31 de maio de 2018

Última!!!

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Esta é a postagem número 16.680 do Montedo.com na plataforma Blogger. E também a última.
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Grande abraço e vamos em frente!

Abin e PGR investigam infiltração militar em paralisação

ABIN E PROCURADORIA INVESTIGAM INFILTRAÇÃO MILITAR EM PARALISAÇÃO
Órgãos federais suspeitam que violência contra caminhoneiros e sabotagem a trem em Bauru têm relação com presença de militares no movimento
ALLAN DE ABREU
A Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, investiga a participação de integrantes das Forças Armadas e das Polícias Militares estaduais na greve dos caminhoneiros. O objetivo seria aproveitar o momento de extrema fragilidade política do governo Temer para provocar uma intervenção militar no país.
De acordo com três agentes da Abin ouvidos pela piauí sob a condição do anonimato, a possível presença de militares entre os grevistas começou a se desenhar nesta semana, quando cresceu a violência contra os caminhoneiros – um deles foi assassinado na quarta-feira, 30 de maio, em Rondônia –, e surgiram atos típicos de sabotagem, como a retirada de parafusos dos trilhos da linha férrea em Bauru, no interior paulista, que levou ao descarrilamento de um trem carregado com combustível, no dia anterior.
Em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, manifestantes bloquearam a entrada do quartel do Exército no domingo, 27 de maio, pedindo intervenção militar no país. No Rio, segundo a Polícia Rodoviária Federal, há indícios de envolvimento de milicianos no movimento. A Abin também estranha a falta de pulso da polícia nos mais de 500 pontos de bloqueio de caminhões que se formaram no Brasil nos dias de greve. Os agentes comparam com a paralisação de 2015, que durou três dias. Na época, não houve desabastecimento de combustíveis, alimentos e remédios, como desta vez. “Havia uma ação mais enérgica da polícia. Por que não houve desta vez? É estranho”, questionou um dos agentes.
Na quarta-feira, 30, a Câmara Criminal da Procuradoria Geral da República instaurou procedimentos para investigar se empresários e sindicalistas violaram dois dispositivos previstos na Lei de Segurança Nacional: tentar mudar o regime político do país com emprego de violência e “incitar a subversão da ordem política e a animosidade entre as Forças Armadas”, crimes punidos com até dezenove anos de prisão.
A Câmara Criminal tem informações sobre a infiltração de militares na greve, mas, nesse caso, segundo a procuradora Luiza Frischeisen, coordenadora da Câmara Criminal, a investigação formal cabe ao Ministério Público Militar. “É algo muito grave que precisa ser apurado”, afirmou Frischeisen. Procurado pela piauí, o promotor Adriano Alves Marreiros, do MPM, não quis se manifestar.
As redes sociais e principalmente aplicativos como o WhatsApp têm sido bombardeados com fake news a favor de uma intervenção. Em um áudio, um homem se passa pelo general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, para pedir “a todos os brasileiros que saiam às ruas nesta quarta-feira [dia 30] pedindo a intervenção militar”. Assim, no dia seguinte, “nós iremos destituir o presidente, junto com o Congresso Nacional e o Judiciário. Devido à corrupção que se instaurou nesse país, faremos um governo interino”. A página (verdadeira) do general no Twitter passou a ser bombardeada de mensagens críticas a ele – muito chamam Villas Bôas de “covarde”. “Deixou o povo brasileiro na mão, quando a gente precisou de você.”
“São ações práticas concatenadas com forte propaganda veiculada em aplicativos criptografados. É tudo muito bem pensado, o que nos leva a acreditar que há militares diretamente envolvidos”, afirmou um dos integrantes da Abin. A agência mapeou o descontentamento generalizado da caserna com o governo Temer, sobretudo após a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano. Não são poucos os que consideram o general Sérgio Etchegoyen “traidor” por integrar a gestão Temer. Ele é ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI, a quem a Abin é subordinada. “Há uma crise grave, muito maior do que a greve”, disse um dos agentes.
A própria Abin teve um comportamento heterodoxo na greve, ao deixar de avisar o governo sobre a movimentação dos grevistas nas semanas anteriores à paralisação. Nesta quarta-feira, na tentativa de debelar o movimento, o Palácio do Planalto divulgou um número de celular com WhatsApp, batizado de “SOS Caminhoneiro”, para que os motoristas de caminhão denunciem casos de coação que os impeçam de retomar o trabalho.
PIAUI (Folha)/montedo.com

Bolsonaro: ‘Nunca defendi intervenção militar’

O pré-candidato à Presidência, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), participa da 26° Marcha para Jesus em São Paulo
Bolsonaro na Marcha para Jesus (Edson Lopes Jr/UOL)
Jair Bolsonaro [...] disse aos jornalistas que cobriam hoje a Marcha para Jesus nunca ter defendido uma intervenção militar no Brasil.
“Eu nunca defendi intervenção militar nenhuma, nunca disse isso. Acredito na volta dos militares ao poder pelo voto, pela democracia, nas eleições. É essa minha posição”, declarou o presidenciável.
“”Não é por que eu defendo o regime militar [de 1964] que eu gostaria de uma intervenção agora, as pessoas confundem as coisas”, acrescentou.
Bolsonaro negou, ainda, as acusações de homofobia. “Não tenho nada contra os gays. Eu só não queria que distribuíssem aquele ‘kit gay’ nas escolas, só isso.”
O Antagonista/montedo.com

General Heleno: clamor por intervenção é semelhante ao de 1964, mas caminho são as eleições

Clamor por intervenção militar é semelhante ao de 1964, diz general da reserva 
General Heleno, ex-comandante no Haiti, porém, afirma que Forças Armadas repudiam a ideia 
O general Augusto Heleno (à esq.), durante cerimônia de transmissão de comando, em 2011
General Heleno, em foto de 2011 (Sergio Lima/Folhapress)
Isabel Fleck
O general da reserva Augusto Heleno, 70, que foi o primeiro comandante das tropas da ONU no Haiti, diz ver semelhanças entre os atuais pedidos de intervenção militar e o período anterior ao golpe de 1964. O militar, que já declarou apoio ao pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), contudo, afirma que as Forças Armadas estão “vacinadas” e não pretendem tomar o poder.  "É lógico que as Forças Armadas se sentem 'lisonjeadas' pela credibilidade que essas faixas demonstram, mas têm plena consciência de que esse não é o caminho. O caminho são as eleições que vão acontecer", disse o general, em entrevista à Folha.

