29 de fevereiro de 2016

Em Brasília, o FuSEx virou SUS!

Publicado em 28/2 (20h28min)

Brasília (DF) - Quinta-feira, 6h30min da manhã: militares da ativa, inativos, dependentes, pensionistas, jovens, idosos, fardados, à paisana: centenas de pessoas formam fila em frente ao Hospital Militar de Área para tentar marcar uma consulta pelo FuSEx. Algumas delas chegaram ao local antes da meia-noite.

Atualizando
No hospital existe uma entrada exclusiva para oficiais generais da ativa, reserva e seus dependentes, que também usufruem de atendimento diferenciado.

28 de fevereiro de 2016

Projeto do Cabo Daciolo quer permitir livre manifestação aos militares da ativa

O Deputado Federal Cabo Daciolo, sem partido desde que foi expulso do PSOL, em maio de 2015, protocolou na Câmara um Projeto de Lei que pretende modificar a Lei 7524/986, que permite a livre manifestação dos miliares inativos , sem o risco de serem punidos disciplinarmente.
Daciolo, que ganhou fama por liderar motins de bombeiros e PMs no Rio de Janeiro, pretende estender aos militares da ativa o direito de opinar livremente sobre assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público.
O Projeto do deputado propõe também a revogação do Artigo 166 do Código Penal Militar, que prevê detenção, de dois meses a um ano, para o militar que publicar, sem licença, ato ou documento oficial, ou criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Governo,
Sem meias palavras, vou direto a ponto: o projeto, se aprovado, acaba com a hierarquia e a disciplina nas Forças Armadas, ou seja, é um rematado disparate. Torço para que seja arquivado o quanto antes.
A atuação política (não partidária) dos militares da ativa é legal e pode render excelentes resultados, como bem ensinaram os sargentos do Quadro Especial, no movimento iniciado há alguns anos em Santa Maria (RS) e que resultou na promoção a segundo sargento. Os militares são cidadãos e, como tal, têm o direito de recorrer a lideranças políticas para tratar de assuntos de seu interesse. Trata-se de exercício da cidadania e não de transgressão disciplinar.
Bem diferente é botar abaixo  com uma canetada os pilares que sustentam as instituições militares. Uma sandice dessas não pode ir adiante.

Avião da FAB faz pouso forçado na fronteira com a Venezuela


Surucucu (RR), 28/02/16 - Problemas no trem de pouso obrigaram o piloto de uma aeronave C-105 - Amazonas, da Força Aérea Brasileira, a fazer um pouso forçado na pista que fica ao lado do 4° Pelotão Especial de Fronteira, em Surucucu, na fronteira com a Venezuela. O voo era em apoio ao Destacamento de Controle do Espaço Aérero (DTCEA), da capital, Boa Vista. Apesar do susto, não houve vítimas.




Operação Sangue Impuro: cavalos de raça apreendidos por fraude na importação são doados ao Exército

