governador da Bahia", argumentou o ministro, ao lamentar que as informações tenham sido publicadas "com base em uma delação premiada que ainda não existiu".
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