Como o sr. vê os pedidos de intervenção militarpresentes nos protestos dos caminhoneiros? 
Não são só os caminhoneiros. Há um crescimento exponencial desse tipo de manifestação. Não é igual a 64, mas é semelhante, guardadas as enormes diferenças e devidas proporções. A semelhança é esse clamor popular pela intervenção militar. É um sentimento que vai crescendo na população que enxerga nos militares a solução para o problema nacional. Mas as Forças Armadas estão vacinadas, não pretendem isso, não buscam isso e de maneira nenhuma trabalham para isso. 

Quais são as diferenças?
Há uma outra formação. Os valores das Forças Armadas são os mesmos, mas há uma outra geração de militares, formada pela geração que viveu o período militar e colocou na cabeça dos atuais generais que esse não era o caminho. Que esse é um caminho esdrúxulo. Até tem previsto na Constituição uma intervenção no caso do caos, mas não é o pensamento nem o desejo dessa geração de militares. 

Por que o sr. considera que esses pedidos ganharam tanta força?
Ainda que se faça uma força danada para denegrir tudo o que foi feito, a imagem que ficou daquela época [ditadura] é que era um país mais organizado, que a população tinha uma vida melhor. Não estou dizendo que fosse assim, mas essa é a imagem que muita gente tem. Há uma espécie de conscientização de que os militares são capazes de colocar ordem na casa. Nós sabemos que isso é fruto de uma crise que o país está vivendo, depois de 13 anos de uma gestão desastrosa do dinheiro público. Mas é claro que não vai se repetir. A história dá muitos ensinamentos, mas dificilmente se repete. 

Como os militares devem responder a esse clamor?
Eu não quero dar palpite, isso compete ao comandante. O general Villas Boas é um comandante com uma liderança extraordinária, tem enorme sensibilidade e eu tenho certeza que, se for necessário, ele vai colocar a posição do Exército em relação a isso. 

Nas Forças Armadas, há quem defenda intervenção?
Posso lhe garantir que os oficiais e generais da ativa afastam essa possibilidade, repudiam esse tipo de manifestação. É lógico que as Forças Armadas se sentem “lisonjeadas” pela credibilidade que essas faixas demonstram, mas têm plena consciência de que esse não é o caminho. O caminho são as eleições que vão acontecer. 

O sr. considera que a paralisação dos caminhoneiros ainda tem legitimidade, mesmo após acordo com Temer?
Eles procuraram fazer as reivindicações deles e também não causar maiores possibilidades de confronto. É natural que o país se ressinta porque o prazo foi relativamente largo para esse tipo de abstenção de combustível, comida. E na situação que o país está vivendo, em crise há muito tempo e se encaminhando para uma eleição, é lógico que existe gente que está torcendo para que tudo dê errado. Há quem defenda que o Bolsonaro seria um dos interessados no caos. Tenho certeza que não. Ele já fez alguns pronunciamentos convidando a ter prudência e comedimento, a acatar as ordens, a apoiar a atuação das forças legais.
FOLHA DE SÃO PAULO/montedo.com

RS: presença de militares gera boato de intervenção e mobiliza populares em Gramado

População de Gramado confunde presença de militares com intervenção
Boatos surgiram nas redes sociais e mobilizou comunidade até ao pórtico do bairro Várzea Grande
Resultado de imagem para militar topógrafo
Trabalho dos topógrafos militares gerou boataria (Imagem ilustrativa/AD/5)
Os boatos nas redes sociais conclamavam a população para ir ao pórtico do bairro Várzea Grande, na saída de Gramado para Três Coroas, na noite de segunda-feira. O motivo: militares foram vistos em Gramado e dariam inicio a uma “intervenção militar”, que “começaria a meia-noite” e que “precisava da população nas ruas para ser bem-sucedida”.
Em pouco tempo, um número significativo de pessoas ocupou a ERS 115. Tudo não passou de um engano. Um boato sem fundamento disseminado pelas redes sociais, conforme a assessoria de comunicação do 1° Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (1°BPAT) da Brigada Militar.
Segundo a Brigada Militar, o Rio Grande do Sul firmou, em novembro de 2017, um convênio para mapeamento hídrico do Estado com o Exército Brasileiro, que atualizará a carta topográfica.
O convênio viabilizará o intercâmbio de informações e de geoinformação referentes ao Estado, buscando uma maior integração entre a União, quanto às políticas e padrões técnicos a serem adotados nas ações de elaboração da base cartográfica do território rio-grandense, na escala 1:25.000, informou a Brigada Militar.
“O trabalho estava agendado há mais de mês na região, sendo iniciado no dia 21 de maio e segue até meados de junho. Neste período, os militares estarão alojados no Posto da BM da Várzea Grande, em Gramado”, esclarece a nota do 1° BPAT.
Correio do Povo/montedo.com

Abin deixou Temer na mão em crise dos caminhoneiros: "Whats App está fora da capacidade deles"