Polícia federal descobre fraude de R$ 160 milhões na importação de cavalos
Receita estima fraude de R$ 160 milhões nos últimos anos envolvendo a entrada de mais de mil cavalos de raça no Brasil
Comandante Braga salta com a égua Donna du Mesnil, apreendida pela receita (Foto: Luiz Maximiano)
A égua holandesa da raça KWPN castanha Donna du Mesnil é um animal exemplar. Aos 7 anos, salta obstáculos de 1,20 metro de altura com desenvoltura e sem demonstrar esforço. A elegância é inerente aos seus movimentos e ela supera obstáculos difíceis com naturalidade. Um conhecedor de hipismo percebe rapidamente que se trata de uma égua com porte e estilo de campeã, que saltará 1,40 metro ou mais daqui a três anos em competições de nível profissional, quando se aproximar da idade de maturidade no esporte.
Sob a responsabilidade do major Flávio Braga, comandante do curso de cavalaria da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e exímio cavaleiro, ela tem tudo para se desenvolver de forma plena. “Esse animal é um dos presentes mais valiosos que a Aman já recebeu”, afirmava Braga, depois de uma sessão de exercícios de salto no campo de equitação da Aman, em uma manhã ensolarada, no início de janeiro, em Resende (RJ). “Com seu potencial, ela contribuirá para a evolução da equitação militar.”
Donna foi doada para o Exército pela Receita Federal, junto com outros cinco animais de raças europeias, apreendidos em janeiro de 2014, por causa da suspeita de terem entrado no país subavaliados. Foi a primeira vez que os inspetores da Receita no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, investigaram sonegação nas importações de cavalos usados em torneios nacionais e internacionais de salto. A fiscalização verificou que o preço de muitos animais de primeira categoria que chegavam ao país vindos da Europa era inferior ao custo do transporte para trazê-los.
Viracopos é o único terminal aéreo do país preparado para a recepção de carga viva que possui estábulos para abrigar adequadamente animais valiosos como Donna, que custaria facilmente mais de € 50 mil (R$ 218 mil) no mercado internacional. Dois voos semanais da Lufthansa Cargo trazem os bichos da Europa. “Toda a situação gerava desconfiança”, diz a inspetora da Receita Daniela Bonafé, coordenadora da investigação, batizada de Operação Sangue Impuro depois que a Polícia Federal entrou no caso, em novembro de 2015. “O custo para trazer o cavalo em um contêiner especial, com um tratador, era de € 5 mil (R$ 21,8 mil) e o valor declarado, de apenas € 2 ou € 3 mil (aproximadamente R$ 13 mil).”
Pesquisando em sites de haras e de leilões de cavalos, os fiscais confirmaram que a situação era corriqueira. “Começamos a suspeitar que se tratava de uma fraude generalizada”, diz Antonio Leal, chefe da fiscalização da Receita em Viracopos. O preço de um cavalo de salto varia em função de fatores como raça, genética, tamanho, idade, temperamento, altura que ele consegue saltar, desempenho em provas e nível de treinamento. Um animal que participa de uma olimpíada, por exemplo, vale pelo menos € 2 milhões ( R$ 8,7 milhões). Mas esses são menos de 1% do mercado. Já os cavalos que entravam no Brasil por € 4 mil (R$ 17 mil), média de valor das importações entre 2011 e 2014, podiam aparecer em transações internacionais por € 30 mil (R$130 mil), € 50 mil (R$ 218 mil) ou mais de € 100 mil (R$ 436 mil). GQ relata agora com exclusividade detalhes da operação.
Em maio de 2012, a alfândega do aeroporto verificou que o cavalo Longane de Laubry, então com 12 anos, geralmente o início do auge da idade de um animal de competição, entrou no Brasil por € 4,7 mil (R$ 20,4 mil), quando seu valor de mercado era de € 35 mil (R$ 152 mil). Um cavalo denominado Shalimar de Kerglenn, da raça oldenburger, utilizado em competições por cavaleiros de primeiro nível como José Roberto Reynoso Fernandez Filho, foi importado em junho de 2013 por € 3,9 mil (R$ 17 mil). A Receita apurou que o animal valia € 20 mil (R$ 87 mil). Outro oldenburger, denominado Cor de Hus, foi declarado, em junho de 2014, por € 24 mil (R$ 104,6 mil) e valia € 113 mil (R$ 492 mil). A maior parte dos cavalos vinha de quatro haras da Bélgica, principal centro de negócios do hipismo mundial e um dos locais preferidos dos cavaleiros para a preparação para competições. Também foram investigadas importações da Argentina e dos Estados Unidos.
O hipismo brasileiro, embora em franco desenvolvimento, ainda se restringe a um ambiente relativamente pequeno e familiar da alta sociedade em que todo mundo se conhece. Cerca de 70% do esporte se concentra em São Paulo. Em um fim de semana normal, entre mil e 1,5 mil cavalos estarão saltando nos centros hípicos do estado. Em qualquer país no norte da Europa, esse número é dez vezes maior. De qualquer forma, o Brasil tem uma intensa agenda de torneios, público crescente e conseguiu se tornar grande formador de campeões. O tamanho do hipismo pode ser medido pela categoria de seus torneios. Atualmente, os principais campeonatos do país são três estrelas – os mais importantes são de cinco. Oferecem prêmios de cerca de € 100 mil (R$ 436 mil), um décimo dos top europeus. Há quatro anos, nos tempos em que foi realizado o Athina Onassis International Horse Show, as premiações atingiram ineditamente € 1 milhão (R$ 4,3 milhões). Athina, herdeira bilionária do império de Aristóteles Onassis, é casada com o cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, frequentemente na equipe olímpica nacional.
Clãs tradicionais do país, como os Diniz, de São Paulo, ou os Gerdau, do Rio Grande do Sul, são notórios incentivadores do esporte, além de contribuírem com grandes praticantes para a modalidade. Saltando por Portugal, Luciana Diniz, filha do empresário Arnaldo Diniz, foi a campeã do último Global Champions Tour, considerado a Fórmula 1 do hipismo mundial. Às vésperas do Natal, foi organizado um almoço em homenagem ao feito de Luciana na Sociedade Hípica Paulista, onde ela se formou como atleta. Da família Gerdau, dona do Haras Joter, de onde saem alguns dos melhores cavalos do país, o destaque como atleta é André Gerdau Johannpeter, que ganhou duas medalhas olímpicas de bronze.
Outra família que contribui para a excelência do hipismo brasileiro é a Pessoa, radicada na Bélgica. Nelson Pessoa Filho, duas vezes campeão dos Jogos Pan-Americanos e atleta olimpíco nos anos 60, é hoje um dos melhores treinadores de cavaleiros e cavalos do mundo e tem seu haras na cidade de Ligny, na Bélgica. Seu filho Rodrigo Pessoa, de 42 anos, foi campeão dos Jogos de Atenas, em 2004, e está prestes a disputar a sua sétima olimpíada, no Rio. No ano 2000, nos Jogos de Sydney, não subiu ao pódio porque seu cavalo, o sela francesa Baloubet du Rouet, considerado um animal perfeito em seu tempo, refugou três vezes na última passagem pela pista. Ele chegou a ser avaliado, no auge, em € 4 milhões (R$ 17 milhões). Hoje, espécimes hiperselecionados podem custar três vezes mais. Um filho de Baloubet, Palloubet d’Halong, por exemplo, foi vendido por € 10 milhões (R$ 44 milhões), em 2013.
