Raphael Veleda
A presença de militares de alta patente do Exército Brasileiro ontem, na agrovila Caub, na zona rural do Riacho Fundo II assustou os moradores. “Mas vim conferir e vi que não é nada de ruim; pelo contrário”, constatou o chacareiro Antônio das Chagas, 65 anos. “Eles vão reformar o nosso posto de saúde. Eu nem sabia que Exército fazia isso”, completou.
Além da pequena unidade do local, os militares reformarão ainda — a partir de fevereiro do ano que vem — outros 16 centros de saúde em todo o Distrito Federal. A maioria em áreas rurais e comunidades carentes. A iniciativa marca o início de um convênio assinado ontem entre o Exército e o Governo do Distrito Federal e pode render ainda muitos frutos para a sociedade brasiliense.
“As pessoas costumam estranhar o Exército fazendo obras, mas é uma tradição nossa desde 1880, quando saiu a primeira lei autorizando essa atividade. Participamos da construção de ferrovias, rodovias e outras grandes obras”, explica o coronel Ítalo Fortes Avena, diretor de Obras de Cooperação do Exército. “Hoje atuamos em portos e aeroportos, como o de Congonhas. Nossa força depende muito de treinamento e é caro treinar na área da construção civil. Por meio desses convênios, podemos treinar e ajudar no desenvolvimento do país”, completou ele.
O valor do acordo assinado ontem no Caub é de R$ 3,078 milhões. O dinheiro será aplicado até o fim do ano que vem nas reformas, que devem durar, em média, 45 dias cada. “Queremos trabalhar em quatro de cada vez, mas isso vai depender da característica da região, já que o atendimento à população é prioridade”, diz o coronel Antonino dos Santos Guerra, prefeito militar de Brasília.
Além do posto do Caub, estão previstas reformas em quatro unidades em Sobradinho e no Paranoá; três em Planatina e uma no Gama, Brazlândia, Ceilândia e São Sebastião. “É só o começo de uma relação que eu espero ser duradoura. Estou muito feliz de ter essa instituição trabalhando ao nosso lado”, declarou o secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho.Leia mais.
CORREIO BRAZILIENSE
Comento:
Embora considere muito salutar a atuação do Exército junto à comunidade, com maior razão ainda na área de saúde, tão carente em nosso País, não posso furtar-me a duas colocações:
- A simpática e meritória ação está sendo promovida em Brasília, bem próxima dos olhares dos donos do poder. Certamente, renderá dividendos para a cúpula militar, seja ou não esta a sua intenção.
- O mesmo Exército que reforma e constrói postos de saúde na "corte" é o que, na surdina, fecha hospitais militares nos confins do Rio Grande, prejudicando mais de vinte mil usuários do FuSEx.
A presença de militares de alta patente do Exército Brasileiro ontem, na agrovila Caub, na zona rural do Riacho Fundo II assustou os moradores. “Mas vim conferir e vi que não é nada de ruim; pelo contrário”, constatou o chacareiro Antônio das Chagas, 65 anos. “Eles vão reformar o nosso posto de saúde. Eu nem sabia que Exército fazia isso”, completou.
Além da pequena unidade do local, os militares reformarão ainda — a partir de fevereiro do ano que vem — outros 16 centros de saúde em todo o Distrito Federal. A maioria em áreas rurais e comunidades carentes. A iniciativa marca o início de um convênio assinado ontem entre o Exército e o Governo do Distrito Federal e pode render ainda muitos frutos para a sociedade brasiliense.
“As pessoas costumam estranhar o Exército fazendo obras, mas é uma tradição nossa desde 1880, quando saiu a primeira lei autorizando essa atividade. Participamos da construção de ferrovias, rodovias e outras grandes obras”, explica o coronel Ítalo Fortes Avena, diretor de Obras de Cooperação do Exército. “Hoje atuamos em portos e aeroportos, como o de Congonhas. Nossa força depende muito de treinamento e é caro treinar na área da construção civil. Por meio desses convênios, podemos treinar e ajudar no desenvolvimento do país”, completou ele.
O valor do acordo assinado ontem no Caub é de R$ 3,078 milhões. O dinheiro será aplicado até o fim do ano que vem nas reformas, que devem durar, em média, 45 dias cada. “Queremos trabalhar em quatro de cada vez, mas isso vai depender da característica da região, já que o atendimento à população é prioridade”, diz o coronel Antonino dos Santos Guerra, prefeito militar de Brasília.
Além do posto do Caub, estão previstas reformas em quatro unidades em Sobradinho e no Paranoá; três em Planatina e uma no Gama, Brazlândia, Ceilândia e São Sebastião. “É só o começo de uma relação que eu espero ser duradoura. Estou muito feliz de ter essa instituição trabalhando ao nosso lado”, declarou o secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho.Leia mais.
CORREIO BRAZILIENSE
Comento:
Embora considere muito salutar a atuação do Exército junto à comunidade, com maior razão ainda na área de saúde, tão carente em nosso País, não posso furtar-me a duas colocações:
- A simpática e meritória ação está sendo promovida em Brasília, bem próxima dos olhares dos donos do poder. Certamente, renderá dividendos para a cúpula militar, seja ou não esta a sua intenção.
- O mesmo Exército que reforma e constrói postos de saúde na "corte" é o que, na surdina, fecha hospitais militares nos confins do Rio Grande, prejudicando mais de vinte mil usuários do FuSEx.