"De todo jeito, a decisão final não levaria em conta a Aeronáutica, mas as autoridades eleitas do país."
Para o jornalista especializado em questões militares do jornal francês Libération, Jean-Dominique Merchet, não é para levar a sério a declaração, nesta quinta, do ministro Jobim (Defesa), de que "o processo de seleção do projeto FX-2 pela Aeronáutica ainda não terminou", sinalizando uma guinada no acordo formalizado pelo presidente Lula com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, na segunda, Dia da Independência. Os caças de combate Rafale ainda não teriam sido escolhidos.
Pois sim, segundo Merchet. Ele acha que "o governo brasileiro quer evitar problemas na Justiça com os concorrentes Boeing (americano) e Saab (sueco) ou com grupos de pressão brasileiros, questionando a decisão das autoridades brasileiras.
Elas, na verdade, ainda segundo o jornalista francês - auditor do Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional - estavam engajadas no processo que devia chegar a uma solução, formulada pela FAB, no dia 23 de outubro.
"Esse calendário", continua o especialista, "foi perturbado pela visita de Sarkozy. E para não abrir o flanco a um processo, a seleção continua então oficialmente no plano administrativo, ainda que a decisão política já tenha sido tomada".
O jornalista vai além: "de todo jeito, a decisão final não levaria em conta a Aeronáutica, mas as autoridades eleitas do país, o que revela tensões entre o comandante (da Aeronáutica) e os autoridades políticas. A Dassault (fabricante dos Rafale) pode esperar discussões difíceis com os aviadores brasileiros". E o jornalista nem mencionou a palavra "licitação" - ulalá.
Comento:
Relembro O FINAL DE meu post de ontem, SAITO FAZ "BEICINHO" E JOBIM DIVULGA NOTA DESMENTINDO LULA. POR ENQUANTO...
Ficou assim: Saito, ao invés de se demitir, faz de conta que é "lombo duro", Jobim faz de conta que concorda com ele e Lula, sem fazer de conta, fará o que bem entender, ou seja, comprará os aviões franceses, num pacote que não inclui Carla Bruni.
É isso.
