21 de agosto de 2017

Crise e abertura a mulheres fazem busca por Escola de Cadetes aumentar 247% em quatro anos

EsPCEx também está investindo em divulgação de vídeos pela internet para o público jovem; concorrência já é maior que a da medicina na Unicamp.
Escola de Cadetes em Campinas tem aumento constante de concorrência (Foto: Reprodução/EPTV)
Escola de Cadetes em Campinas tem aumento constante de concorrência (Foto: Reprodução/EPTV)
Jornal da EPTV 1ª edição
A procura pela carreira militar na EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), a única escola de cadetes do país, em Campinas, cresceu 247,11%, nos últimos quatro anos. A concorrência ficou tão grande que a relação candidato vaga para as mulheres supera a disputa por uma cadeira na Faculdade de Medicina da Unicamp. A escola tem 400 vagas para homens e 40 para mulheres.
A crise financeira no país e a estabilidade da carreira militar, a abertura de vagas para mulheres, fortalecimento do exército (que tem os melhores índices de aprovação popular) e maior divulgação das inscrições são algumas das razões para a maior procura.
De acordo com dados do Exército, o crescimento de 2013 para 2017 foi de 247,11%, mas parte do aumento se deve à inclusão de mulheres na escola, iniciado em 2016. De 2016 para 2017 a busca subiu 44%, sendo de 44,92% para os homens e 41,36% para as mulheres.
Motivos
O coronel Marcos Alexandre Fernandes de Araújo diz que há um conjunto de fatores que explicam o maior interesse, começando pelo aumento de confiança no exército. “Acreditamos que seja uma conjunção de fatores que resultou nesse aumento. Um dos motivos que muito se comenta é a crise do país, o que leva a procurar a carreira militar, que é uma profissão estável. A entrada das mulheres na escola no ano passado também deu muita visibilidade à EsPCEx”, afirmou.
O projeto Vem Ser Cadete, com vídeos voltados ao público jovem e divulgados pela internet, também tem dado grande retorno nas inscrições.
A cadete Vanessa Rodrigues Alves teve motivações familiares para procurar o exército, pois é filha e irmã de militares, e faz parte da primeira turma de mulheres da escola.
“Eu sempre me interessei pelas atividades que eles me contavam que desenvolviam no exército, o meu pai me influenciou muito”, disse.
Em 2017 a relação de candidato por vaga foi de 80 para os homens e 272 para as mulheres. Para comparação, a Unicamp registrou procura de 221 candidatos por vaga de medicina, em 2017, seguido por arquitetura 93,3 e midialogia com 47.
As inscrições deste ano terminaram em junho. A prova intelectual (semelhante ao vestibular) é realizada em 30 de setembro e 1º de outubro. A segunda fase, em janeiro, é de provas físicas e exames médicos.
Quem for selecionado estuda em regime de internato e recebe o soldo (ajuda financeira de cerca de R$ 1 mil). O aluno tem aulas de história, cálculo, física, geografia, espanhol, inglês, técnica militar entre outras. Quem terminar o curso de um ano ingressa na Academia das Agulhas Negras para mais 4 anos de graduação, até se formar bacharel em ciências militares.
Relação de candidatos e vagas:
2013 - 12.351
2014 - 16.648
2015 - 17.633
2016 - 29.771 / homens - 22.064 / mulheres - 7.707
2017 - 42.872 / homens - 31.977 / mulheres - 10.895
G1/montedo.com

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