General diz que governo já fez tudo para esclarecer suposto encontro entre Dilma e Lina
O ministro Jorge Armando Félix (Gabinete de Segurança Institucional) disse nesta quarta-feira que o governo já "fez o possível" para esclarecer o suposto encontro entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Lina disse que teria recebido de Dilma um pedido para "agilizar" as investigações na Receita sobre familiares do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Dilma nega o encontro.
O general afirmou que está à disposição dos parlamentares para prestar esclarecimentos no Congresso e ainda para mostrar como o sistema de segurança do Palácio do Planalto funciona.
"Já fizemos o que era possível para esclarecer. Inclusive foi feito um convite por intermédio dos presidentes da Câmara e do Senado, estendendo o convite a qualquer deputado e senador que queira ir conhecer o funcionamento do sistema de segurança do Palácio. Continuamos à disposição. Os parlamentares que quiserem ir, agora, mais que isso, se tiver que vir aqui esclarecer eu virei", disse.
A oposição questiona a resposta da Casa Civil entregue aos deputados informando que o Palácio do Planalto não tem como fornecer cópias das gravações do circuito interno e externo de segurança porque as imagens são descartas após 30 dias.
Os líderes da oposição tiveram acesso a um relatório informal elaborado por um técnico do governo que mostra que o equipamento utilizado para monitorar as entradas e saídas do palácio é de última geração e tem capacidade para guardar as imagens por mais de um ano e ainda é capaz de conferir a partir da captação da placa do carro a identificação do proprietário do veiculo.
O software pode ainda verificar se há outros registros de acesso ao prédio de determinado carro.
"A resposta da Casa Civil e do GSI [Gabinete de Segurança Institucional] não são compatíveis com o dado que recebemos. O relatório mostra que há uma interação no sistema que é um dos mais modernos e sofisticados capaz de armazenar imagens. É difícil acreditar que o Palácio ainda tenha um sistema tão arcaico que descarta imagens", disse o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
No ofício encaminhado, no mês passado, a primeira-secretaria da Câmara, a Casa Civil afirmou que os "veículos que transportam autoridades, após reconhecidos, não têm suas placas anotadas" e ainda que "conforme as especificações do contrato relativo ao sistema de segurança, assinado em 2004, o período médio de armazenamento das imagens varia em torno de 30 dias e como as câmeras são acionadas por sensores de movimento, o número de dias depende do trânsito de pessoas pela área".
A oposição entregou um requerimento pedindo que a Mesa Diretora da Câmara solicite à Casa Civil cópia de todos os contratos de segurança e dos aditivos para checar as especificidades da prestação de serviço.
O requerimento está nas mãos do vice-presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), desde 31 de agosto e ainda não foi encaminhado ao governo. "Nós vamos esperar a cópia desses contratos que são importantes para mostrar quem está faltando com a verdade", afirmou.
A oposição também estuda aceitar o convite do ministro Jorge Felix (Gabinete de Segurança Institucional) para conhecer como funciona o esquema de segurança do Palácio do Planalto.
A ideia é constranger o general Felix, questionando as informações prestadas pelo Planalto em relação ao registro de entrada e saída de autoridades do prédio. "Nós vamos aceitar esse convite desde que possamos ir acompanhados de técnicos que possam avaliar as informações prestadas pelo governo", afirmou
da Folha Online