Quase dois anos depois da apreensão da égua Donna, a Operação Sangue Impuro foi deflagrada. No dia 19 de novembro, a 9ª Vara Federal de Campinas expediu 50 mandados para serem cumpridos em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo três de prisão, 36 de busca e apreensão, 15 de condução coercitiva e cinco de sequestro de bens. Cerca de 25 pessoas, segundo a operação, estão envolvidas, incluindo despachantes aduaneiros, donos de haras, laranjas, empresas de importação e exportação do Brasil e da Bélgica e um cavaleiro profissional. Os mandados de prisão atingiram dois despachantes de Santos, um deles Alexandre Costa Guimarães, também dono da empresa Fly Horse Importação e Exportação, que aparece em operações denunciadas pela Receita. O cavaleiro, que tem sua identidade em sigilo pela Justiça, estava no exterior e não foi preso.
Três núcleos com atuação fraudulenta foram identificados, com cruzamentos eventuais entre eles. Dois desses grupos têm conexões diretas com haras, um localizado em São Paulo e outro no Paraná, e ainda estão sob investigação. O terceiro núcleo foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal, em dezembro, por formação de quadrilha, falsidade ideológica e contrabando. É formado por despachantes alfandegários e atinge as empresas Fly Horse, EPP, Guimarães Assessoria Aduaneira e Feat Transportes Internacionais, controladas pelos irmãos Alexandre, Eduardo e Fernando Costa Guimarães, que tiveram prisão preventiva decretada, mas estão soltos por habeas corpus. Eles foram responsáveis pelas importações de Longane de Laubry, Shalimar de Kerglenn e Cor de Hus.
O advogado dos irmãos Guimarães, Marcelo Cruz, alega que seus clientes, embora sejam proprietários, sócios ou diretores das empresas envolvidas com as importações de cavalos, não podem ser responsabilizados criminalmente porque não tinham ciência das operações irregulares e desconheciam qualquer fraude. A mesma denúncia atinge o despachante Paulo Sérgio de Oliveira Nadruz, que atua em Viracopos. Nessa fase da ação, nenhum comprador dos cavalos foi denunciado. O promotor Fausto Kosaka, da 9ª Vara, diz que a possibilidade de denunciar os membros dos outros dois núcleos está aberta e depende das investigações. A Receita estimou uma sonegação de R$ 160 milhões nos últimos anos, oriundos da importação de cerca de mil cavalos.
A operação teve, claro, impacto perturbador sobre a comunidade do esporte, mas para o presidente da Hípica Paulista, Romeu Ferreira Leite Jr., trata-se de um caso isolado. “É uma situação desconfortável para cavaleiros que adquiriram cavalos de maneira irregular, mas acho que são pouquíssimas pessoas”, afirma. “É uma minoria perto do tamanho do esporte.” Na Hípica Paulista, onde ficam hospedados quase 400 cavalos, havia, segundo ele, um ou dois animais sob investigação. O presidente do Centro Hípico de Santo Amaro, William Almeida, segue a mesma linha e diz que o caso deve se restringir a quem cometeu as irregularidades. Além disso, ele lembra que a discussão sobre os preços dos cavalos permanece controversa. “Cavalo não é como carro, não tem tabela Fipe”, afirma. “Não conheço a operação a fundo e imagino que houve alguma sonegação, mas há muitos cavalos na Europa que custam € 4 mil (R$ 17 mil).”
Almeida conta que quando a Polícia Federal esteve em Santo Amaro à procura de três animais, um deles era um cavalo importado por 500 pesos da Argentina por um senhora que teria usado os serviços de um dos despachantes implicados. Trata-se, segundo ele, de um animal que vale realmente o preço declarado. A polícia verificou que o animal estava na escolinha da hípica e servia à iniciação das crianças. “Foi um tiro n’água”, diz. Outro questionamento da investigação envolve o haras Zangersheide Argentina, que cria cerca de 100 animais de salto por ano. Importadores alegam que os preços pagos correspondem aos realmente praticados na Argentina, onde cavalos de 4 anos são vendidos por US$ 4 mil.
Importar cavalos de salto continuará sendo uma necessidade, já que a demanda é maior do que a oferta. Faltam animais na base e também no topo. “O nosso problema é cavalo”, diz Leite Jr. O Brasil é uma terra de muitos cavaleiros excelentes, mas de poucas montarias de nível olímpico, capazes de saltar mais de 1,60 metro e cumprir percursos da mais alta complexidade. Um dos motivos é a limitação quantitativa do plantel nacional. Enquanto na Europa há uma superoferta de animais – só na Alemanha nascem anualmente 30 mil cavalos e éguas de salto –, no Brasil, esse número, segundo a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo de Hipismo (ABCCH), é de cerca de 800 nascimentos. Em uma criação qualificada estima-se que apenas 0,5% da tropa chegará a dar o salto olímpico. No Brasil, esse percentual será menor porque a formação do cavalo ainda deixa a desejar. Neste momento, apenas um animal nascido no país, um legítimo brasileiro de hipismo (BH), tem chances de participar dos Jogos do Rio. É Land Peter do Feroleto, montado atualmente na Europa por Stephan Barcha. Cavalos como ele custam a partir de € 2 milhões (R$ 9 milhões).
O primeiro efeito positivo da Sangue Impuro é dissuasivo. Se existia o vício persistente na sonegação de impostos, ele desapareceu. Neste ano, a fiscalização de Viracopos já relata importações de equinos por mais de R$ 1 milhão. “Com o valor de importação real sendo praticado, a tendência é que se valorize a base nacional e se incremente a importação de sêmen”, acredita o cavaleiro olímpico e treinador Artemus de Almeida. A criação nacional passa por uma melhoria constante e criadores pequenos têm optado mais pela inseminação e formação dos cavalos. O sêmen de animais bem qualificados europeus pode chegar a até € 7 mil (R$ 30 mil), se for de um campeão.
Na Aman, a situação só melhorou depois da doação da Receita. Após dois anos na casa, eles elevaram o padrão de tratamento para todos os animais, que passaram a receber serragem nos estábulos. Além de Donna du Mesnil, o plantel ganhou o reforço dos cavalos sela belga Dorland van de Mespel e Gorco van de Groenendijk e das éguas Finesse, Havana AB e Skaya. Havana foi escolhida para ser matriz no criatório de equinos do Exército em São Borja (RS). Dos animais doados para o Exército, o que atingiu maior valor ao longo de sua vida foi Skaya, uma égua de 15 anos, pronta, consolidada, que, no auge, alcançou mais de € 100 mil (R$ 436 mil). Se sua trajetória evoluir sem acidentes, dentro de três anos Donna será provavelmente a melhor saltadora da história da Aman. Na última prova de melhor cavaleiro da academia, o ganho de qualidade pode ser verificado. Com a participação dos animais europeus, a altura máxima saltada na competição subiu 20 centímetros, para 1,20 metro. “Comparada com dois anos atrás, a diferença é gritante”, afirma o capitão Rodrigo Barros, instrutor de equitação da academia, responsável por Skaya. “Comparar Skaya com os cavalos criados aqui é como comparar um jogador do Barcelona com um do Volta Redonda”, diz Barros. “A chegada desses animais só nos deu alegria.”