Agência de Inteligência deixa Planalto 'vendido' na crise dos caminhoneiros
Temer não recebeu nenhum relatório de inteligência sobre a gravidade da paralisação
Reunião do gabinete formado para acompanhar a paralisação dos caminhoneiros, no Planalto
Marcos Corrêa/Presidência/29-05-2018
LETÍCIA FERNANDES / ROBSON BONIN
BRASÍLIA — Criada para gerenciar crises e alertar o presidente da República sobre situações com “potencial de risco à estabilidade institucional”, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não conseguiu detectar qualquer ato que pudesse ter chamado a atenção do governo para a gravidade do movimento que estava sendo arquitetado pelos caminhoneiros com o apoio financeiro de empresários do setor. Nas palavras de um auxiliar presidencial, a Abin deixou o governo do presidente Michel Temer completamente “vendido” e no “escuro” durante uma das maiores crises de abastecimento do país.
Um auxiliar direto do presidente disse ao GLOBO que Michel Temer não recebeu da agência nenhum relatório de inteligência sobre o caso e que as reuniões do governo “já começaram em cima do incêndio”.
— Não é que o palácio tenha dormido no ponto. Ninguém no governo imaginava que as empresas de transporte fossem atuar nos bastidores para transformar os atos em uma tentativa de derrubar o presidente da Petrobras. As empresas operaram os caminhoneiros para atacar a política de preços da Petrobras e ninguém na inteligência nos avisou — disse.
A falta de atuação da Abin foi percebida na segunda-feira, durante a reunião do comitê de crise instalado no Palácio do Planalto. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Sérgio Etchegoyen, quis saber da advogada-geral da União, Grace Mendonça, como estava a aplicação de multas a empresas de transporte envolvidas na paralisação dos caminhoneiros. Até aquele momento, disse a ministra, o órgão não havia processado nenhuma penalidade porque ainda desconhecia a identidade dos infratores.
Contrariado, Etchegoyen pediu a lista de empresários envolvidos nas paralisações a Janér Tesch, diretor da agência. Era o oitavo dia de bloqueios em estradas. Com o país mergulhado no caos, Etchegoyen ouviu uma resposta constrangedora. O serviço secreto brasileiro, encarregado de abastecer o presidente da República de informações de inteligência, também não possuía uma lista de empresários a apontar.
Organizada a partir de grupos de WhatsApp, a greve dos caminhoneiros cresceu em volume e só conseguiu chegar ao décimo dia, nesta quarta-feira, por causa do suporte financeiro e logístico dos empresários do ramo de transportes. A Abin, além de não identificar ameaças durante a organização do movimento, também não conseguiu identificar o crescimento das paralisações.
— Nas reuniões, a gente perguntava para o pessoal da Abin o que aconteceria e eles só diziam que melhoraria no dia seguinte. Só que não melhorou — diz um integrante do comitê de crise.
Com um orçamento previsto para 2018 de R$ 670 milhões, de acordo com levantamento feita pelo Contas Abertas a pedido do GLOBO, a Abin tem escritórios em todas as capitais brasileiras e em 14 países. Até segunda-feira, a agência já havia gasto R$ 194 milhões desse orçamento sem conseguir prever um único ato dos caminhoneiros organizado a partir do WhatsApp.
— Esses caras da Abin são analógicos. Esse tipo de comunicação horizontal, feita via WhatsApp, está fora da capacidade deles — diz um auxiliar da área de Segurança do governo.
Por causa da ausência de informações de inteligência, o Palácio do Planalto acreditou que estava negociando o fim das paralisações com um grupo de “líderes” sindicais que, na verdade, não representavam a categoria. Na quinta-feira, anunciou um acordo que acabou rejeitado pelos caminhoneiros.
Ao perceber o envolvimento de empresários nas paralisações, outros órgãos de segurança, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal passaram a agir. A PF anunciou a abertura de inquéritos para investigar empresários por locaute. E a PRF, com a ajuda das Forças Armadas passaram a registrar placas de caminhões nos bloqueios para identificar os proprietários e, com isso, levantar que empresas dariam suporte aos grevistas. Foi a partir desse levantamento de placas que a PRF conseguiu apresentar ao governo, nesta terça-feira, o primeiro relatório de multas, com 718 autuações.
Diante da continuidade da greve, Temer foi obrigado a entrar pessoalmente no gerenciamento da crise na manhã de sexta-feira. Um dia antes, ele havia cumprido agendas oficiais no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, como se nada estivesse acontecendo no país. Com o governo atordoado, Temer anunciou em um pronunciamento no Planalto o emprego das Forças Armadas na desmobilização da greve. O ato acabou inflamando o país e desagradando os militares, que foram chamados de última hora, sem serem consultados a respeito da viabilidade da operação.
— Nesse processo de desgaste do governo, qualquer gripe vira pneumonia. Para não agravar a situação, o comando orientou as tropas a negociar sempre, sem violência. O caminho foi abrir os eixos de logística, garantir a retomada do abastecimento de combustíveis e o bem-estar social — disse ao GLOBO um general ligado ao comando do Exército.
Depois de Temer assinar um decreto nacional de Garantia da Lei e da Ordem e ameaçar confiscar os caminhões dos grevistas, os relatórios de monitoramento de redes sociais da Presidência mostraram um avanço no apoio dos brasileiros ao movimento. A greve chegou a ter 90% de apoio dos usuários das redes no fim de semana.
— A Abin falhou muito ao minimizar a ebulição desse movimento nas redes sociais. Quando o governo viu, a situação já tinha saído do controle. A inteligência deveria ter monitorado o tamanho disso nas redes — disse um auxiliar de Temer.
O número só começou a cair a partir do anúncio do governo de um segundo acordo, quando o Palácio do Planalto decidiu aceitar todas as exigências dos caminhoneiros.
— A gravidade do desabastecimento de combustíveis e de alimentos no país, com desdobramentos na área da saúde começou a pesar. As pessoas perceberam que, com o atendimento das reivindicações, era chegada a hora de encerrar as manifestações. O apoio nas redes caiu de 90% para 35% — disse um integrante do comitê de crise.
A Abin foi procurada, mas ainda não se manifestou.

MINISTRO DEFENDE ABIN
Em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, após a reunião do comitê montado pelo governo para acompanhar a paralisação dos caminhoneiros, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), saiu em defesa da Abin. Etchegoyen disse achar que órgão não falhou e que todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) continua trabalhando no assunto:
— Não acho que a Abin tenha falhado. Acho que a Abin continua produzindo e vem trabalhando muito bem nisso e todo o SISBIN estava e continua envolvido nisso — disse o ministro do GSI.
De acordo com Etchegoyen, havia uma "percepção de inconformidade" mas houve dificuldade em prever a "intensidade" e o "nível de violência" do movimento, considerado, segundo ele, fora dos "parâmetros normais de análise e previsão":
— Óbvio que havia uma percepção de inconformidade, tanto que chegamos onde chegamos, mas a dificuldade de prever estava na intensidade e agora no nível de violência que o movimento tomou. Estamos analisando um situação que fugiu completamente aos parâmetros normais de análise e de previsão. O movimento foi descentralizado, não havia um sentimento de um foco de liderança aqui ou ali. Os próprios líderes se manifestaram nessa direção - argumentou.
O Globo/montedo.com

