7 de dezembro de 2011

EXÉRCITO NAS FRONTEIRAS: CONSTITUIÇÃO NÃO PERMITE, MAS TEMER E AMORIM DIZEM "A TROPA FICA!". E O GENERAL VAI TER QUE ENFIAR A VIOLA NO SACO.

Com Exército “batendo em retirada”, Silval insiste Forças Armadas na fronteira
Edilson Almeida

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, defendeu que o Congresso Nacional discuta a mudança da Constituição Federal para que as Forças Armadas possam atuar permanentemente na zona de fronteira. A proposta é antiga e vem desde o já falecido governador Dante de Oliveira, que chegou a tratar os militares como “parasitas”. Na época, houve resistência e a proposta acabou não avançando. A proposta de Silval foi feita durante solenidade que contou coma presença do vice-presidente da República, Michel Temer, o ministro da Defesa, Celso Amorim, autoridades militares e estaduais.
Em seu discurso, durante a instalação do Gabinete de Gestão Integrada-Fronteira (GGI), que une as forças federais e estaduais, ao lado de entidades, para enfrentar o crime organizado na fronteira, Silval foi mais polido no pedido que se antecessor. Do alto da condição de autor das emendas das Diretas-já e da luta contra a ditadura miltar, Dante era crítico feroz do comportamento dos militares. Dizia que enquanto o tráfico de drogas “deita e rola” na fronteira, os militares fazem exercício físico do Batalhão de Fronteira e, na folga, jogavam futebol.
Na semana passada, o chefe do Comando Militar do Oeste (CMO), general João Francisco Ferreira, disse para 24 Horas News que o emprego do Exército, Marinha e Aeronáutica nesse tipo de ação “não pode ser permanente” porque contraria a legislação. Ele disse que a permanência das forças armadas, na região da fronteira, para combater crimes transnacionais, como tráfico de drogas, roubos de veículos, descaminho e contrabando, como defende algumas autoridades, está descartada. Em outras palavras, "batendo em retirada", no linguajar militar.
Silval relatou que na fronteira seca de Mato Grosso com a Bolívia, numa faixa de 700 quilômetros, entra cerca de 70% das drogas, em especial a cocaína, distribuídas no Brasil. “Vejo que o passo maior é enfrentar no Congresso a alteração da Constituição Federal que permita que as Forças Armadas atuem permanentemente na fronteira”, disse Silval.
Antes da assinatura do Plano Estratégico de Fronteira e da instalação do GGI-Fronteira, a cúpula do Exército Brasileiro fez uma palestra técnica sobre os resultados da Operação Ágata III, desenvolvida nas últimas duas semanas na zona de fronteira com a Bolívia e que envolveu forças nacionais e estaduais.
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O governador disse que os resultados da operação foram amplamente positivos. “Na apresentação vi os resultados apresentados pelo General Bernardes e deu para perceber não só a sensação de segurança na região de Cáceres, mas até em Cuiabá [capital do Estado]. Quero agradecer a todos os que participaram desta operação”, afirmou, enfatizando que era uma grande honra receber no Estado o vice-presidente e os líderes militares.
Silval lembrou que esteve em Brasília participando do lançamento do Plano de Segurança na Fronteira, ocasião em que a presidente Dilma Rousseff delegou ao vice-presidente Michel Temer a missão de coordenar as ações. “Sei da sua difícil missão, mas sei também da sua experiência e competência. Pode contar com a parceria de Mato Grosso”, destacou o Governador.
A presença das forças nacionais na fronteira durante a Operação Ágata, segundo o governador, “incomoda” os traficantes que não veem a hora que a operação termine. “Só que aí eles vêm com mais força”. Ao justificar a presença permanente das Forças Armadas, Silval disse que a Operação Gênesis, anterior a Operação Ágata, reprimiu a ação dos traficantes de armas e drogas. Mas assim que acabou, graças à ação da Operação Sentinela, com homens da PF e PRF, cresceu a apreensão de drogas e armas.
“Em 2010 foram seis toneladas de drogas, e até agora as apreensões já se aproximam de seis toneladas”, relatou. Para o governador, a presença constante das forças dificultaria as ações, diminuindo a entrada de drogas e armas.
A solenidade realizada nas instalações do 2º Batalhão de Fronteira aconteceu depois que o vice-presidente Michel Temer, o governador Silval Barbosa e o ministro da Defesa, Celso Amorim, realizaram um sobrevôo de helicóptero na faixa de fronteira. Além do chefe do Estado Maior do Exército, general Enzo Martins, participaram o prefeito de Cáceres, Túlio Fontes, os deputados federais Carlos Bezerra, Pedro Henry e Valtenir Pereira, os deputados estaduais Airton Português, Walter Rabelo, os secretários estaduais Diógenes Curado (Segurança Pública), José Lacerda (Casa Civil), Osmar de Carvalho (Comunicação Social) além de outras autoridades.
24 Horas News


MS Record 2ª Edição - Temer e Celso Amorim anunciam permanência de Forças Armadas na fronteira

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