As raças mais cobiçadas pelos brasileiros
O que diferencia um cavalo avaliado em R$ 20 mil para um de R$ 400 mil? Para os cavalos de salto, mais do que a raça ou cruzamentos realizados pelos criadores, o desempenho do animal nas pistas de competição é o principal critério de avaliação.
GQBRASIL/montedo.com

Camuflagem...

O Tempo/montedo.com

25 de fevereiro de 2016

Um General para ser lembrado e uma guerra para não ser esquecida

Robinson Farinazzo
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“Eu procuro fazer as coisas de forma simples, focar no que precisa ser feito. Se começar a focar na dificuldade, ficar raciocinando na complexidade do problema, acaba perdendo tempo”, afirmou. “Há um planejamento, e temos que colocar em prática. Eu dou o ritmo, de forma mais rápida, ou menos. Mas temos que andar pra frente, a coisa tem que ter dinamismo” General de Divisão Santos Cruz

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Carlos Alberto dos Santos Cruz é um militar brasileiro. E um cidadão que o resto do mundo conhece ( e reconhece) melhor que o seu próprio país.
No comando da missão de paz na República Democrática do Congo (MONUSCO) em 2013, estiveram sob sua coordenação de cerca de 23,7 mil militares de 20 países. Pela primeira vez desde a Guerra da Coréia (1950-53), a ONU (Organização das Nações Unidas) autorizou o uso de força militar para fazer cumprir suas resoluções.
Sob Cruz, deu-se o fim do confronto com o Movimento 23 de Março (M23), o maior grupo guerrilheiro do país africano, que acabou por encerrar a luta armada nos fins de 2013.
Pouco conhecido no Brasil fora dos meios militares, a missão bem sucedida de Santos Cruz foi descoberta pela rede de televisão árabe Al Jazeera e revelada ao resto do mundo em documentário de 25 minutos.
Profundamente humanitário em sua visão de mundo , é dele uma das frases que talvez mais defina a natureza do trabalho conduzido por civis e militares a serviço da ONU:
“A gente nunca se acostuma com o sofrimento humano”

(Fontes: Portal G1 , Revista Istoé e Rede Al Jazeera)

24 de fevereiro de 2016

Falso coronel da FAB é preso na Base Aérea de São Paulo





Um homem fardado como coronel da FAB teve acesso às dependências da Base Aérea de São Paulo (BASP) na manhã desta terça-feira (23). Após apresentar uma identidade falsa à guarnição de serviço,  Antonio Luiz Morgon Filho circulou por algum tempo pelo interior do quartel, onde afirmava ter servido e pediu algumas vezes para 'rever o paiol', o que chamou a atenção da segurança. Após a comprovação de que as informações eram inverídicas, o falso militar foi preso em flagrante. Na pasta que transportava havia apenas uma soma em dinheiro, não revelada.
O suspeito, igualmente fardado, já teria entrado nas dependências do CINDACTA II, em Curitiba, onde chegou a tomar um cafezinho com o subcomandante. Na capital paranaense, a farsa só foi descoberta após o falso coronel deixar o Centro. 

Pindaíba: quartéis do nordeste terão expediente reduzido a partir de março

Recife (PE) - A 7ª Região Militar, que abrange os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, determinou uma drástica redução no horário de funcionamento dos quartéis, como medida de economia 'em virtude das restrições orçamentárias'.
A partir de março, as quatorze unidades subordinadas à 7ª RM, inclusive os hospitais militares de Recife, Natal e João Pessoa, funcionarão em meio expediente nas segundas e sextas-feiras e das 7 as 16 horas às terças e quintas-feiras. Nas quartas-feiras não haverá expediente, e deverá ser mantido apenas um serviço de permanência para  atendimento ao público.
A expectativa do comando militar é de que a economia gerada com as medidas possa viabilizar o pagamento dos contratos de despesas e concessionárias,

23 de fevereiro de 2016

Exército estuda estender carreira dos sargentos até o posto de Major

Não andou

Perdeu força a ideia de reestruturar a carreira dos sargentos aos moldes do exército americano, que tem como ápice a graduação de Sargento Maior. A reestruturação passaria pela extinção do Quadro Auxiliar de Oficiais e a criação de graduações intermediárias. A necessidade de alinhamento com a carreira das praças nas demais Forças fez com que, momentaneamente, o projeto fosse deixado de lado.

QAO por merecimento

Concretamente, o Estado Maior do Exército trabalha com a possibilidade de alterar a atual forma de promoção dos integrantes do QAO. O acesso a primeiro tenente e capitão passaria a ser feito por merecimento e não por antiguidade, como ocorre atualmente.

Major por escolha

O EME aguarda o resultado de um estudo encomendado à Fundação Getúlio Vargas para estender ou não as promoções no QAO até o posto de Major. O acesso a oficial superior se daria por escolha, nos mesmos moldes do que ocorre com os coronéis promovidos ao generalato.


Divisor de águas

O EME vê o ano de 2022 como um verdadeiro divisor de águas. É quando deve ser implantada a nova política de pessoal do Exército.