30 de maio de 2018

Reação de militares a protesto causa preocupação na cúpula do governo

Oficiais superiores descartam intervenção, mas temem por simpatia da tropa a manifestantes 
Caminhão tem no vidro um cartaz escrito 'Intervenção militar já'
Caminhoneiros parados na rodovia Régis Bittencourt pedem intervenção militar - Zanone Fraissat/Folhapress
Igor Gielow
O governo Michel Temer (MDB) acompanha com o que um ministro chama de alta preocupação o risco de movimentos de protesto se alastrarem pelo país com complacência ou simpatia por parte de militares. Ninguém fala em golpe ou intervenção, segundo a Folha ouviu de oficiais ao longo desta segunda (28). São hipóteses consideradas implausíveis nos estratos superiores do comando. Mas o temor relatado é o de uma insatisfação difusa, horizontal, entre as tropas responsáveis por manter a ordem quando acionadas para isso. Assim, o próprio governo considera como mera ameaça a medida anunciada de que motoristas militares poderiam tomar o assento de manifestantes nas estradas. Além do perigo de confronto, há a possibilidade de soldados se negarem a fazê-lo, o que seria fatal para a já combalida autoridade do governo. A avaliação é atenuada por alguns oficiais generais mais experientes. Um deles afirmou que o maior problema neste momento é a disseminação de boatos e notícias falsas em grupos de WhatsApp --citou dois vídeos em que supostos oficiais da ativa, na verdade pessoas com uniformes improvisados, garantiam apoio a manifestantes.
Estão sendo monitorados, contudo, atos como os que ocorreram em frente a quartéis em Minas e Rio Grande do Sul no fim de semana, com parentes de manifestantes pedindo intervenção militar. O instrumento é previsto no artigo 142 da Constituição, para garantia da lei e da ordem, mas o texto é explícito acerca da subordinação ao presidente da República. 
A pauta não é consensual mesmo entre manifestantes. "Não é mais o movimento dos caminhoneiros, são grupos que pedem intervenção militar, sendo que quem está negociando conosco é o presidente da República", disse José Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros. "Pedir intervenção desmoraliza o bom caminhoneiro", afirmou ele. 
Há insatisfação também com o chamado efeito "posto Ipiranga", apelido dado no Ministério da Defesa ao emprego polivalente das Forças Armadas --a referência é, ironicamente dado o contexto do protesto atual, à propaganda da rede distribuidora de combustíveis que sugere solução de problemas diversos em seus postos. 
Militares já vinham se queixando da intervenção federal na segurança do Rio. Os próximos dias serão de grande tensão em Brasília, em especial pela ameaça de greve de petroleiros --que, sem agenda prévia, pegaram carona nos atos nas estradas. Em 1995, após semanas de duro embate, o governo Fernando Henrique Cardoso conseguiu quebrar a espinha de uma greve ocupando refinarias com tropas. Mas o momento é outro, com Temer liderando o governo mais impopular desde a redemocratização. 
Colaborou Natália Portinari 
Folha/montedo.com

29 de maio de 2018

'Intervenção militar' é assunto do ‘século passado’, diz ministro Etchegoyen, general da reserva

Século 21 está 'divertidíssimo', afirmou titular do GSI
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, durante entrevista coletiva
Jorge William / Agência O Globo
MANOEL VENTURA / KARLA GAMBA 
BRASÍLIA — O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, disse nesta terça-feira que “intervenção militar” é um assunto do século passado e nenhum militar das Forças Armadas está “pensando nisso”. Etchegoyen é general da reserva e um dos principais auxiliares do presidente Michel Temer.
— Vivo no século 21 e o século 21 está divertidíssimo. Meu farol é muito mais potente que o retrovisor. Não vejo nenhum militar, Forças Armadas pensando nisso (“intervenção militar”), não conheço, absolutamente — disse o ministro, quando perguntado sobre o que pensa de faixas e cartazes pedindo a “intervenção militar” na paralisação dos caminhoneiros.
Etchegoyen faz parte do gabinete de crise montado pelo governo para acompanhar o movimento dos caminhoneiros e participou da entrevista à imprensa sobre paraliação, no Palácio do Planalto.
— Absolutamente, é um assunto do século passado, uma pergunta que não vejo mais nenhum sentido — disse o ministro.
Para ele, é preciso saber por que algumas pessoas pedem a volta de governo militares.
— O que eu sugiro é saber o porquê chegamos a nisso. Quando nós estudamos álgebras, íamos atrás do X e do Y. Tem uma incógnita nessa questão que é o porquê chegamos a isso. Por que chegamos a uma situação em que parte da sociedade acha que isso é uma solução razoável, sobre a mesa (...) Não busquem encontrar problema onde ele está eliminado. Não vamos procurar problema onde está iluminado.
O Globo/montedo.com

28 de maio de 2018

Greve: Ministério da Saúde aciona FAB, Exército e companhias aéreas


Paralisação tem impactado distribuição de remédios pelo Brasil
Paralisação tem impactado distribuição de remédios pelo Brasil  (Felipe Raul/Estadão Conteúdo)
Lígia Formenti e Roberto Godoy 
Brasília 
Com dificuldade para escoar remédios para Estados por causa da greve dos caminhoneiros, o Ministério da Saúde solicitou auxílio da Força Aérea Brasileira para transporte de produtos. Parte deles tem estoques suficientes para apenas dois dias. A pasta pediu ainda escolta das Forças Armadas para transportar por via terrestre os medicamentos entre os Estados e auxílio das companhias aéreas para que os produtos sejam levados em caráter prioritário. Na lista, estão medicamentos para tratamento de câncer, para pacientes transplantados, remédios de alto custo, além de vacinas e drogas usadas na terapia anti-HIV. O Ministério da Saúde classificou a cesta de produtos comprada de forma centralizada por critério de prioridade. Para casos urgentes, estoques são suficientes para dois dias. Esse é o caso, por exemplo, de alguns imunossupressores (indicados para pacientes que fizeram transplante) e do trastuzumabe, usado no tratamento de câncer de mama. Há ainda produtos cujo abastecimento é considerado grave: com quantitativo suficiente para atender 5 dias de demanda. Há ainda itens considerados em situação de "observação", com estoques para 10 dias.
As dificuldades também são encontradas no setor varejista. Farmácias e drogarias continuam sem receber medicamentos, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, Sérgio Mena Barreto. De acordo com ele, transportadoras, com medo de perder a mercadoria, preferem manter carregamentos em seus armazéns. "Os bloqueios liberam apenas medicamentos para hospitais, não para o comércio varejista", disse. Para Mena Barreto, se a situação perdurar, haverá desabastecimento importante de remédios ainda esta semana. "A situação é preocupante", resume. Barreto afirma que, no Paraná, mesmo caminhões com selos da Defesa Civil não conseguem ultrapassar os bloqueios. Quando a barreira é ultrapassada, o problema é apenas amenizado. Isso porque, entregue a carga, o caminhão vazio não consegue fazer o caminho de volta. "E aí, novas entregas ficam prejudicadas", afirma Mena Barreto. 

