TROCA-TROCA
DILMA AVALIA TROCA-TROCA DE MINISTROS PARA RESOLVER CRISE POLÍTICA
DILMA PODE COLOCAR MERCADANTE NA DEFESA E WAGNER NA CASA CIVIL
Cláudio Humberto
O governo avalia um troca-troca de ministros que pode ser a solução dos seus problemas: Jaques Wagner seria deslocado para a chefia da Casa Civil e Aloizio Mercadante passaria para o Ministério da Defesa. Com isso, Dilma atenderia a Lula e ao PMDB, como forma de melhorar a qualidade do diálogo com o Congresso, e colocaria Mercadante, conhecido pela arrogância, num cargo que parece feito à sua medida.
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Como pinto no lixo
Mercadante é filho do general Oswaldo Muniz Oliva, de “linha dura”, e tem um irmão coronel. Sentir-se-ia à vontade no Ministério da Defesa.
Ministro Odara
Dilma também cessaria o incômodo dos militares com os “selinhos” de Jaques Wagner e suas atitudes carnavalescas demais para o cargo.
Antítese
Em contrapartida, Jaques Wagner é a antítese de Mercadante: do tipo simpaticão, tem livre-trânsito no Congresso e a estima de Lula e Dilma.
Lorota
O chefe da Casa Civil anda espalhando que, ao contrário de pedir sua cabeça, Lula quer Dilma reforçando seu papel no governo. É lorota.
DIÁRIO DO PODER/montedo.com
Comento
O jornalista que me desculpe, mas o pai de Mercadante, que realmente pertenceu a chamada 'linha dura', deixou de sê-lo há um bom tempo. O general Muniz Oliva é amigo pessoal de Lula e foi o fiador do 'sapo barbudo' junto aos altos coturnos, em 2003. Lula consultou o general sobre o critério para indicar os comandantes militares. “Ele foi muito preciso ao dizer o seguinte: ‘Presidente, nas Forças Armadas tem uma fila’. Resolvi trocar todo mundo. Escolhi o primeiro (da fila)”, disse Lula.
Mercadante, o pai e o irmão foram decisivos para evitar a demissão do General Albuquerque em novembro de 2004, após a divulgação de uma nota pelo Exército criticando a divulgação de fotos que - supostamente - seriam de Vladimir Herzog nu, na carceragem do DOI CODI de São Paulo. Na verdade, as fotos eram do padre francês Leopoldo d’Astous, apanhado em flagrante pelos agentes da repressão em momento íntimo com uma catequista.
O resto da história, todos sabemos: a mando de Lula, o general Albuquerque retratou-se em outra nota, pôs a culpa no CComSEx e permaneceu no cargo até o final do primeiro mandato do petista, de onde saiu para o Conselho de Administração da Petrobrás. Desmoralizado, o então ministro da Defesa José Viegas acabou substituído pelo vice-presidente José Alencar.
O irmão do ministro, o coronel Oliva Neto, foi um oficial de carreira mediana, quase toda passada em São Paulo. Era assessor de Albuquerque no Comando Militar do Sudeste, em 2002, e este o levou para Brasília quando assumiu o Comando do Exército. Porém, o coronel não permaneceu no Forte Apache por muito tempo. Em 2004, foi nomeado secretário executivo do antigo Núcleo de Assuntos Estratégicos (depois transformado em secretaria) e elaborou o projeto “Brasil 3 Tempos”, um plano de metas estratégicas até 2022. Com a queda de Luiz Gushiken, em 2007, por conta do mensalão, Oliva Neto chegou a assumir a pasta interinamente, mas deixou o cargo meses depois e afastou-se do governo.
A partir daí, transformou a Penta, pequena consultoria fundada pelo pai, em intermediária de negócios bilionários na área de Defesa. Em 2011, uma reportagem da Isto É tratou-o como 'O poderoso coronel Oliva'.
Como se vê, na Defesa, Mercadante estaria em casa.
Com informações de Veja, Isto É, Congresso em Foco e O Povo