21 de julho de 2017

"Por que o País e seu povo devem continuar pagando?"

O PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR:
“POR QUE O PAÍS E SEU POVO DEVEM CONTINUAR PAGANDO?”

General Gilberto Pimentel*
Ainda sobre a minha última reflexão “Meios, Força de Vontade, Utopia Realizada”, é realmente intrigante e perturbador o fato de a sociedade brasileira permanecer tão submissa e apática, diante da efetiva possibilidade de, pelos próximos muitos anos, continuar nosso País sob domínio de uma quantidade tão grande de políticos sob suspeição, ou já declarados culpados do cometimento dos mais graves crimes de lesa-pátria, tão bem definidos recentemente por renomado jurista.
Há entre eles os investigados, os denunciados e até mesmo os que já foram condenados na primeira instância do judiciário.
Repita-se que não estamos falando de meia dúzia, mas de mais de duas centenas deles, embora não dispondo de números concretos. Todos, ou quase todos, focados tão somente nas eleições gerais de 2018, em todos os níveis, incluindo a presidência da República, na busca de um novo mandato que lhes assegure a perpetuação de suas imunidades, a impunidade e, eventualmente, o cometimento de novos crimes.
Difícil acreditar que em muitos outros países isso seria possível de ocorrer. Parece que nossa sociedade está gravemente enferma! Afora grupos ainda não significativos, mas bem conscientes da gravidade do momento vivido, há um estranho alheamento da grande massa e, pior, aquiescência de certos setores que, pelo seu poder de influência e/ou decisão, teriam capacidade de proclamar a indignação geral com relação às tramas dos marginais, no lugar de dedicarem-se à discussão de alternativas que muito mais parecem sugerir ou apoiar soluções que os beneficiam. Refiro-me em especial ao Judiciário e à Mídia.
Qual seria a intenção nobre, por exemplo, a essa altura, de integrantes do STF rediscutirem a decisão já tomada de dar cumprimento a pena aos condenados em segunda instância?
E que dizer a respeito do indecente projeto de lei do relator da reforma política(?), visando vetar a prisão de candidato até oito meses antes do pleito de 2018. Não mereceria o repúdio imediato da mídia, no lugar de simplesmente torná-lo público?
A solução para 2018 é todos os suspeitos fora do pleito, mesmo porque o sistema eleitoral vigente já demonstrou que é extremamente vulnerável e corruptível. Na dúvida, pró-sociedade, disso não há a menor incerteza, sobretudo quando lidamos com gente desonesta e poderosa. O povo tem meios de impor sua força, e seria muito bom que nos mirássemos nos efeitos que certamente produzirá o plebiscito simbólico realizado, antes tarde do que nunca, na sofrida Venezuela.
Uma última relembrança: Política não é profissão, política foi feita para quem possui grandeza para sobrepor o interesse público aos seus próprios, o que está a anos-luz de distância do perfil dessa gente.
Por que tem o País que continuar pagando por isso?
* Presidente do Clube Militar