Inconformados por não terem sido procurados pela comissão governamental que busca ossadas no Araguaia, militares que atuaram na repressão à guerrilha preparam um mapeamento com a indicação de pelo menos 20 locais de sepultamentos clandestinos.
Fora do Exército desde o fim da guerrilha, no início dos anos 70, eles dizem lembrar de áreas onde estariam enterrados alguns dos cerca de 60 militantes do então clandestino PC do B oficialmente desaparecidos.
Fundador da Associação dos Ex-Combatentes da Guerrilha do Araguaia, que reúne cerca de 600 membros, Raimundo Pereira de Melo, 56, foi soldado no Araguaia. Ele diz que a maioria dos locais vasculhados no último mês pelos membros da comissão está correta, mas que os pontos de abertura de valas são equivocados.
A associação ouviu ex-militares radicados no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. As informações são as de que há guerrilheiros enterrados em Xambioá e nos municípios paraenses de Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e Brejo Grande.
Pereira de Melo diz que pode apontar, em Xambioá, onde foram enterrados Osvaldo da Costa, o Osvaldão, e Valquíria Afonso. Seria na antiga base, hoje desativada.O Ministério da Defesa informou que a comissão tem interesse em ouvir todos aqueles com informação sobre as ossadas e que está à disposição dos ex-militares.
Folha de S.Paulo