Temer convoca órgãos de inteligência para unificar combate a facções
Em conversa exclusiva com o Blog, o presidente Michel Temer antecipou a decisão dele de unificar a ação de todos os órgãos de inteligência no combate nacional ao crime organizado.
Para isso, Temer convocou uma reunião para esta terça-feira (17) com representantes de todos os órgãos para realizar essa integração: Polícia Federal, Abin, Forças Armadas, Gabinete de Segurança Institucional, Receita Federal e Coaf.
A reação acontece depois de vários massacres em presídios nas regiões Norte e Nordeste.
"Embora seja uma questão dos estados, a situação atual pode ser encartada na segurança de toda a nação. Por isso, quero que os órgãos de inteligência trabalhem nessa matéria para impedir a proliferação e atuação das facções", disse o presidente Michel Temer ao Blog.
A estratégia de Temer é usar a inteligência do governo para ajudar os estados no enfrentamento ao crime organizado. A avaliação feita no Palácio do Planalto é que as facções estão muito organizadas, ditando ordens de dentro dos presídios. Por isso, a determinação é que haja um entrosamento entre as áreas de inteligência do governo para desarticular as facções.
Ao mesmo tempo, Temer quer prioridade para a construção dos cinco presídios federais no prazo de um ano. Ele vai conversar com governadores para que o mesmo modelo de construção pré-moldado seja adotado nos outros 25 presídios que serão construídos. A expectativa é que isso possa gerar, num curto prazo, mais de 30 mil novas vagas nos presídios do país.
O presidente Michel Temer enfatizou a necessidade do cumprimento do artigo 5º da Constituição, que no inciso 48 afirma que um preso cumprirá sua pena em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito, sexo e idade. Temer quer colocar em prática a adoção de presídios diferentes para presos que cometeram delitos mais leves daqueles que foram condenados por delitos graves.
Na quarta-feira, Temer iniciará uma série de reuniões com grupos de governadores para analisar a crise nos presídios. Para conseguir aprofundar o tema, ele preferiu fazer encontros com grupos separados.
Já no Plano Nacional de Segurança, em elaboração pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, Temer aposta numa operação permanente na fronteira. Antes, essas operações eram episódicas.
Nas fronteiras, haverá uma ação conjunta das Forças Armadas, Polícia Federal e Receita Federal e polícias estaduais para o combate ao tráfico de drogas, armas e pessoas e até mesmo de cigarro. Para isso, o governo deve traçar um plano juntamente com os países vizinhos.
Gerson Camarotti (G1)/montedo.com