Verdun: a mais longa das batalhas

Batalha de Verdun foi a mais longa e uma das mais sangrentas da Primeira Guerra Mundial
Travada entre fevereiro e dezembro de 1916, batalha no nordeste da França envolveu exércitos alemão e francês e terminou com 710 mil baixas, entre as quais 160 mil mortos
Max Altman | São Paulo
A Batalha de Verdun foi a mais longa das batalhas da Primeira Guerra Mundial e a segunda mais sangrenta depois da Batalha de Somme. Nela se enfrentaram os exércitos francês e alemão entre 21 de fevereiro e 19 de dezembro de 1916, nos arredores de Verdun, na região nordeste da França. Os resultados foram 250 mil mortos e cerca de meio milhão de feridos de ambos os lados, mais de 100 mil disparos de obus diários e nove povoados apagados do mapa para sempre. Uma batalha que refletiu como nenhuma outra a falta de sentido da guerra.
O território de Verdun sempre tinha sido um lugar inexpugnável, desde Átila até a Guerra Franco-Prussiana. Em 1914 era um lugar simbólico e estava magnificamente fortificado.
Depois que os alemães fracassaram em conseguir uma rápida vitória sobre a França, a luta no front ocidental se converteu numa guerra de trincheiras.
A esmagadora vitória dos germânicos na guerra franco-prussiana de 1870 levou à construção de uma cadeia de fortificações de peso em Verdun, a fim de resistir a uma eventual nova ofensiva. No entanto, nos meses prévios ao ataque alemão os fortes ficaram praticamente sem guarnição nem artilharia. O comando francês não esperava ação em grande escala e necessitava de artilharia pesada para outros fronts.
Em 1915 o comandante-em-chefe alemão Erich von Falkenhayn planejou um novo ataque à França, desprezando os conselhos de Hindenburg. O plano consistia numa guerra de desgaste contra as tropas francesas com o fim de provocar o maior número de baixas e de material mediante devastadores ataques de artilharia. A força francesa em Verdun constava de 34 batalhões frente aos 72 batalhões da Alemanha.
A artilharia francesa estava em desvantagem: cerca de 300 armas de fogo, a maioria canhões de 75 milímetros, em comparação com 1.400 armas da Alemanha, a maioria pesadas, entre elas os canhões Skoda, de 305 mm, e os Krupp, de 420 mm.
O ataque começou em 21 de fevereiro de 1916 às 07h15 com uma barragem de artilharia que jamais tinha sido vista: nove horas e um milhão de obuses, num front de apenas 40 quilômetros. Os franceses foram destroçados pela metralha ou esmagados em seus refúgios. Essa preparação maciça foi seguida por três corpos de Exército, cumprindo o fundamento militar alemão: “A artilharia destrói, a infantaria ocupa”.
Os alemães utilizaram pela primeira vez os lança-chamas e tropas de assalto avançavam com baionetas caladas. Esta combinação de artilharia e táticas de choque era nova para os defensores e os fez perder muito terreno a princípio. Até 22 de fevereiro, as tropas alemãs avançaram cinco quilômetros e capturaram o "Bois des Caures", malgrado dois batalhões franceses terem resistido durante dois dias.
Em 22 de fevereiro começou outro bombardeio seguido de uma infantaria mais resoluta, porém a progressão continuava lenta. No entanto, a frente norte francesa estava sob risco de cair. Muitas unidades haviam perdido metade de seus homens nos três primeiros dias de batalha.
Em 24 de fevereiro, três companhias de infantaria alemãs penetraram no ponto central do sistema de fortificação francês. A força alemã estava formada por apenas 19 oficiais e 79 soldados e ainda assim fez render a guarnição francesa. Todavia, tinha dificuldades de posicionar sua artilharia sobre o terreno enlameado. Essa desaceleração deu tempo para a França se reforçar com 90 mil soldados e 23 mil toneladas de munição. Duas divisões trabalharam sem cessar para manter a ferrovia chamada “Voie sacrée” (Via sacra) em condições. Essa linha, que atravessava Verdun, tinha ficado interrompida desde 1915.
A “Região Fortificada de Verdun”, que estava sob o comando do general Joseph Joffre, foi confiada ao marechal Phillipe Pétain em 26 de fevereiro. Os defensores da linha Douaumont foram divididos em quatro setores, cuja principal tarefa era retardar o avanço alemão com esporádicos contra-ataques.
Cada novo avanço alemão rumo a Verdun se fez mais custoso como o calvário de seu 5º Exército, cujos efetivos foram abatidos pela artilharia de Petain, concentrada na margem ocidental do rio Mosa. Quando Douaumont foi finalmente capturado pela infantaria alemã, em 2 de março, quatro de seus regimentos haviam sido praticamente aniquilados.
Não podendo seguir em frente a Verdun, os germânicos atacaram na margem esquerda do rio Mosa em 6 de março. Nessa investida da artilharia alemã foram empregadas 800 armas pesadas lançando cerca de 4 milhões de disparos e transformando as colinas em vulcões de lama e pedra.
Em meio ao forte bombardeio, um grupo de soldados franceses entrincheirados recebeu ordem de atacar, posicionando-se em linha, prontos para sair. Projéteis da artilharia inimiga começaram a cair sobre eles, derrubando as paredes da trincheira e enterrando-os vivos.
Depois de atacar Corbeaux des Bois e destruir vários batalhões franceses, os alemães lançaram novo assalto a Le Mort Homme em 9 de março. No dia seguinte chegou a Bois Le Bouchet a 4ª Divisão de Infantaria, sob o comando do general Henri Berthelot. Um dos oficiais, ao observar o espetáculo diante de seus olhos, murmurou: “Que nos deem absolvição. Estamos todos fodidos.”
Em abril os alemães decidiram abandonar a tática de ataques limitados em favor de um ataque ao longo de toda a frente. O primeiro durou de 9 a 12 de abril sem atingir o objetivo e foi suspenso devido às chuvas.
Em maio os alemães sofreram um terrível acidente. Uma ignição numa caixa de granadas acendeu um lança-chamas que provocou uma série de explosões numa galeria onde se encontravam mais de mil soldados. A maioria morreu no local. Mais adiante, os franceses experimentaram um horror similar num túnel de Tavannes, usado para armazenar víveres e munição. Um incêndio se iniciou entre a munição e dezenas de soldados morreram.
