Luiza Seixas
O julgamento de 18 médicos pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) será acompanhado de perto pelos dois principais personagens que se dizem vítimas de perseguição dos profissionais de saúde. O sargento Laci Marinho de Araújo e o ex-militar Fernando Alcântara de Figueiredo comemoraram a decisão do CRM-DF em avaliar o comportamento de neurologistas, psiquiatras, ortopedistas e clínicos-gerais acusados de crimes éticos. O ato teria ocorrido durante o tratamento de Laci, que ficou conhecido em maio de 2008 depois de ter assumido relacionamento homossexual com Fernando.
Aconselhado por seus advogados a não falar com a imprensa, pois ainda faz parte do Exército e precisa evitar qualquer outro tipo de discriminação, Laci, por meio de seu companheiro, afirmou que essa é uma vitória não só para ele, mas para toda a sociedade. "Eu e Laci acreditamos que o nosso caso é mais do que uma luta pelos direitos dos homossexuais, é um caso de direitos humanos mesmo. E a sociedade tem uma visão deturpada a respeito da atuação dos CRMs, pois eles, dificilmente, ficam contra os médicos, a não ser que envolva morte. E durante reunião do conselho, todos os membros votaram por acatar a denúncia. Isso é inédito", disse Fernando.
Ele denunciou que por muito tempo os médicos do Exército forjaram laudos, várias vezes sem a presença de Laci, dizendo que ele tinha capacidade plena para continuar na atividade, sendo que médicos civis apontavam para uma possibilidade de ele ter esclerose múltipla."Os militares inventavam que ele tinha depressão por acreditar que estava sendo perseguido. Mas a gente descobriu que havia uma ordem superior lá dentro mandando dar alta médica. Eu não conseguia entender como uma pessoa que não tinha condições nem de levantar da cama podia ter alta. Descobrimos, depois, que ele tem uma doença rara, esclerose do lobo temporal", disse. Quando os militares descobriram a relação de mais 10 anos, a perseguição aumentou, segundo Fernando. Leia mais.
Comento:
Nessa balada, esses dois rapazes ainda irão receber o Bolsa-Ditadura.