Militar de alta patente era ‘senha’ de acesso a carros
Oficial liberava a entrada de dono de ferro-velho em parque militar, de onde ele desviava peças e veículos que vendia a colecionadores em Itaboraí
POR MAHOMED SAIGG
O esquema de desvio de viaturas militares que vem sendo denunciado por O DIA desde segunda-feira contava com a participação de oficiais superiores do Exército. Para ter acesso às áreas restritas dos quartéis onde os veículos ficavam guardados, o dono de um dos ferros-velhos fechados pela Polícia Civil esta semana, em Itaboraí, usava o nome de um militar de alta patente.
A ‘senha’ era informada logo na entrada do Parque Regional de Manutenção da 1ª Região Militar, em Magalhães Bastos, onde o material deveria ficar guardado. Após consultar o oficial via telefone, os militares que estavam de guarda recebiam a ordem para liberar a entrada do comerciante, que tinha acesso irrestrito a todas as áreas do quartel.
A certeza da impunidade era tanta que as entradas eram sempre registradas, até com a indicação do nome do oficial responsável pela autorização.
Sem saber que estava sendo gravado, o dono do ferro-velho explicou à equipe de O DIA os motivos que justificariam tantas regalias. “Vou lá todos os dias. Faço isso há 20 anos, já conheço todo mundo”, gabava-se.
Nesta terça-feira, o Comando Militar do Leste, que instaurou um Inquérito Policial-Militar (IPM) para investigar o caso, informou que todas as viaturas extraviadas já estavam de volta ao quartel. De acordo com o Comando do Exército no Rio de Janeiro, todo o material teria sido levado pelo próprio dono do ferro-velho que nega a versão.
Segundo o comerciante, equipes do Exército é que estiveram nos depósitos que ficam num local de difícil acesso, em Itaboraí, e retiraram tudo. Há, porém, informações apontando que o IPM em andamento apura que que nem todo o material desviado reapareceu. Peças e veículos que foram extraviados continuariam desaparecidos.
Ontem, os policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) passaram o dia analisando documentos apresentados pelo dono de outro ferro-velho interditado nesta terça-feira, em Itaboraí. No local, os policiais também encontraram várias viaturas do Exército que também teriam sido retiradas do quartel de maneira clandestina.
Até agora a polícia já fechou quatro depósitos de dois ferros-velhos especializados em comercializar peças e viaturas militares sem autorização.
MEMÓRIA
INVESTIGAÇÃO
Durante um mês equipe de O DIA esteve em vários ferros-velhos na Região Metropolitana do Rio, onde peças e viaturas do Exército Brasileiro eram negociadas ilegalmente.
SUMIÇO DAS PROVAS
Logo após a publicação da reportagem, a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis fez blitz no local, mas todo o material desviado já havia sido retirado de lá e voltado para o quartel.
FATURAMENTO
A quadrilha faturou ao menos R$ 600 mil com a venda de apenas 20 peças. No mercado de colecionadores, um caminhão militar vale até R$ 70 mil. Veículos em bom estado custam R$ 30 mil.
O DIA ONLINE
A ‘senha’ era informada logo na entrada do Parque Regional de Manutenção da 1ª Região Militar, em Magalhães Bastos, onde o material deveria ficar guardado. Após consultar o oficial via telefone, os militares que estavam de guarda recebiam a ordem para liberar a entrada do comerciante, que tinha acesso irrestrito a todas as áreas do quartel.
A certeza da impunidade era tanta que as entradas eram sempre registradas, até com a indicação do nome do oficial responsável pela autorização.
Sem saber que estava sendo gravado, o dono do ferro-velho explicou à equipe de O DIA os motivos que justificariam tantas regalias. “Vou lá todos os dias. Faço isso há 20 anos, já conheço todo mundo”, gabava-se.
Nesta terça-feira, o Comando Militar do Leste, que instaurou um Inquérito Policial-Militar (IPM) para investigar o caso, informou que todas as viaturas extraviadas já estavam de volta ao quartel. De acordo com o Comando do Exército no Rio de Janeiro, todo o material teria sido levado pelo próprio dono do ferro-velho que nega a versão.
Segundo o comerciante, equipes do Exército é que estiveram nos depósitos que ficam num local de difícil acesso, em Itaboraí, e retiraram tudo. Há, porém, informações apontando que o IPM em andamento apura que que nem todo o material desviado reapareceu. Peças e veículos que foram extraviados continuariam desaparecidos.
Ontem, os policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) passaram o dia analisando documentos apresentados pelo dono de outro ferro-velho interditado nesta terça-feira, em Itaboraí. No local, os policiais também encontraram várias viaturas do Exército que também teriam sido retiradas do quartel de maneira clandestina.
Até agora a polícia já fechou quatro depósitos de dois ferros-velhos especializados em comercializar peças e viaturas militares sem autorização.
MEMÓRIA
INVESTIGAÇÃO
Durante um mês equipe de O DIA esteve em vários ferros-velhos na Região Metropolitana do Rio, onde peças e viaturas do Exército Brasileiro eram negociadas ilegalmente.
SUMIÇO DAS PROVAS
Logo após a publicação da reportagem, a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis fez blitz no local, mas todo o material desviado já havia sido retirado de lá e voltado para o quartel.
FATURAMENTO
A quadrilha faturou ao menos R$ 600 mil com a venda de apenas 20 peças. No mercado de colecionadores, um caminhão militar vale até R$ 70 mil. Veículos em bom estado custam R$ 30 mil.
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