Transplantes 
Embora considerado como cirurgia de emergência, a realização de transplantes no País sofreu uma redução nos últimos dias, também em virtude da paralisação. "É um efeito cascata. Nessa situação, diminuem as notificações de possíveis doadores e, com isso a captação e, em consequência, as cirurgias", afirmou o diretor superintendente do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo, José Osmar Medina Pestana. Os números mostram o impacto. Mensalmente, são feitos cerca de 80 transplantes no hospital. Este mês, foram 60. O presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Paulo Pêgo, tem avaliação semelhante. Sem falar em dificuldades. Neste sábado (26), um transplante de pulmão somente pode ser realizado graças a escolta feita pela Polícia Militar de São Paulo. 

Forças armadas entram em ação 
A FAB informou que vai designar ainda nesta segunda-feira (28) dois aviões cargueiros do primeiro grupamento do Rio de janeiro (Ala 11) para o abastecimento de hospitais do País. Os cargueiros Hércules C-130 vão decolar da capital fluminense para a cidade de Montes Claros (MG). Lá, vão receber mil caixas de medicamentos e insumos hospitalares, que representam cerca de 24 toneladas de remédios. Cerca de 16 toneladas seguirão para as cidades de Recife e Caruaru, em Pernambuco, ainda nesta segunda-feira. As oito toneladas restantes serão distribuídas na terça-feira, ainda sem destinação específica. No Estado de São Paulo, o porto de Santos está guarnecido desde domingo por 250 fuzileiros navais que chegaram ao terminal marítimo a bordo do navio Bahia, também deslocado do Rio de Janeiro. Os fuzileiros são apoiados por um esquadrão de blindados Piranha e por um helicóptero empregado em reconhecimento aéreo. Segundo o Comando da Marinha, a missão do grupo é garantir as operações do porto. O Bahia é um navio de combate anfíbio comprado pelo governo do Brasil, na França, em 2015. Desloca 11.300 toneladas e mede 168 metros, o equivalente a um campo e meio de futebol.
Pode receber 450 fuzileiros além dos 300 tripulantes, veículos de desembarque, blindados e 3 helicópteros.
UOL/montedo.com

Filhas de militares recebem pensões que superam R$ 5 bilhões

Exército estima que, pelo menos até 2060, haverá quem tenha o direito; Hoje, elas somam mais de 110 mil
Sede do Comando Militar do Leste - Renee Rocha / Agência O Globo
ANDRÉ DE SOUZA
BRASÍLIA - Pensões pagas às filhas de militares mortos, muitas delas casadas e em idade produtiva, custam aos cofres públicos mais de R$ 5 bilhões por ano, mais do que toda a receita previdenciária das Forças Armadas em 2017, que ainda resistem em apresentar dados detalhados sobre um dos benefícios mais polêmico.
Embora o benefício tenha sido extinto no fim de 2000, ele ainda poderá ser pago nas décadas seguintes. O Exército estima que, pelo menos até 2060, haverá filhas de militares com direito a pensão. Hoje, elas somam mais de 110 mil.
O GLOBO tenta desde fevereiro do ano passado, via Lei de Acesso à Informação, obter a relação das pensionistas e outros detalhes, como valor, data em que o benefício foi concedido e data de nascimento da beneficiária.
O Globo/montedo.com

O Montedo.com chega a 40 milhões de pageviews e muda de casa

O blog acaba de atingir 40 milhões de visualizações de páginas. Em 2009, quando comecei, não poderia imaginar um momento desses nem em meus melhores sonhos.
Numa palavra:OBRIGADO!
A partir de 1º de junho, deixarei de postar aqui.
Os acessos à esta página serão redirecionados para o novo endereço: www.montedo.com.br
Vamos em frente!

27 de maio de 2018

As Forças Armadas e um estranho consenso às avessas

O governo, acuado, moribundo e sem rumo, sabe qual é a única receita para se manter minimamente vivo: intervenção militar

TULIO MILMAN
Os caminhoneiros paralisados em todo o país, mobilizados contra o governo e contra o Congresso, sabem o que querem: intervenção militar.
O governo, acuado, moribundo e sem rumo, sabe qual é a única receita para se manter minimamente vivo: intervenção militar.
Ao que tudo indica, as Forças Armadas sabem: não faz sentido intervir agora, ainda mais com a perspectiva de chegar ao poder daqui a cinco meses, pelo voto. Jair Bolsonaro venceu a maior parte das resistências no comando. Conta hoje com oficiais de peso na sua linha de frente.
Importante ressaltar: Exército, Marinha e Aeronáutica têm permanecido estritamente fiéis ao seu papel constitucional. Nesse quadro, o mais provável é que os militares atuem para garantir a ordem se preciso for, mas sem um protagonismo exagerado. Seria o que chamamos, no futebol, de "cumprir tabela".
A ameaça à "coesão nacional" é o fator que levaria a um patamar indesejado de atuação. Só o descontrole total, a violência e o caos empurrariam os tanques para a rua. O problema é que esse, também, é um cenário possível.
A pressão do descontentamento popular encontrou nos caminhoneiros uma válvula de escape. O fôlego do movimento será testado pela falta de gasolina, de comida e de remédios. Entramos numa semana decisiva.
Meio século depois de derrubarem um presidente para chegar ao poder, as Forças Armadas são trazidas, novamente, para o centro da história do Brasil. Não chega a ser surpresa. O quadro vem se desenhando há pelo menos dois anos.
A boa notícia – se é que há alguma – é que os militares aprenderam com 1964. Outubro é logo ali. Daqui a pouco, tem Copa do Mundo. A Pátria estará, mais uma vez, na ponta da chuteira.
A pontaria definirá o rumo do Brasil.
GAÚCHAZH./montedo.com

