O presidente Michel Temer fez, na tarde desta quarta-feira, 4, uma defesa do uso das Forças Armadas para ações de segurança pública nos Estados e disse que a criação do Ministério da Segurança era um pleito antigo que nunca havia sido atendido.
"Muitos diziam 'a segurança publica é problema dos Estados, nós não vamos nos meter nisso porque vamos chamar para a União uma responsabilidade que não é inteiramente da União, mas tantas foram as vezes que os Estados federados pediram a participação da União por meio das Forças garantidoras da Lei e da Ordem, razão pela qual eu mandava lá as Forças Nacionais Federais, as próprias Forças Armadas, isso aconteceu mais de 11 Estados da federação, que em um momento disse 'não é possível mais a União ignorar esse fato'", explicou, durante reunião aberta dos conselhos da Sudam, Sudene e Sudeco, no Palácio do Planalto.
Temer disse ainda que atualmente o País tem "uma federação meio capenga, meio disfarçada". "Não temos a federação completa, e a federação completa supõe a autonomia dos Estados e municípios e não a soberania, porque a soberania reside na união", disse.
O presidente reiterou que o governo federal não pode invadir a competência dos Estados, mas, no tocante à segurança, "podemos fazer uma coisa nacional, que significa a busca da integração e coordenação da segurança pública do País". Segundo o presidente, foi com esse propósito que ele decidiu criar o Ministério Extraordinário da Segurança Pública.
Ao demonstrar apoio ao trabalho que vem sendo executado pela pasta, sem citar diretamente a intervenção na segurança pública do Rio, Temer disse que os resultados não virão imediatamente. "Mas o estabelecimento da nova função politica-administrativa da União produzirá efeitos ao longo do tempo", avaliou.
O presidente disse ainda que deseja "um Estado eficiente e que promove o bem-estar da população". "Nesses quase dois anos de governo, trabalhamos dia e noite para dar ao Brasil a rota do desenvolvimento", disse.
Jornal do Brasil/montedo.com