Abaixo, um texto de Jorge Serrão, no Alerta Total. Volto a seguir.
Redesenho do Ministério da Defesa promove "passaralho iedológico" nas Forças Armadas e tira poder dos militares.
Por Jorge Serrão
Sairá finalmente do papel a mera intenção retórica de “subordinar os militares inteiramente ao poder civil” – sempre escondendo-se o verdadeiro interesse de controlar aqueles que teriam autonomia constitucional para garantir a soberania nacional. A novidade principal é a subordinação dos militares ao poder político transitório, na nova reestruturação da Defesa. Os comandantes militares serão nomeados "por indicação", e não mais após ser "ouvido" o Ministério.
Também será criado o Estado Maior Conjunto, a ser secretariado por um oficial general de quatro estrelas, a mesma patente dos atuais comandantes militares. Ele será mais um intermediário entre o futuro-poderoso-ministro e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica – que perdem, de fato e de direito, ainda mais poder e autonomia. O genérico Nelson Jobim, sempre atacando na Defesa, marcará sua grande vitória sobre o antigo pensamento dos militares brasileiros.
A exemplo do que ocorreu com as END (Estratégia Nacional de Defesa), a maioria dos generais comandantes das três forças terá de engolir, a seco, as mudanças na Lei Complementar 97 (que criou o Ministério da Defesa, em junho de 1999). A proposta será enviada, ainda este mês, pelo presimente Stalinácio da Silva ao Congresso – e deve ser facilmente aprovada, conforme deseja o governo do Foro de São Paulo.
O mesmo projeto de mudanças prevê que o Ministério da Defesa centralizará a confecção do orçamento das três Forças e cuidará das milionárias licitações. A secretaria de material de defesa, sob o comando de um oficial de quatro estrelas, cuidará da compra de aviões, navios, armas e blindados. O projeto prevê mudanças na Lei de Licitações (8.666) que permitam à Defesa escolher empresas para executar projetos de caráter estratégico.
Passaralho ideológico
Na verdade, toda a reestruturação do Ministério da Defesa vai exigir uma reformulação geral das três Forças, em médio e longo prazos.
No plano do governo Lula, uma profunda alteração no esquema de poder interno das três forças – sobretudo o Exército.
A ideia é “promover” os oficiais de baixo, menos identificados com os “ideais” de 1964, mandando para a reserva os oficiais mais antigos.
Por Jorge Serrão
Sairá finalmente do papel a mera intenção retórica de “subordinar os militares inteiramente ao poder civil” – sempre escondendo-se o verdadeiro interesse de controlar aqueles que teriam autonomia constitucional para garantir a soberania nacional. A novidade principal é a subordinação dos militares ao poder político transitório, na nova reestruturação da Defesa. Os comandantes militares serão nomeados "por indicação", e não mais após ser "ouvido" o Ministério.
Também será criado o Estado Maior Conjunto, a ser secretariado por um oficial general de quatro estrelas, a mesma patente dos atuais comandantes militares. Ele será mais um intermediário entre o futuro-poderoso-ministro e os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica – que perdem, de fato e de direito, ainda mais poder e autonomia. O genérico Nelson Jobim, sempre atacando na Defesa, marcará sua grande vitória sobre o antigo pensamento dos militares brasileiros.
A exemplo do que ocorreu com as END (Estratégia Nacional de Defesa), a maioria dos generais comandantes das três forças terá de engolir, a seco, as mudanças na Lei Complementar 97 (que criou o Ministério da Defesa, em junho de 1999). A proposta será enviada, ainda este mês, pelo presimente Stalinácio da Silva ao Congresso – e deve ser facilmente aprovada, conforme deseja o governo do Foro de São Paulo.
O mesmo projeto de mudanças prevê que o Ministério da Defesa centralizará a confecção do orçamento das três Forças e cuidará das milionárias licitações. A secretaria de material de defesa, sob o comando de um oficial de quatro estrelas, cuidará da compra de aviões, navios, armas e blindados. O projeto prevê mudanças na Lei de Licitações (8.666) que permitam à Defesa escolher empresas para executar projetos de caráter estratégico.
Passaralho ideológico
Na verdade, toda a reestruturação do Ministério da Defesa vai exigir uma reformulação geral das três Forças, em médio e longo prazos.
No plano do governo Lula, uma profunda alteração no esquema de poder interno das três forças – sobretudo o Exército.
A ideia é “promover” os oficiais de baixo, menos identificados com os “ideais” de 1964, mandando para a reserva os oficiais mais antigos.
Manda quem pode...
As mudanças estabelecem a autoridade do Ministério da Defesa sobre os comandos militares.
As promoções, em cada Força, são enviadas diretamente ao presidente da República.
Alguém duvida que os generais “amigos” ou “melancias” serão privilegiados?
Revanchismo pleno
Assim que for aprovada a reestruturação do Ministério da Defesa, o próximo passo será um acerto de contas histórico dos militares com seus adversários ideológicos.
As mudanças estabelecem a autoridade do Ministério da Defesa sobre os comandos militares.
As promoções, em cada Força, são enviadas diretamente ao presidente da República.
Alguém duvida que os generais “amigos” ou “melancias” serão privilegiados?
Revanchismo pleno
Assim que for aprovada a reestruturação do Ministério da Defesa, o próximo passo será um acerto de contas histórico dos militares com seus adversários ideológicos.
"É uma demonstração de muito compromisso democrático: discute-se a política de defesa, reestruturação e a memória (caso dos desaparecidos), sem reivindicações corporativas, crise ou pronunciamento militar".
O comentário do ex-guerrilheiro e deputado federal petista José Genoíno (SP), em reportagem do jornal Valor Econômico sobre o tema, indica perfeitamente o que vem por aí...