SP: mais de 250 fuzileiros navais são enviados para proteger o Porto de Santos

Navio Doca Multipropósito Bahia foi deslocado do Rio de Janeiro com sete caminhões, três blindados e dois helicópteros. 
Ordem do Governo Federal é normalizar as operações no cais.
Navio Doca Multipropósito Bahia foi deslocado com 260 fuzileiros ao Porto de Santos, SP (Foto: Divulgação/Marinha do Brasil)
Navio Doca Multipropósito Bahia foi deslocado com 260 fuzileiros ao Porto de Santos, SP
(Foto: Divulgação/Marinha do Brasil)
 José Claudio Pimentel, G1 Santos
O comando das Forças Armadas deslocou, neste domingo (27), o Navio Doca Multipropósito Bahia (G40), com 260 fuzileiros navais, para manter a segurança e garantir as operações no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O complexo portuário é alvo de protestos de caminhoneiros, que estão em greve há uma semana.

No sábado (26), Navio-Patrulha Macaé (P70) atracou no cais santista com 22 fuzileiros como medida emergencial decorrente do decreto presidencial para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estabelecido na sexta-feira (25). O Governo Federal quer que o porto retome as atividades rotineiras o "mais breve possível".

O Bahia foi deslocado do Rio de Janeiro com sete caminhões para transportar tropas, três blindados e dois helicópteros. Uma das aeronaves foi vista durante a manhã de domingo sobrevoando o complexo portuário para, segundo o Comando do Exército, fazer o reconhecimento de eventuais pontos no cais.
Primeiros fuzileiros navais foram deslocados para garantir a segurança do Porto de Santos, SP, no sábado (26) (Foto: Divulgação/Marinha do Brasil)
Primeiros fuzileiros navais foram deslocados para garantir a segurança do Porto de Santos, SP, no sábado (26)
(Foto: Divulgação/Marinha do Brasil)
Durante a manhã, o general Alexandre de Almeida Porto, comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, que coordena as operações das Forças Armadas no litoral paulista, participou de uma videoconferência com o comando em São Paulo e em Brasília. O objetivo foi traçar estratégias de eventual ação no cais.
O G1 apurou que o Governo Federal também foi informado neste domingo que os caminhoneiros não realizam bloqueios efetivos nos acessos terrestres ao Porto de Santos, o que impediria a passagem de veículos. Entretanto, mantêm pontos de concentração e acampamentos nas duas margens desde o início da paralisação.
O reforço de tropas militares no complexo acontece, ainda segundo o comando do Exército em São Paulo, para manter o "pleno funcionamento das operações" no cais. O deslocamento também ocorre para fazer a segurança da área do Porto Organizado e, portanto, os militares não seguirão para as estradas da região.
O Bahia atracou no Porto de Santos às 14h, conforme previsão inicial. No início tarde, militares do Exército também circularam armados pelas vias do porto utilizando motos. Não houve qualquer tipo de intervenção ou ação para retirar os caminhoneiros instalados em acampamentos às margens das pistas.

Paralisação
O Porto de Santos não registra movimentação de caminhões nas duas margens desde segunda-feira (21), segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária. O modal rodoviário representa 70% das operações, que foram diretamente impactadas com a paralisação da categoria.
A Codesp informou ao longo da semana e, reafirmou neste domingo ao G1, que mantém todas as operações no costado, com o embarque e desembarque de cargas nos navios. A movimentação de mercadorias a partir de ferrovia, que representa 26% do total, e de dutovia (4%), também não foram interrompidas.
G1/montedo.com

Pelo Twitter, comandante do Exército afirma que ordem é negociar para 'evitar conflitos' na greve dos caminhoneiros

General Eduardo Villas Bôas se reuniu com o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, e outros militares neste domingo. Presidente autorizou militares a desbloquearem rodovias.


Guilherme Mazui, G1, Brasília
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, diz que atuação de militares no desbloqueio de rodovias é negociar para “evitar conflitos”. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, diz que atuação de militares no desbloqueio de rodovias é negociar para “evitar conflitos”. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou neste domingo (27) pelo Twitter que a “diretriz operacional” para atuação de militares no desbloqueio de rodovias é negociar para “evitar conflitos”.
“Desejamos, o mais rápido possível, a solução desse desafio, a fim de mitigar as dificuldades crescentes da população. “Reafirmamos como diretriz operacional o foco no bem-estar social e na perene negociação para evitar conflitos entre os atores diretamente envolvidos”, escreveu o general.
Villas Bôas informou pela rede social que se reuniu na sala do alto comando do Exército com o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, e outros militares para uma vídeo-conferência com responsáveis por áreas de atuação na “solução da ‘greve dos caminhoneiros’.


Estamos reunidos na sala do Alto-Comando do @exercitooficial, sob a coordenação do Ministro da Defesa e com a presença dos comandantes das Forças e outros militares, para uma vídeo-conferência com os responsáveis por áreas de atuação na solução da “greve dos caminhoneiros”.
Desejamos, o mais rápido possível, a solução desse desafio, a fim de mitigar as dificuldades crescentes da população. Reafirmamos como diretriz operacional o foco no bem-estar social e na perene negociação para evitar conflitos entre os atores diretamente envolvidos.
O presidente Michel Temer assinou na sexta (25) decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que alcança todo o território nacional, com validade até 4 de junho. O decreto permitiu que Exército, Marinha e Aeronáutica atuem para desobstruir rodovias pelo país.
No sábado (27), Temer assinou um outro decreto, que permite ao governo assumir o controle de caminhões para liberar as rodovias. A medida é chamada de requisição de bens.
O segundo decreto de Temer estabelece: "Fica autorizada a requisição, pelas autoridades envolvidas nas ações de desobstrução de vias públicas determinadas pelo Decreto nº 9.382, de 25 de maio de 2018, dos veículos particulares necessários ao transporte rodoviário de cargas consideradas essenciais."
A requisição de bens é amparada no artigo 5º da Constituição, inciso XXV, que prevê que "no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano".
Mais cedo, o secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos Alberto Santos Cruz, afirmou que “não existe o mínimo risco” de militares cometerem erros ao assumirem o controle de caminhões para liberar as rodovias.
“Não existe o mínimo risco de cometer qualquer erro, qualquer coisa fora da lei”, disse o general.
Santos Cruz participou de uma reunião no Planalto do gabinete criado por Temer para monitorar os efeitos da greve e buscar uma solução para a crise de abastecimento.


