RIO - O Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, já foi motivo de orgulho para as Forças Armadas, mas hoje está longe disso. Desorganizado, em condições de higiene precárias, com atendimento médico de péssima qualidade, o hospital coleciona reclamações e não tem dado a seus pacientes condições dignas de atendimento.
Há mofo espalhado pelas instalações, cadeiras quebradas, estofados rasgados, fios à mostra, banheiros entupidos, sangue espalhado pelos banheiros, lixo pelo chão, bicas quebradas, demora e falta de humanidade no atendimento médico. Essas são apenas algumas das reclamações do hospital que coleciona casos de erros médicos, como é o caso, por exemplo, de uma senhora de 44 anos que, aos 30 anos, teve que fazer uma cirurgia de redução de mama por questões médicas (e não estéticas) e teve seus seios deformados.
O sangue espalhado pelo banheiro e o lixo jogado pelo chão dos ambulatórios constituem um grande risco de infecção hospitalar para todos os pacientes e uma prova do descaso que reina nesta unidade. As escadas rolantes do saguão principal (entrada do ambulatório) quase sempre estão desligadas ou em manutenção, fazendo com que pacientes idosos e com problemas de locomoção tenham mais dificuldade ainda para se mover dentro do hospital.
Para coroar a situação caótica que habita na instituição, pacientes são mantidos por mais de 24 horas no serviço de emergência sem receber nenhum tipo de alimentação. Idosos, crianças, adultos e gestantes sofrem sem ter como se alimentar enquanto aguardam um atendimento que é sempre demorado e que, na maioria das vezes, é ineficaz. Os idosos, em geral, são os que mais sofrem com as condições desumanas de atendimento do Hospital Naval Marcílio Dias.
A saúde militar já foi um exemplo bem sucedido, mas hoje, um dos principais hospitais da marinha - senão o principal - encontra-se em uma situação caótica que é um verdadeiro desrespeito para todos aqueles que dedicaram uma vida inteira de serviço a esta instituição.