17 de agosto de 2009

HAITI: SENADOR MUDA DE OPINIÃO E DEFENDE PERMANÊNCIA DAS TROPAS BRASILEIRAS

O senador Flavio Torres (PDT-CE) relatou em Plenário, nesta segunda-feira (17), viagem que fez ao Haiti, entre os dias 13 e 15 deste mês, integrando uma comitiva de membros da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Ele afirmou que, como nordestino, já havia visto muito pobreza em sua vida, mas nada como a miséria que ali encontrou. Flavio Torres confessou ter revisto sua posição, antes contrária à presença de tropas brasileiras naquele país. Segundo o senador, a permanência da missão da Organização das Nações Unidas (ONU), sob a liderança do Brasil, é necessária como fator de estabilidade para o Haiti.
- Graças ao trabalho das tropas da ONU, foram drasticamente reduzidas as guerras entre gangues, que atormentavam a população haitiana - argumentou o senador. - A cada manhã eram encontrados quatro ou cinco corpos de pessoas assassinadas. Isto já não acontece.
Flavio Torres afirmou que, por constatações como essa, ele voltou absolutamente convencido da necessidade da missão da ONU no Haiti, bem como da participação brasileira nessa tarefa. O senador explicou que a missão é composta por um total de 9.080 "capacetes azuis", comandados pelo general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, sendo que o Brasil participa com 1.281 militares. Ele disse ter tido a oportunidade de encontrar-se com as altas autoridades daquele país, que disseram ter solicitado a presença das tropas, para garantir um mínimo de segurança para os haitianos.
Em relação às condições de vida da população, Flavio Torres relatou que não há saneamento básico nem coleta de lixo na capital, Porto Príncipe, o que faz da cidade "um grande lixão". Não há iluminação pública, somente 10% das casas têm acesso a eletricidade e o abastecimento de água chega apenas a 20% das residências.
- Nunca tinha vista o que ocorre lá - descreveu Flavio Torres. - Nunca vi, por exemplo, alguém fabricando, vendendo e, muito menos, comprando biscoito de barro para comer. O biscoito feito de barro, sal e gordura, é vendido nas feiras, indicado especialmente para as mulheres grávidas.
O senador Flavio Torres propôs que, paralelamente ao trabalho das forças de paz da ONU, sejam desenvolvidas mais ações humanitárias que possam garantir empregos e dignidade à população do Haiti.
Agência Senado

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