10 de novembro de 2017

Hans Donner propõe nova bandeira do Brasil com tons degradê e palavra "Amor"


Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)
Responsável por aberturas de novelas que estão no imaginário brasileiro há três décadas, o designer alemão naturalizado brasileiro Hans Donner apresentou nesta quinta-feira (9), durante o Fórum do Amanhã, que acontece em Tiradentes (MG), um projeto para modificar a bandeira brasileira.
O projeto começou a ser concebido há mais de dez anos e, desde então, vem ganhando a atenção de Donner. Agora, entretanto, a intenção é começar a
trabalhar para que ele seja enviado ao Congresso para ser implementado.
Segundo ele, o objetivo é sinalizar uma nova visão de país. Além do uso de tons de verde e amarelo em degradê, o projeto prevê modificação no sentido da faixa branca e a inserção da palavra "amor" antes do lema positivista "Ordem e Progresso".
"Essa ideia expressa um sentimento mais positivo. O objetivo é começar por aí a resgatar a solidariedade que não pode faltar num símbolo da nação", disse.
Além disso, o sentido da faixa, que hoje forma um arco com pontas direcionadas para baixo, seria invertido, indicando para o alto.
"Quando comecei a fazer design em Viena, uma das primeiras coisas que aprendi foi que uma frase que sobe, para o alto, tem poder. E queremos sinalizar esse poder, essa mudança que é necessária. Como está, a frase indica inferioridade, e isso acaba passando para o povo", disse.


Apoio
O Fórum do Amanhã é uma iniciativa que tem como objetivo reunir intelectuais e populares para discutir os problemas brasileiros e apontar soluções para o futuro. Entre os idealizadores estão o economista Eduardo Gianetti e o sociólogo italiano Domenico de Masi. A primeira edição foi realizada em 2016, também em Tiradentes.

Com o objetivo de apresentar a mudança na bandeira aos brasileiros, o Fórum do Amanhã faz uma campanha virtual onde apresenta a nova proposta de design.
"Estamos unidos pelo propósito de alterar a bandeira brasileira, conforme a sugestão visual de Hans Donner", disse a entidade no site oficial da petição para que a mudança seja realizada.
Ainda de acordo com os organizadores, trata-se de um movimento cívico, independente de partidos ou ideologias. "Queremos atualizar a nossa bandeira para que reflita uma nova visão de país e a crença num futuro melhor. Para gerar um sentimento mais positivo. Vamos começar por aí a resgatar a solidariedade que não pode faltar num símbolo da nação", diz o fórum.
A expectativa é conseguir 100 mil assinaturas e, depois, enviar a proposta de mudança ao Congresso Nacional.


Caminho no Congresso 
Concebido sob o ideário positivista, o principal símbolo nacional foi oficializado em 19 de novembro de 1989. Desde então, nunca sofreu alterações, exceto para a inserção de novas estrelas, que representam Estados criados depois da Proclamação da República.

A intenção é que, com as assinaturas, o projeto seja encampado por algum parlamentar. Depois de dar entrada no Congresso, entretanto, o processo é relativamente simples. Segundo o professor de Direito Constitucional da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Leopoldo Soares, a mudança ocorreria por meio de lei ordinária, que exige maioria simples no Congresso (tanto na Câmara quanto no Senado) para ser aprovada.
"A Constituição define a bandeira como um símbolo nacional, mas a forma que ela terá é objeto de uma lei ordinária. Basta a mudança ser aprovada pelos parlamentares e publicada, após a sanção do presidente, para vigorar", diz Soares.
"Foi isso que ocorreu quando as novas estrelas foram colocadas na bandeira", explica.
UOL/montedo.com

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