22 de fevereiro de 2010

HISTÓRIA: O ÚLTIMO SAMURAI DO IMPERADOR

Aos que apreciam relatos de coragem, honra e lealdade, qualidades inexistentes nos que nos governam hoje, apreciará as experiências desse exemplo da atualidade.
O Segundo Tenente Hiroo Onoda (Onoda Hirō; nascido em 19 de março, 1922)  um oficial  de inteligência do exército japonês, estava posicionado em Lubang nas Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial. Antes disso servira na China, e era perito em artes marciais e combates em missões especiais de alto risco. Estava lá quando a ilha foi invadida pelos aliados em fevereiro 1945, onde combateram ferozmente seu inimigo.
Com o isolamento da ilha e pela falta de suprimentos, a maioria das tropas japonesas morreram combatendo até o fim, e poucos foram capturados por forças americanas, que tiveram baixas muito grandes, em mãos japonesas.
Onoda e outros homens, entretanto, esconderam-se na selva densa para continuarem a atacar o inimigo.  A rendição era considerada desonra, e a morte em combate ou por Arakiri uma vitória.
Onoda continuou sua campanha, vivendo inicialmente nas montanhas com os três soldados. Viviam da pesca, caça, coletavam frutas e por vêzes invadiam fazendas e "requisitavam" gado e cereais.  Um de seus camaradas rendeu-se às forças Filipinas, e os outros dois foram mortos em batalhas com as forças locais - um em 1954 e outro em 1972 - deixando Onoda sozinho nas montanhas. Por 29 anos, recusou a render-se, negando cada tentativa de convencê-lo de que a guerra tinha acabado com a rendição do Imperador.
Em 1960, Onoda foi declarado legalmente morto no Japão. Durante esse periodo, Onoda continuou a atacar os soldados Filipinos, "aliados" dos americanos, matando ainda cerca de trinta deles e causando prejuizos.
Chegaram a enviar seu pai e um irmão às Filipinas, onde esses falaram em alto falantes próximo à área habitada por Onoda, pedindo-lhe para render-se e informando que a Guerra havia terminado a tempos. Onoda considerou isso uma armadilha  americana, e não se rendeu.
Em 1973, um estudante japonês propôs-se a encontrá-lo, e partiu para as Filipinas. Finalmente encontrado pelo estudante Norio Suzuki, Onoda recusou-se ainda a aceitar que a guerra tinha acabado, a menos que recebesse ordens para baixar suas armas diretamente ao seu oficial superior. Suzuki se prontificou a ajudar, e retornou ao Japão com as fotografias de si mesmo e de Onoda como a prova de seu encontro.
Em 1974, o governo japonês encontrou o antigo oficial comandante de Onoda, o ex-major Taniguchi, que havia se tornado um livreiro. Taniguchi foi para Lubang e informou a Onoda da derrota do Japão na segunda Guerra e ordenou-lhe a depor armas.
Assim, em ato público com cobertura da imprensa, o tenente Onoda emergiu da selva 29 anos após o fim da segunda guerra mundial, e aceitou a ordem de baxa de seu oficial comandante, vestindo seu uniforme ainda preservado e seu sabre de oficial, portando seu rifle Arisaka de 7,7 mm ainda em boas condições operacionais, com cêrca de 500 cartuchos de munição, diversas granadas de mão e utensilios de infantaria.
Embora tivesse matado aproximadamente trinta habitantes Filipinos locais e se engajado em diversos tiroteios com a polícia, as circunstâncias destes eventos foram levadas em consideração pela situação, e Onoda recebeu o perdão do presidente filipino Ferdinand Marcos.
Depois de sua rendição, Onoda foi recebido no Japão como herói, e ovacionado pelo público. Em seguida, devido às dificuldades de readaptação à sociedade japonesa moderna, mudou-se para o Brasil, onde se transformou num fazendeiro de gado.
Publicou uma autobiografia:  No Surrender: My Thirty-year war (no Brasil, publicado pela Empresa Jornalística S. Paulo Shimbum S.A. como "Os Trinta Anos de Minha Guerra"), logo após sua rendição, detalhando sua vida como um combatente de guerrilha em uma guerra há muito tempo terminada. Revisitou a Ilha de Lubang em 1996, doando $10.000 para a escola local em Lubang. Casou-se com uma japonesa e voltou para o Japão, para administrar um acampamento para crianças.
 
Familiares no Brasil
Encontram-se no Brasil ainda familiares de Hiroo. Um de seus irmãos Tadao Onoda faleceu no ano de 1991, em São Paulo, porém seus filhos ainda vivem e deixam netos que ainda carregam o sobrenome.

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