Produto químico tornaria soldados irresistíveis uns para os outros, fazendo com que soldados inimigos abandonassem o combate para fazer amor
(Imagem: Queereka) |
Lucas Karasinski
A frase “faça amor, não faça guerra” parece ter inspirado os militares norte-americanos na década de 1990. Isso porque o Pentágono chegou a considerar – e até mesmo a financiar estudos que visavam desenvolver a chamada “bomba gay”.
A ideia surgiu após a iniciativa de se desenvolver armas não-letais para que fossem utilizadas nos mais diversos conflitos. No programa, alternativas também polêmicas teriam aparecido, como algumas que atrairiam insetos, enquanto que outras fariam os soldados inimigos terem alguns problemas com flatulência.
Segundo os Estados Unidos, “o Departamento de Defesa está sempre comprometido em identificar, pesquisar e desenvolver armas não-letais que possam dar suporte aos nossos homens e mulheres de uniforme”.
(Imagem: Reprodução/Gizmodo) |
A “bomba gay”, no entanto, foi o que realmente chamou a atenção. Com uma proposta formulada em 1994, os responsáveis pelo projeto seriam os cientistas do laboratório Wright, do Exército do Ar alocado em Dayton, Ohio. Eles, inclusive, solicitaram na época um orçamento de nada menos do que US$ 7,5 milhões para desenvolver esta bomba (além de algumas outras ideias, como as citadas acima).
Como funcionaria?
Ela seria constituída de algum produto químico, talvez uma grande concentração de feromônios masculinos, por exemplo. O artefato, segundo o relatório apresentado junto com a proposta “conteria um químico que tornaria os soldados inimigos gays, fazendo com que as unidades se desmantelassem uma vez que os combatentes se tornariam irrestívelmente atraentes uns para os outros”.
O projeto foi mantido em segredo por muitos anos, até que em 2004, os pesquisadores do Sunshine Project, uma associação que luta contra o uso de armas biológicas, encontrou os documentos que indicavam o desenvolvimento da tal “bomba gay”.
De início, o exército dos Estados Unidos negou a ideia. O tenente-coronel Brian Maka, por exemplo, veio a público e afirmou que “o Departamento de Defesa jamais incentivou tal conceito e nenhum financiamento foi aprovado pelo Pentágono”.
(Imagem: Reprodução/Web Archive) |
Isso, no entanto, caiu por terra depois de alguns documentos terem sido revelados, como a própria proposta feita pelo laboratório Wright e que era denominada como “Harassing, Annoying and ‘Bad Guy’ Identifying Chemicals” (algo como “Químicos capazes de incomodar, molestar e identificar ‘caras malvados’”).
Assim, novas declarações partindo do Pentágono tomaram outro rumo, dizendo que o estudo até pode ter sido considerado, mas por um breve período de tempo. Segundo o Sunshine Project, no entanto, os militares chegaram a enviar o projeto para ser examinado pelos melhores cientistas do país para ser considerado. Os resultados não devem ter sido bons, uma vez que um documento citando apenas que “novas descobertas são necessárias” também foi encontrado.
Prêmios e homenagens!
Além de manchar um pouco mais a imagem do exército dos Estados Unidos perante a opinião pública mundial, o projeto também rendeu muitas outras coisas. O laboratório Wright, por exemplo, ganhou o prêmio Ig Nobel em 2007 graças a essas pesquisas.
(Imagem: Reprodução/Facebook) |
Segundo o O Estado de São Paulo, em matéria do mesmo ano, “ninguém das forças armadas dos Estados Unidos que realizou a pesquisa sobre a ‘Bomba gay’ compareceu à cerimônia porque os autores do estudo não puderam ser localizados, disseram os organizadores do Ig Nobel”.
Além do prêmio, o suposto artefato também rendeu um musical, sugestivamente intitulado “Gay Bomb – The Musical”, uma peça teatral que deve combinar muito mais com os propósitos do amor do que uma bomba qualquer. Fonte:Web Archive Today i Found Out Gizmodo Terra O Estado de São Paulo
MEGACURIOSO/montedo.com