Tentativa de acordo

Neste domingo (27), Temer voltou a se reunir com ministros para avaliar a situação. Ele esteve com 10 ministros e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. De acordo com o blog do jornalista Gerson Camarotti, o governo espera que pode fechar um novo acordo com caminhoneiros.
Um primeiro acordo com entidades que representam caminhoneiros chegou a ser anunciado na quinta, contudo, a paralisação não teve fim.
Temer criou um gabinete para monitorar a situação e traçar estratégias para restabelecer o abastecimento de itens como combustível, alimentos e medicamentos.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), até as 22h deste sábado (26), havia 554 pontos de bloqueio nas estradas do país. Segundo a PRF, contudo, a maior parte é de bloqueios parciais, "sem prejuízo à livre circulação".
G1/montedo.com

Brasil afora, manifestantes vão a quartéis do Exército pedir intervenção militar

Publicação original: 26/5 (20:41)
Na esteira dos atos de apoio a greve dos caminhoneiros, grupos favoráveis à intervenção militar tem se posicionado em frente de quartéis do Exército em vários locais do Brasil, pedindo intervenção militar. O primeiro registro ocorreu na manha desta sexta-feira (25), em Cruz Alta (RS), quando produtores rurais promoveram um 'tratoraço' que iniciou em frente ao quartel do 29º Grupo de Artilharia Autopropulsado. Os manifestantes acenaram com bandeiras do Brasil e cantaram o Hino Nacional. Uma faixa pedia intervenção militar.


Mais tarde, outro grupo foi até o Comando da Artilharia Divisonária/3, com sede na cidade:


Manifestações semelhantes ocorreram em outras cidades:
Porto União (SC)

Campina Grande (PB)


Santiago (RS)

Dom Pedrito (RS)


Ponta Grossa (PR)


Alegrete (RS)

Santa Maria (RS)



Em mensagem aos caminhoneiros, Comando Militar do Sul pede colaboração e lembra: "o Exército é seu, é nosso, é de todo cidadão!

Após a orientaçao do General Villas Bôas neste sábado (26), de que os comandantes devem "buscar solução da crise sem conflitos", o Comando Militar do Sul divulgou na manhã deste domingo (27) um vídeo institucional  dirigido aos caminhoneiros que estão paralisados.
O texto demonstra que os militares têm plena consciência da repercussão extremamente negativa da ordem de Temer de usar as Forças Armadas contra os grevistas e transmite uma mensagem clara: o Exército serve ao País, não ao govenro.
Em tom conciliador e amigável, a porta-voz diz: "Nos dirigimos a você, caminhoneiro, trabalhador e cidadão de bem [...] que, com o suor de seu trabalho, traz conforto ao povo brasileiro!"
"Pedimos a você que colabore",continua,  lembrando que os comboios escoltados pelas forças de segurança, inclusive por tropas do Exército, "são conduzidos por brasileiros como você!"
"É através do diálogo que chegaremos a uma solução que beneficie a todos. Esperamos resolver o problema pela negociação e não pelo emprego da força. O Exército Brasileiro é nosso, é seu, é de todo cidadão.É uma instituição formada por brasileiros que trabalham junto com você para - além da proteção do nosso País - para o sustento de suas famílias".

26 de maio de 2018

Villas Bôas aos generais: buscar solução da crise sem conflitos


"Estamos com tropas aquarteladas", diz comandante militar do Sul

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Twitter
General Geraldo Antônio Miotto afirmou que não há previsão de ação do Exército nas rodovias até o momento

DÉBORA ELY
O comandante militar do Sul afirmou que as Forças Armadas estão com tropas aquarteladas em caso de necessidade de liberação de rodovias no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Porém, o general Geraldo Antônio Miotto afirmou que não há qualquer previsão de ação até o momento.
— Há condições de apoiar de outras formas, mas estamos com tropas federais aquarteladas. A missão do Exército é resolver o problema de logística nas áreas de saúde, segurança e educação. Não temos nada contra os caminhoneiros — disse Miotto.
O general esclarece que, no Rio Grande do Sul, a escolta do transporte de combustíveis está sendo realizada pela Brigada Militar (BM) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), com apoio da Defesa Civil. Mesmo após o decreto do presidente Michel Temer, que autorizou o uso da força para liberar vias, o comandante afirma que a orientação é dialogar.
— Nossa diretriz é negociar até o final para que não haja confronto com ninguém — acrescentou.
Segundo o general, eventuais operações só devem ocorrer se os órgãos estaduais "sentirem que estão no limite de sua atuação".
GAÚCHAZH./montedo.com

General diz que governo "não imagina" Exército em confronto com caminhoneiros

Prioridade é liberar acesso às refinarias, diz ministro da Defesa
O general Joaquim Silva e Luna deu detalhes de como as Forças Armadas vão atuar durante a vigência do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO)

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Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, deu detalhes de como as Forças Armadas vão atuar durante a vigência do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), anunciado na tarde desta sexta-feirapelo presidente Michel Temer, e que tem abrangência em todo o território nacional até o dia 4 de junho.
"Estabelecemos uma série de prioridades para o emprego dos meios e a principal preocupação são as refinarias para, a partir de lá, poder abastecer", afirmou.
O governo também confirmou que houve desobstrução total do acesso à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, uma das maiores do país em capacidade instalada para o refino de petróleo.

