Em 1914, eclodiu um dos conflitos armados mais sangrentos e desumanos da história: a Primeira Guerra Mundial. Solzhenitsyn, quando falou a respeito dela, disse que “a única explicação possível para essa guerra é um eclipse mental dos líderes da Europa causado por terem ignorado a existência de um Poder Supremo sobre eles”. Nunca, até então, o esplendor tecnológico humano foi posto a serviço da carnificina. Entretanto, mesmo em meio a trincheiras cheias de homens sujos e cansados, embotados de dor e medo, Deus se fez presente naquele ano de uma maneira surpreendente. Ao longo do front ocidental, em que lutavam forças alemãs e inglesas, mais de cem mil soldados depuseram suas armas durante o Natal, saíram de suas trincheiras, cruzaram campos devastados e sem vida, e uniram-se a seus inimigos para comemorar o nascimento de Cristo Jesus. Inimigos que tentaram obstinadamente se matar em dias anteriores passaram a dividir mais do que o esforço para eliminar o outro lado: dividiram refeições, funerais, canções natalinas, e, em alguns casos, até mesmo presentes.
Soldados alemães do 134º Regimento Saxão e soldados ingleses do Regimento Real Warwickshire durante o Natal de 1914 |