Crime aconteceu na manhã desta quarta-feira
Tiro em carro de coronel da FAB morto dentro do Túnel Marcelo Alencar na manhã desta quarta-feira - Custódio Coimbra / Agência O Globo |
IGOR RICARDO
RIO - A Polícia Civil investiga se um coronel reformado da Força Aérea Brasileira (FAB), morto a tiros no Túnel Marcello Alencar, na Zona Portuária, ontem de manhã, foi executado ou vítima de latrocínio. Ialdo Pimentel, de 66 anos, estava a caminho de Bangu e seguia na via pela pista em direção à Rodoviária Novo Rio quando teve o carro fechado por outro veículo. Um homem desceu do banco do carona e disparou pelo menos três vezes contra o Honda HR-V em que Ialdo estava com a mulher.
A hipótese de execução ganhou força por conta da dinâmica do assassinato. Segundo o delegado adjunto da Divisão de Homicídios (DH), André Timoni, os criminosos estavam seguindo a vítima desde o Aterro do Flamengo e tentaram emparelhar com o carro do militar diversas vezes. Embora estivesse na reserva, Ialdo ainda trabalhava como prestador de serviços do Centro de Computação da Aeronáutica.
— Não descartamos nenhuma das duas hipóteses, mas é uma dinâmica que foge um pouco do latrocínio. O carro dos criminosos estava seguindo o do coronel — disse Timoni.
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VIÚVA ACOMPANHOU PERÍCIA
Segundo o delegado, o carro dos criminosos tentou abordar o de Ialdo no Aterro, mas ele conseguiu desviar. Depois, houve nova tentativa, já dentro do túnel, mas o coronel também conseguiu escapar da abordagem. Não se sabe se a vítima tinha percebido se tratar de uma perseguição ou se considerou ser apenas imprudência de trânsito. Na terceira tentativa, os bandidos ultrapassaram o Honda do coronel e atiraram.
Muito abalada, a mulher da vítima, que pediu para não ser identificada, contou à polícia que os dois estavam indo para um evento com crianças especiais na Zona Oeste. Após o crime, ela foi para a 4ª DP (Praça da República). Depois, voltou para o Túnel Marcello Alencar para acompanhar o trabalho da perícia. Acompanhada de um sobrinho de Ialdo, a viúva deu detalhes sobre a ação dos bandidos. O carro do casal foi devolvido aos familiares após a perícia, e retirado do túnel por um reboque da concessionária Porto Novo.
Na tarde de ontem, a mulher de Ialdo prestou depoimento na DH por mais de duas horas. Ela é considerada peça-chave na investigação.
— Meu marido era uma pessoa muito querida. Neste momento, preciso ser forte porque temos uma filha que era muito ligada a ele. Semana que vem é aniversário dela e iríamos viajar juntos, mas infelizmente aconteceu isso. Estávamos casados há mais de 40 anos — disse a viúva.
A Polícia Civil já está com imagens do crime e tenta identificar os bandidos. Ainda não há informações sobre o enterro do coronel.
O Globo/montedo.com