Em maio, a França, após preparação de artilharia, quis retomar o Forte Douaumont. Três dias depois, a tentativa havia fracassado. O general Charles Mangin foi culpado pelo fracasso e se negou a tentar novamente.
Mais tarde, em maio, os alemães atacaram Mort-Homme, ao sul de Fort Douaumont. Também foi tomado o forte de Thiaumont e o forte Vaux foi bombardeado pelos canhões mais pesados. O assalto final foi iniciado em 1º de junho por cerca de 10 mil soldados que ocuparam a parte superior da fortaleza. Diante da resistência dos franceses nas casamatas subterrâneas, os alemães tentaram avançar, descarregando os lança-chamas em cada abertura.
O tenente-coronel Raynal soltou então seu último pombo-correio pedindo ajuda. O pássaro, intoxicado pelos gases, voltou à gaiola, mas numa segunda tentativa, voou até o comando em Verdun.
O exército francês desencadeou cinco ataques em quatro dias para salvar a assediada guarnição de Fort Vaux. Entretanto, apenas um desses ataques desesperados chegou às cercanias dos muros e foi rechaçado. A guarnição se rendeu em 7 de junho quando os defensores já estavam desesperados de sede. Além disso, milhares de ratos que se alimentavam dos cadáveres infestavam as trincheiras e tornavam ainda mais miserável a vida dos combatentes.
Em 1º de junho, a Alemanha lançou um ataque maciço. Começou com um pesado bombardeio de artilharia. Os franceses logo perceberam que havia algo de diferente: eram projéteis carregados de gás.
O gás “Cruz Verde” era conhecido tecnicamente como fosgênio. Os germânicos resolveram produzir um gás contra o qual as máscaras antigás francesas seriam ineficazes, enquanto as máscaras alemãs o neutralizariam. O gás persistiu durante dois dias devido a falta de vento.
Nesse mês de junho, as forças alemãs alcançaram o ponto máximo em seu avanço sobre Verdun. A partir daí a situação iria se inverter lentamente. Seu movimento tático era continuar pressionando rumo sul, na margem direita do Mosa, rumo Verdun. Em 21 de junho, 60 mil homens tomaram o reduto de Thiaumont e o povoado em ruínas de Fleury, lance importante para estabilizar a frente nessa zona. Trataram, a partir de 10 de julho, de incapacitar a artilharia francesa com mais de 60 mil projéteis de gás fosgênio, em parte ineficazes, uma vez que os franceses acabavam de se equipar com máscaras antigás de último tipo.
No momento do assalto, as tropas alemãs foram dizimadas pela artilharia francesa. A ofensiva rapidamente se deteve. O avanço se dera numa frente estreita, expondo as tropas alemãs mais avançadas aos ataques de flanco.
O início da Batalha de Somme em 1º de julho havia obrigado os alemães a retirar peças de artilharia de Verdun a fim de enfrentar a ofensiva anglo-francesa no norte.
No fim de 1916, as tropas germânicas estavam esgotadas e Falkenhayn foi substituído como chefe do Estado Maior por Paul von Hindenburg. Adjunto de Hindenburg, o general Erich Ludendorff logo adquiriu um poder quase ditatorial.
Em Verdun, entretanto, a carnificina sem sentido prosseguia, embora os franceses tivessem recuperado poder de fogo em sua artilharia. O exército francês lançou importante contraofensiva para recuperar Douaumont em outubro de 1916. A preparação, que durou seis dias, consumiu 530 mil projéteis de 75 mm, além de 100 mil projéteis de 155 mm. As baterias alemãs responderam, lançando uma tormenta de aço sobre a terra de ninguém, tentando frear um eventual ataque.
Designou-se a uma companhia francesa de engenharia e a um batalhão marroquino a tarefa do tomar a fortaleza. O ataque se iniciou rapidamente. Um obus de 400 mm começou a disparar sobre Douaumont. Os primeiros quatro impactos foram certeiros, mas não penetraram no interior. O quinto golpe trincou o teto sobre o túnel. Voltando à carga, o projétil seguinte entrou pelo mesmo ponto que o anterior, penetrou até o túnel principal mais abaixo, incendiando um armazém de munições. Douaumont foi capturado em 24 de outubro pela infantaria da Marinha francesa e em 2 de novembro os alemães evacuaram o forte Vaux.
A Batalha de Verdun prosseguiu em dezembro, algo irônico, pois os combates em Somme para aliviar a pressão e forçar seu término já estavam concluídos.
Em 1918 – e até o armistício –, o setor de Verdun seguiu sendo uma zona de combate ativo onde os adversários nunca deixaram de se enfrentar.
Por outro lado, a saída do general Petain do comando de Verdun em 1º de junho de 1916 e sua substituição pelo general Robert Nivelle havia tido um impacto negativo no moral dos soldados. Certo descontentamento começou a propagar-se entre os combatentes franceses em Verdun no verão de 1916. Houve deserções e os casos de insubordinação se tornaram habituais. Os oficiais por vezes a combatiam com a execução sumária dos que se negavam a avançar.
Na verdade, o objetivo alemão de infligir baixas desproporcionais ao exército francês nunca se alcançou. As perdas francesas em Verdun foram altas, porém só ligeiramente superiores às dos alemães.
O general Philippe Petain manteve mais de 100 mil homens em ação no campo de batalha de Verdun. Setenta por cento do exército francês passaram pelo “sorvedouro de Verdun” frente a apenas 25% das forças alemãs. Petain sempre foi um firme partidário do poder de fogo da artilharia e este foi o ponto central de sua estratégia.
Petain pôs em prática uma de suas marcas: a de não arriscar à toa a vida de seus soldados. As tropas o admiravam por isto, ainda que recebesse de militares do Alto Comando críticas por sua pusilanimidade. No entanto, as táticas conservadoras de Petain salvaram Verdun ao empregar a artilharia para manter afastadas as tropas inimigas. Os alemães se viram obrigados a retroceder devido ao número retumbante de baixas que sofriam a cada aproximação e acabaram perdendo o controle da batalha.
Depois da guerra, Falkenhayn foi culpado pelo fracasso e a carnificina em que se transformou a batalha.
As baixas militares francesas em Verdun alcançaram 371 mil homens, entre os quais 60 mil mortos, 101 mil desaparecidos e 210 mil feridos. O total das perdas alemãs nessa batalha alcançou 339 mil homens, dos quais 100 mil mortos. (Imagens: Wikimedia Commons)
Opera Mundi/montedo.com

