Jean Wyllys x Bolsonaro (Agência Câmara) |
Os embates sensacionalistas em temas polêmicos como o Kit-Gay e o casamento homossexual, entre outros, fartamente divulgados na mídia, renderam à dupla de políticos resultados extraordinários no pleito deste ano.
Bolsonaro foi alçado à condição de deputado federal mais votado do RJ: dos 120.646 da eleição anterior, o polêmico capitão alcançou extraordinários 464.572 votos este ano (343.926 a mais que em 2010).
Proporcionalmente, o resultado do ex-BBB Jean Wyllys foi ainda mais expressivo. Afinal, sua votação saltou de 13.018 em sua eleição de estreia para 144.770 votos neste ano. Ou seja, o militante gay multiplicou seu eleitorado em mais de onze vezes.
Enquanto Bolsonaro e Wyllys beneficiaram-se dos holofotes para alcançar resultados muito expressivos, os militares das Forças Armadas não conseguiram eleger um candidato sequer para chamar de seu.
E o Bolsonaro, Montedo?
Uma coisa precisa ficar clara, se é que alguém ainda não percebeu: há tempos - e é direito seu - Bolsonaro, mesmo veladamente, tem relegado a segundo plano as demandas dos militares e levantado outras bandeiras, mais rentáveis eleitoralmente. Seus discursos durante o mandato corroboram a primeira afirmação e sua votação neste pleito confirma a segunda.
Sem trânsito nas esferas palacianas, na Defesa ou mesmo junto aos comandantes militares, portanto, com mínimas possibilidades de interferir em favor da classe fardada junto ao Executivo, o deputado tem escassa participação nas demandas dos milicos do andar debaixo. Prova disso foi sua 'não presença' no movimento em favor dos militares do Quadro Especial.
Para não correr o risco de ter suas emendas vetadas pelo Governo, Bolsonaro costuma destinar maciçamente as verbas de sua quota parlamentar para organizações de saúde e outras unidades das Forças Armadas. Sua contribuição - e não a desprezo, de forma alguma - para com os militares tem sido essa. Não protagonizou nenhuma articulação visando a melhorar efetivamente a situação dos militares, como a volta do adicional de tempo de serviço ou a regulação por lei das promoções das praças, para citar apenas dois exemplos.
Encerro
Passada a eleição, resta aos militares de baixa patente canalizarem suas demandas para políticos que lhes deem ouvidos e entre estes não está Jair Bolsonaro.
Enquanto Bolsonaro e Wyllys beneficiaram-se dos holofotes para alcançar resultados muito expressivos, os militares das Forças Armadas não conseguiram eleger um candidato sequer para chamar de seu.
E o Bolsonaro, Montedo?
Uma coisa precisa ficar clara, se é que alguém ainda não percebeu: há tempos - e é direito seu - Bolsonaro, mesmo veladamente, tem relegado a segundo plano as demandas dos militares e levantado outras bandeiras, mais rentáveis eleitoralmente. Seus discursos durante o mandato corroboram a primeira afirmação e sua votação neste pleito confirma a segunda.
Sem trânsito nas esferas palacianas, na Defesa ou mesmo junto aos comandantes militares, portanto, com mínimas possibilidades de interferir em favor da classe fardada junto ao Executivo, o deputado tem escassa participação nas demandas dos milicos do andar debaixo. Prova disso foi sua 'não presença' no movimento em favor dos militares do Quadro Especial.
Para não correr o risco de ter suas emendas vetadas pelo Governo, Bolsonaro costuma destinar maciçamente as verbas de sua quota parlamentar para organizações de saúde e outras unidades das Forças Armadas. Sua contribuição - e não a desprezo, de forma alguma - para com os militares tem sido essa. Não protagonizou nenhuma articulação visando a melhorar efetivamente a situação dos militares, como a volta do adicional de tempo de serviço ou a regulação por lei das promoções das praças, para citar apenas dois exemplos.
Encerro
Passada a eleição, resta aos militares de baixa patente canalizarem suas demandas para políticos que lhes deem ouvidos e entre estes não está Jair Bolsonaro.