15 de maio de 2018

O processo eleitoral, o dever de ofício e o ‘sincericídio’ do blogueiro

Militares que são pré-candidatos ao Congresso e ao Executivo nas próximas eleições se reúnem em Brasília
Foto: ANDRE DUSEK/ESTADÃO
Os leitores do blog sabem que, desde a campanha eleitoral de 2010, procuro incentivar a participação dos militares na política partidária, como candidatos a cargos eletivos e – principalmente – como eleitores.
Perdi a conta das postagens que fiz, conclamando a comunidade militar à participar do único processo legítimo que pode, efetivamente, levar ao núcleo do poder o pensamento dos cidadãos – repito: cidadãos! – fardados e provocar mudanças: o processo eleitoral.
Aos poucos, meu entusiasmando foi arrefecendo, minguando mesmo, até transformar-se em completa desilusão. Atualmente, ao publicar notícias sobre candidaturas militares, o faço - por assim dizer - pelo ‘dever do ofício’, porém sem a menor expectativa de que elas obtenham sucesso.
Desculpem-me pelo “sincericídio”, mas coerência é o que me resta a esta altura da vida: sem distinção de posto ou graduação, a atual geração de militares está condenada a seguir à reboque dos mandantes de plantão. E não será o "fator Bolsonaro" que irá mudar isso.

Dois exemplos
- O pensamento - disseminado entre a maioria dos militares - que de nada adianta termos vereadores e deputados estaduais como representantes, pois estes não tem influência junto ao poder central, revela tal ignorância, tal desconhecimento de como funciona a política partidária, que chega a constranger.
- Quem promove uma reunião para tratar de eleições, forma uma mesa diretora só com oficiais generais e coloca os pré-candidatos ‘em forma’ - mais antigos sentados à frente, mais modernos à retaguarda e/ou em pé – está pensando em levar o quartel para dentro do Legislativo. Isso não tem como dar certo.
E aos alienados, não me peçam para explicar o porquê! Leiam. Informem-se. Aqui no blog mesmo tem muita coisa sobre o assunto.


Perguntinha
Quantos militares da ativa e familiares transferiram seus títulos eleitorais e estão aptos a votar nas próximas eleições?

Nota do editor
Ainda vou escrever sobre o "Lado B" das candidaturas militares, formado apenas por oficiais QAO e praças.

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