22 de fevereiro de 2016

Forças Armadas: de 'Severinos' a 'Posto Ipiranga' ou 'canivete suíço da Pátria'

"Queremos 2% do PIB obrigatoriamente para Forças Armadas", diz Aldo Rebelo
"Em tom de brincadeira, se diz que as Forças Armadas hoje são uma espécie de Posto Ipiranga, onde tem de tudo e se faz de tudo, ou o canivete suíço da Pátria."
Estadão conteúdo (de Brasília)
Apesar da crise econômica, em meio a anúncio de corte de gastos e promessas de mais restrições orçamentárias, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PCdoB), diz, em entrevista, que as Forças Armadas precisam ter verba carimbada do orçamento, a exemplo do que acontece com saúde e educação. Ele quer 2% do PIB, para que os projetos estratégicos de defesa do país não fiquem sujeitos à disponibilidade de verbas. Hoje esse porcentual é de 1,4% do PIB.
"Em momentos de ajustes, todas as áreas do governo são atingidas pelos cortes e programas e projetos têm ritmo reduzido e os prazos aumentam", diz Aldo sobre a falta de verba nas Forças Armadas e que está sendo considerada crítica pelos militares. "Projetos essenciais têm de ser preservados para não ameaçar nem a construção dos submarinos, a compra dos caças, o reequipamento do Exército e nem o sistema de vigilância de fronteira e cibernético. Outro desafio é de encontrar uma forma de financiamento da atividade de defesa que escape da sazonalidade de financiamento, como tem a educação e a saúde", completa o ministro.
A solução para o comunista, é uma porcentagem do PIB da ordem de 2% destinada obrigatoriamente para a Forças Armadas, como acontece em países que consideram a agenda de defesa "uma coisa importante e séria". "Somos o país dos BRICs com menor porcentual do PIB para a defesa (a média dos países é de 2,31% do PIB e o Brasil 1,4%). Somos também o país com menor porcentual do PIB para defesa da América do Sul (a média é de 1,71%). Precisamos valorizar mais a nossa agenda de defesa. Essa valorização tem de ser convertida em recursos. Toda a nossa riqueza de petróleo está em áreas jurisdicionais, vulneráveis, expostas a riscos, e o comércio do Brasil é quase que totalmente feito pelo mar. Precisamos renovar nossa esquadra, precisamos de uma segunda esquadra e de fortalecer nossa presença na Amazônia", diz.

Faz tudo
Sobre o Exército ser uma espécie de 'faz tudo', o ministro reforça que a atividade principal é a defesa do País mas, "subsidiariamente elas ajudam em vários segmentos, seja no combate ao zika ou à seca". "Em tom de brincadeira, se diz que as Forças Armadas hoje são uma espécie de Posto Ipiranga, onde tem de tudo e se faz de tudo, ou o canivete suíço da Pátria. Mas não pode perder nem a perspectiva nem o fato porque são homens e mulheres treinados para a defender o País e adestrados para a guerra. Nós não podemos nos desviar desta missão. As outras são subsidiárias", afirma.
Questionado se a vitória de Leonardo Picciani como líder da bancada do PMDB na Câmara alivia o Planalto, o ministro afirma que fortalece as condições para o governo consolidar a sua maioria no Congresso e garantir a governabilidade. "A vitória de um candidato que tem compromisso com a governabilidade, em um partido fundamental para a governabilidade, é uma boa notícia para o governo e para o país".

CPMF
"O governo está construindo maioria política no Congresso. Mobilizando e sensibilizando governadores e prefeitos e oferecendo alternativa de CPMF que seja transitória, com começo meio e fim, partilhada com os entes federativos, com destinação bem definida, sem possibilidade de desvio, é possível aprovar", avalia Aldo.
UOL/edição: montedo.com

WhatsApp tático!


21 de fevereiro de 2016

E a cobra fumou em Monte Castelo...

Guerra ao mosquito: militares encontraram 64,2 mil focos

64,2 mil focos

Os militares encontraram 64,2 mil focos de Aedes aegypti em 780 mil imóveis visitados durante quatro dias de operação em 290 municípios.
De acordo com o Correio Braziliense, os números podiam ter sido ainda piores, pois outros 170 mil imóveis estavam fechados.
O Antagonista/montedo.com

Cadê o ipê que estava aqui?


Quando um militar tem falhas de caráter, sua predileção por maracutaias se manifesta desde cedo. A ascensão na escala hierárquica apenas  amplia a proporção dos trambiques.
Reza a lenda que certo oficial do Exército dessa estirpe, em seus tempos de tenente no interior gaúcho, comandou um exercício do Pelopes numa fazenda chamada "Dois Ipês". O 'sucesso' da operação foi tão grande que, ao seu final, a propriedade passou a chamar-se "Fazenda Um Ipê".

20 de fevereiro de 2016

Aldo Rebelo usa até campeonato de várzea para distribuir honraria militar como mimo

