2 de março de 2014

Crise na Ucrânia: para os Estados Unidos, Moscou já controla Crimeia

Funcionário do governo americano afirma que Moscou tem 6.000 homens no território ucraniano; premiê russo antevê guerra civil sob novo governo
Soldados ucranianos montam guarda na base militar da Crimeia, na Ucrânia
Soldados ucranianos montam guarda na base militar da Crimeia, na Ucrânia - Darko Vojinovic/AP
Com mais de 6.000 homens, a Rússia assumiu o controle da península da Crimeia, na Ucrânia, e parece estar se preparando para ocupar o território, afirmou um alto funcionário do governo Barack Obama neste domingo à rede CNN. "As forças russas agora têm o controle operacional completo da península da Crimeia: mais de 6.000 homens foram transportados por via aérea ou naval, com equipamento considerável", disse o funcionário. "Não há dúvida de que eles estão em uma posição de ocupação", completou.
Neste domingo, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que a Rússia pode perder seu lugar no G8, grupo que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, por causa do envio de tropas à península ucraniana da Crimeia. O secretário também ameaçou a Rússia com sanções econômicas. Kerry viajará na terça-feira a Kiev para demonstrar apoio ao governo interino da Ucrânia.
"Se a Rússia quer ser um país do G8, precisa agir como tal, disse Kerry à rede CBS. O secretário também classificou a ação da Rússia na Ucrânia como um “ato de agressão”. "É um inacreditável ato de agressão. É realmente assombroso que o presidente (Vladimir) Putin tenha optado por invadir outro país. A Rússia está violando a soberania na Ucrânia. A Rússia está violando suas obrigações internacionais", acrescentou o secretário americano.

'Banho de sangue'
Em seu perfil no Facebook, o primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou neste domingo que os líderes da Ucrânia tomaram o poder ilegalmente e previu que o governo deles vai encerrar com uma "nova revolução" e banho de sangue. Medvedev afirmou que, apesar de Viktor Yanukovich ter praticamente nenhuma autoridade, ele continua sendo o chefe de Estado legítimo da Ucrânia segundo a constituição do país. O premiê russo acrescentou: "Se ele é culpado perante a Ucrânia, que se promova um procedimento de impeachment". E continuou: "Tudo o mais é ilegal. Isso significa que tal regime será extremamente instável e vai terminar com uma nova revolução. Novo banho de sangue."
No final da tarde, Secretário-Geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, pediu que a Rússia recue suas tropas para as bases: “Nós pedimos à Rússia que para diminuir a escalada de tensão e recue suas tropas para as bases e abstenha-se de qualquer interferência na Ucrânia”, disse. Rasmussen ainda pediu que os dois lados procurem o diálogo.
Pouco depois, o governo alemão informou que Putin aceitou a proposta do país para o estabelecimento de uma "missão de averiguação" sobre a situação na Ucrânia, possivelmente sob a liderança da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). A chanceler alemã, Angela Merkel, acusou Putin de violar a legislação internacional com a "inaceitável intervenção russa" na Ucrânia, disse o porta-voz da Alemanha.
Veja/montedo.com

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