1 de junho de 2015

Tesourada de Dilma pode atrasar construção de batalhão do Exército no 'Nortão' mato-grossense

AL/MT compromete-se com emendas para in​ício da construção do Batalhão do Exército em Sinop
Exército em Sinop: discussão se arrasta há seis anos. Na imagem, reunião na Câmara de Vereadores, em 2013
(Foto: Expresso MT)
Cidade foi escolhida para sediar Batalhão por estar localizada em uma região de transição para a Floresta Amazônica e em uma área que ainda não possui cobertura militar – a unidade mais próxima fica na Capital.
Instituição reconhecida por sua competência na defesa da soberania nacional, o Exército Brasileiro foi um dos órgãos que mais sofreu com o contingenciamento do Governo Federal. Entre os cortes anunciados, está a emenda de R$ 16 milhões, apresentada pela bancada de Mato Grosso e incluída na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015 - para viabilizar a instalação do batalhão de Sinop. Diante da perspectiva negativa, o comandante da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, General-de-Brigada José Carlos Braga de Avellar, reuniu-se com o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e com parte dos parlamentares estaduais em busca de apoio financeiro para início das obras no nortão.
O comandante manifestou preocupação com o corte, uma vez que as principais tropas do Exército e os comandos de fronteira encontram-se na região sul e oeste de Mato Grosso, ficando o Norte do Estado desassistido. A escolha pelo município, de acordo com o General, foi estratégica, pelo fato de a cidade estar localizada em uma região de transição para a Floresta Amazônica e em uma área que ainda não possui cobertura militar – a unidade mais próxima fica na Capital.
“Sinop é um pólo de referência no norte mato-grossense e a presença do exército seria imprescindível para reprimir a entrada de ilícitos e também para o desenvolvimento da região amazônica, cujo bioma está presente em quase metade do território do estado”. afirmou.
Sensibilizados, os parlamentares se comprometeram em destinar parte de suas emendas para o início da construção do Batalhão de Sinop. A contrapartida do Governo de Mato Grosso foi assegurada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques. Dilmar Dal’ Bosco (DEM) sugeriu aos seus pares que provocassem a bancada Federal do Estado para destinarem valores de suas emendas pessoais, que são impositivas e não podem sofrer corte do Executivo.
“Tenho certeza de que o governador Pedro Taques tem interesse em investir na construção do Batalhão de Sinop, uma vez que, investir no Exército é investir em segurança. Desde o lançamento da pedra fundamenta em março deste ano, houve um aumento na sensação de segurança da população. O batalhão também trará uma grande oportunidade aos jovens que desejam servir ao Exército, que não precisarão mais se deslocar até a capital”, afirmou Dilmar.
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De acordo com o comandante da 13ª Brigada de Infantaria, existe um prazo de três anos para início da construção do batalhão, sob risco de perder a área de 112 hectares, localizada às margens da BR-163. O projeto para edificação, cujo valor total estimado é de R$ 60 milhões, vem sendo desenvolvido pelo Exército há pelo menos três anos. Porém, até o momento o Executivo não liberou recursos para o início das obras.
“A emendas articuladas entre o Governo de Mato Grosso e o Parlamento Estadual servirá para o ponta pé inicial das obras. A execução ficará a cargo do Batalhão de Engenharia e Construção. Depois de concluso, Sinop abrigará cerca de 600 homens, que significará um incremento na economia da região”, destacou o General-de-Brigada, José Carlos Braga de Avellar.
Os cortes atingiram outros setores do exército que impactarão fortemente o Estado de Mato Grosso, a exemplo do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), cuja previsão inicial de investimento para 2015 era de R$ 1 bilhão, ficando reduzido para apenas R$ 286 milhões, a serem investidos na aquisição de equipamento tecnológicos para todos os estados do Brasil.
Também participaram da reunião o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB) e os deputados Zé Carlos do Pátio (SD), Pery Taborelli (PV), Oscar Bezerra (PSB), Wilson Santos (PSDB) e Nininho (PR).
EXPRESSOMT/montedo.com