Ministro usa até Desafio ao Galo para distribuir honraria militar como mimo
Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo
O Ministério da Defesa premiou neste ano 252 pessoas com uma medalha de mérito militar que deveria ser concedida somente àqueles que "prestaram relevantes serviços ao desporto militar do Brasil". Na lista dos agraciados, porém, constam nomes de pessoas que jamais realizaram nenhuma ação em prol do esporte militar brasileiro, incluindo políticos do mesmo partido do ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PC do B), dirigentes de clubes de futebol, aliados políticos e comentaristas esportivos. Até o extinto torneio de futebol de várzea Desafio ao Galo foi motivo para o agraciamento, segundo o Ministério.
Trata-se da Medalha do Mérito do Desporto Militar. A honraria das Forças Armadas foi criada por uma lei de 2006, mas só passou a ser concedida em 2008, após publicação de uma portaria normativa que regulamentou o prêmio. Desde então, sem contar as deste ano, foram entregues 1.121 medalhas no total, uma média de 140 por ano. Aldo Rebelo é o ministro da Defesa que mais medalhas concedeu de uma vez. Com apenas 51 dias em 2016, ele já aumentou em 80% a média do que era distribuída por ano, com 112 a mais do que o comum.
A portaria que regulamenta a medalha é bem clara sobre a quem deveria ser destinada a honraria: "militares brasileiros que tenham se destacado em competições desportivas nacionais ou internacionais, bem como militares e civis brasileiros ou estrangeiros que tenham prestado relevantes serviços ao desporto militar do Brasil".
Apesar disso, como se pode ver na lista abaixo, o Ministério da Defesa não levou em conta os critérios legais para distribuir a honraria neste ano. A portaria normativa que versa sobre a premiação preconiza que quem deve propor os laureados são comissões desportivas do Exército, Marinha e Aeronáutica. Essas comissões devem entregar suas propostas acompanhadas de justificativas para uma outra comissão geral, que avaliaria se a pessoa seria ou não merecedora da medalha.
O UOL Esporte pede desde o dia 12 de fevereiro que o Ministério da Defesa forneça as justificativas oficiais elaboradas pelas comissões militares, mas a pasta não forneceu e avisa que não fornecerá os documentos, que são públicos. Ao invés disso, enviou à reportagem as justificativas que seguem abaixo para alguns dos premiados. Na semana que vem, o portal entrará com um pedido via Lei de Acesso à Informação para obter os papeis.


Vanderlei Luxemburgo

Gilvan de Souza/ Flamengo

O técnico de futebol que atualmente está trabalhando na China jamais realizou qualquer atividade ligada ao desporto militar. A justificativa para a sua premiação, conforme o Ministério da Defesa informou à reportagem, é: "Formado em educação física, estudioso do futebol, ex-técnico da seleção brasileira, vitorioso na sua trajetória como técnico no Brasil e no exterior."

Andrés Sanchez (PT-SP)

Rodrigo Capote/UOL

Os motivos alegados pela Defesa para premiar o ex-presidente do Corinthians e atual deputado federal são:
"Integra a Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, instituição que tem se destacado no fortalecimento da legislação esportiva do Brasil."

 


Milton Neves

Rivaldo Gomes/Folha Imagem

O apresentador de televisão e comentarista esportivo é merecedor da honraria das Forças Armadas do Brasil, de acordo com o Ministério da Defesa, pelos fatos que seguem:
"Jornalista, apresentador, divulgador que, com sua atividade, divulga e valoriza a prática do esporte de alto rendimento e, notadamente, do futebol do Brasil."

 

Marcelo Teixeira

Flavio Florido/UOL

O ex-presidente do Santos Futebol Clube não tem nenhuma relação com o desporto militar brasileiro. A medalha está sendo concedida a ele por sua atuação no "esporte amador e de alto rendimento":
"Dirigente do Santos Futebol Clube e empresário destacado no estímulo e apoio à prática do esporte amador e de alto rendimento."

 

Ademir da Guia (PC do B-SP) 

Piervi Fonseca/Agif/Folhapress

O político e ex-jogador de futebol deve à sua atuação nos gramados o prêmio que as Forças Armadas ora lhe concedem:
"Atleta consagrado no Brasil e no mundo, cuja presença deu ao futebol o brilho e a arte de um dos seus mais destacados praticantes. Ademir valorizou como poucos a arte do futebol no Brasil e no mundo."


José Atanásio Lemos Neto

Reprodução/Facebook

Figura pouco conhecida do grande público, o advogado é um entusiasta do esporte rural, e por isso se tornou, para o Ministério da Defesa, merecedor da honraria militar:
"Advogado e presidente da Confederação Nacional da Prática do Esporte Rural, conhecida como Laço Comprido. Pioneiro e organizador do laço no Mato Grosso do Sul e de suas instituições.."


Fernando Fernandes Filho (PSDB-SP)

Prefeitura de Taboão da Serra

O valor que o prefeito de Taboão da Serra (Grande São Paulo) dá ao futebol de várzea foi o que motivou sua premiação por parte do Ministério da Defesa:
"Prefeito da cidade de Taboão da Serra, considerada a capital brasileira do futebol de várzea, esporte por ele valorizado e promovido."


Hortência Marcari

João Sal/Folha Imagem

A ex-jogadora de basquete nunca teve o menor contato com o desporto militar, mas sua medalha de mérito foi garantida pelo que ela fez pelo esporte dentro e fora das quadras:
"Dirigente esportiva, integrou o Conselho Nacional do Esporte, com uma grande contribuição ao aperfeiçoamento da gestão e da legislação esportiva no Brasil. É considerada uma das melhores atletas do basquete de todos os tempos."


Vilmar Romera – (post mortem)

Prefeitura Municipal de Imbé (RS)

Eventos e passeios a cavalo fizeram com que este radialista fosse honrado, após morrer, com a Medalha do Mérito do Desporto Militar:
"Apresentador e radialista. Fundador da Cavalgada do Mar e valorizador dos esportes equestres no Rio Grande do Sul."



Gregório Antônio de Souza Poço (PC do B-SP)

Divulgação/PC do B

O secretário sindical do PC do B em São Paulo não tem qualquer relação com o desporto militar. Sua ligação com o esporte é por meio do torneio de futebol amador "Desafio ao Galo", e foi isso que levou o Ministério da Defesa a conceder com a honraria militar:
"Presidente do clube dos motoristas e condutores de São Paulo (CMTC Clube), que sempre valorizou o esporte amador e comunitário. Sediou, durante muito tempo, o torneio amador Desafio ao Galo, que se tornou um dos mais prestigiados eventos do futebol de várzea da capital paulista. Acolhe até hoje atividades desportivas amadoras e comunitárias."


George Hilton (PRB-MG)

Divulgação/PRB

Para o ministro do Esporte ter ganho a honraria militar, a justificativa da Defesa é sucinta:
"Ministro do Esporte, responsável pela organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 no Brasil."




UOL/montedo.com

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