Uso de caminhões da Petrobras
Uma das tarefas das Forças Armadas, explicou o general, será utilizar caminhões da própria Petrobras, que estão parados dentro das refinarias, para transportar combustível para os postos de abastecimento.
O ministro também garantiu que as Forças Armadas têm recursos suficientes para executar a operação de desbloqueio das rodovias, inclusive combustível para abastecer os veículos militares. "Temos entre 35 e 45 dias de reserva de combustível", assegurou.
Silva e Luna evitou cravar um prazo para a normalização do abastecimento e disse que a ação dos militares "não é contra os caminhoneiros, mas para permitir o direito de ir e vir".
Ministros da Segurança Pública, Raul Jungmann, da Secretaria de Governo, Carlos Marun, da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Defesa, Joaquim Silva e Luna, e do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, durante entrevista - Wilson Dias / Agência Brasil
Aeroportos
Em relação aos aeroportos, o ministro da Defesa destacou que 11 deles estão em situação crítica de abastecimento e são prioridades do governo, incluindo os terminais de Recife, Brasília e Salvador. Outros aeroportos, como os do Rio de Janeiro, de acordo com o ministro, não passam por problemas graves de abastecimento porque possuem gasodutos com conexão direta às distribuidoras de combustível.
Uma sala de situação foi montada pelo governo para acompanhar os desdobramentos da greve dos caminhoneiros e o cumprimento da GLO, e inclui a participação de diversos ministérios, como Casa Civil, Secretaria de Governo, Defesa, Segurança Pública, Transportes, Agricultura, além da Advocacia Geral da União (AGU). Estão previstas reuniões entre os ministros ao longo de todo o fim de semana, no Palácio do Planalto.
Além da GLO, o governo informou que estuda a edição de um outro decreto, com base na Constituição Federal, que permitirá a requisição de bens, incluindo caminhões parados em transportadoras, para distribuição de alimentos, combustíveis, medicamentos e outros insumos. Nesses casos, integrantes das forças de segurança federais e estaduais poderão dirigir os caminhões.
O Dia/montedo.com

25 de maio de 2018

Forças Armadas vão garantir abastecimento, diz governo

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Brasília (DF) - O governo vai acionar as forças de segurança federais para liberar as estradas e as Forças Armadas serão utilizadas para garantir o abastecimento da população. Para isso, será editada uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), válida até o dia 4 de junho. A notícia foi dada hoje (25), em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmman, afirmou ainda que o presidente Michel Temer poderá editar um decreto para permitir a requisição de bens, prevista na Constituição, para que alimentos, combustíveis, medicamentos e insumos cheguem à população, em todo o país. Ele acrescentou que os militares têm o respaldo legal para assumir a direção dos caminhões dos grevistas, se assim necessário. “O artigo 5, inciso 25 da Constituição Federal permite a requisição de bens, caso se faça necessário, em condições de pilotar veículo para que o desabastecimento seja contido e voltemos a ter distribuição regular”.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou que houve redução considerável dos bloqueios de estradas em todo o país. Segundo os números apresentados pelo governo, informados pela PRF, das 938 obstruções e interdições de rodovias, 419 já foram liberadas até este momento. Há ainda 519 pontos de interdições, já parciais, segundo o governo. O ministro admitiu que a liberação ocorre com menos velocidade do que o esperado.

Locaute
O ministro da Segurança disse ainda que a Polícia Federal abriu inquérito e vai ouvir 20 empresários de transportadoras para investigar se fizeram locaute, o que é ilegal e punível com prisão e multa. "Estamos investigando se grandes empresas, transportadoras, patrões usaram os trabalhadores para ampliarem suas margens de lucro", afirmou Jungmann. "Greve é direito constitucional; locaute é ilegalidade", definiu. "Nós vamos ver quem está tirando proveito das reivindicações de trabalhadores. Se há patrões explorando os trabalhadores e o sofrimento da população", completou. O ministro disse que se o locaute for comprovado, os infratores serão enquadrados em sete tipos de crimes.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, disse que as forças federais já estão atuando para normalizar a distribuição de produtos no país. Segundo ele, uma das refinarias da Petrobras no Rio de Janeiro, já reiniciou a distribuição de combustível no estado. “A refinaria Duque de Caxias já normalizou quase na integralidade, o que vai limpando o horizonte para nós. Haverá o tempo necessário para reposição de estoques, mas reinicia o abastecimento”, disse. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que muitos caminhoneiros estão respeitando o acordo firmado ontem com o governo federal.
De acordo com o ministro Padilha, informações da Polícia Rodoviária Federal e do GSI mantém a cúpula do governo informada. “O acordo está sendo observado por muitos. Temos monitoramento minuto a minuto. Postos da Polícia Rodoviária Federal municiam com informações e o Gabinete de Segurança Institucional vai acompanhando minuto a minuto o que vai acontecendo”. Segundo ele, uma “minoria barulhenta” tem atrapalhado o processo de volta à normalidade nas estradas.
Agência Brasil/montedo.com

RS: manifesto em frente a quartel do Exército apoia a greve dos caminhoneiros

Publicação original: 25/5 (11:10)
Cruz Alta (RS) - Produtores rurais promoveram um 'tratoraço' na manhã desta sexta-feira (25). O movimento  foi iniciado em frente ao quartel do 29º Grupo de Artilharia Autopropulsado. A ação fez parte das manifestações em apoio a greve dos caminhoneiros, que ocorrem na cidade gaúcha.
Ponto de partida do 'Tratoraço' de produtores rurais

Ponto de partida do 'Tratoraço' de produtores rurais
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29 GAC AP (Mapio.Net)
Nota do editor
O Blog publicou inicialmente que a entrada da unidade havia sido bloqueada pelos manifestantes. A informação já foi corrigida.

RJ: exército escolta caminhão-tanque na saída de refinaria

Forças Armadas estão estacionadas dentro do pátio da Reduc Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Forças Armadas dentro do pátio da Reduc - Marcelo Theobald / Agência O Globo
Quatro viaturas e quatro motocicletas da Polícia do Exército passaram, no início da tarde desta sexta-feira (25), entre os manifestantes que estão na frente da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias (RJ), fazendo escolta para um caminhão-tanque.
Os manifestantes aplaudiram os militares, em apoio à sua presença – em pronunciamento na tarde de hoje, o presidente Michel Temer anunciou que forças forças federais seriam usadas para desobstruir vias bloqueadas pelo movimento dos caminhoneiros.
Segundo informações obtidas entre os próprios caminhoneiros, o caminhão-tanque levava combustível para suprir necessidades de serviços públicos essenciais. Porém, a assessoria do Comando Militar do Leste (CML), não confirmou as informações dos caminhoneiros.
Agência Brasil/montedo.com

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