12 de fevereiro de 2014

Rio 2016: palavra de general

General Fernando Azevedo e Silva, presidente da APO (Foto: Leonardo Filipo)
General Fernando Azevedo e Silva, presidente da APO (Foto: Leonardo Filipo - Globo Esporte)
José Cruz 
Numa conversa de 40 minutos, o presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), general Fernando Azevedo e Silva, assim sintetizou a preparação dos Jogos Rio 2016: “Será um evento enxuto e sem luxo. A ordem é gastar o menos possível''.
Será? Afinal, do lado do Comitê Organizador dos Jogos está um senhor especialista em gastos públicos, Carlos Arthur Nuzman. Vamos ver.
Com a experiência de 40 anos no setor esportivo, tanto como atleta quanto como gestor, o general demonstra em todas as respostas segurança no comando da gigantesca missão inédita no Brasil.
Ao contrário de outras iniciativas, a confiança da presidente Dilma ao trocar a presidência da APO não foi para um político, mas um militar que conhece o ramo e é formado na escola do planejamento. Afinal, os investimentos para os Jogos Rio 2016 também influenciarão na economia, de rumos incertos e preocupantes, que vão nortear o debate da campanha presidencial que se aproxima.
As mudanças que o general promoveu na equipe da APO, trocando indicados políticos por especialistas que trabalharam na organização dos Jogos Mundiais Militares, já demonstra novos rumos nesse consórcio formado pelos governos federais, do estado e do município do Rio de Janeiro.
Porém, outra questão foge do comando da APO: enquanto há rigor no controle dos gastos para a preparação da sede olímpica e paraolímpica, em que nível está o planejamento de governo para o uso dessas estruturas no pós-evento, a fim de que não se repitam os desperdícios do Pan, quando até instalações foram demolidas?
Na prática, entre 2007 e hoje não tivemos iniciativas integradas para a implantação de políticas públicas de esporte e para a ocupação integral das instalações construídas.
O “fantasma do Pan 2007” – que ainda dá trabalho a auditores e ministros do TCU – e os “dramas'' dos prazos e gastos excessivos para organizar a Copa do Mundo demonstram como buscamos fora de época os megaeventos esportivos. Agimos na contramão do plano ideal. A ociosidade nas áreas esportivas e a preparação apressada de atletas para 2016 são indícios dessas medidas tomadas sem planejamento e metas.
Resta confiar no general para salvar a olímpica missão.
Blog do José Cruz (UOL)/montedo.com

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